A notícia

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Acordei e olhei a hora, nove horas da manhã, eu estou na minha cama, não lembro de como dormi, fui ao banheiro e lavei meu rosto, bati na porta.
- Oi, bom dia! - ele abriu a porta com o cabelo todo amassado.
- Não lembro de quase nada de ontem...
- Bem você chorou porque a Cinder não te atendeu, e eu não tô brincando, você molhou toda a minha camiseta nova, você chorou por três horas. Aí você acabou dormindo, eu deixei você aí e vim para o meu quarto, consegui falar com o Jeff, eles estavam dormindo, por isso não atenderam você, e se você quiser pode pedir café da manhã no quarto, tá tudo no cardápio.
Eu fico com vergonha por ter chorado.
- Obrigada. - digo e fecho a porta.
Lembro que não pesquisei nada até agora, então tomo um banho e coloco uma roupa larga, ligo para o restaurante e peço um café.
Ligo o notbook, pesquiso o jornal de hoje, parece que eles estão atacando um vizinho bem próximo de Beckmeniana.
Pesquiso quais países eles atacaram esse ano, anoto todos no meu caderno. Depois pesquiso mais sobre cada um e descubro que eles tem uma coisa em comum.
- Patrick, venha ver isso!
Ele aparece do meu lado.
- Olhe! Esses países foram atacados por Tessian esse ano, e todos, todos, fazem fronteira com Beckmeniana e alguns com Sarvena também.
- Perfeito. Eu descobri que esses países não são os únicos, tem uns que só fazem fronteira com Sarvena ou seja...
- ... Eles estão despistando, porque ...
- ... Porque os políticos não podem ter contato... Então o rei e o presidente não sabem de nada.
- Isso Patrick!
- Dá para ligar pra ele?
- Não...
Minha orelha vibra. Aperto o botão.
- Alô.
- Candel...
- Jeff? Porque você falou meu nome verdadeiro e por que está triste?
- Aconteceu uma coisa... Pesquisando eu descobri que bombardearam o palácio, de Beckmenia, todos se salvaram, menos... menos... a mãe de Patrick.
- O que?!
- O que foi Candel?- Patrick pergunta.
- Obrigada Jeff, tchau.
- Tchau...
- Patrick, preciso que seja forte.
Ele desvia o olhar.
- Olhe pra mim! - eu seguro seu rosto com a mão - Aconteceu um bombardeio no palácio, todos estão bem, menos... Menos sua mãe Trick.
- Não... - ele soa perdido o olhar vago dele dói em mim.
- Patrick... Fique calmo.
- CALMO?! MINHA MÃE MORRE E EU TENHO QUE FICAR CALMO?! EU NÃO VEJO ELA A QUASE DEZ ANOS... Sabe como dói? - ele cai de joelhos e coloca a mão no rosto.
- Um pouco talvez...
- Isso é horrível... Eu preciso falar com ela... Eu... - ele começa a tremer.
- Patrick? Você tá bem? Patrick?! Vem comigo. - Levo ele até o quarto dele e o ajudo a deitar - Você quer ficar sozinho...?
- Não, não agora.
- Ok, posso...?
Ele assente com a cabeça.
Me sento ao lado dele, acaricio o seu cabelo.
- Eu sei que dói, dói muito... Mas se controle... - eu sussurro.
Ele recebe ligações, atende e dispensa a de todos.
- Trick?
Ele olha pra mim.
- Eu preciso ir...
Ele assente novamente.
Volto para o meu quarto e fico falando com Jeff até tarde, acabo dormindo.
Acordo com uma estranha sensação de que tudo está errado. Tomo banho, troco de roupa e peço um café.
- Patrick?
Ele não responde. Acho que ele está dormindo.
Meu café chega e converso com Davis, ele me conta que atacaram outras partes de Beckmenia, o que me preocupa. Já são onze da manhã.
- Patrick?
Ele não responde.
- Patrick?! - Bato mais forte na porta.
Pego a minha chave e abro a porta. Ele não está no quarto. Entro em desespero.
Saio do quarto gritando.
- Logan?! Logan?!
Entro no elevador e aperto vários andares, sequestraram ele! Nos descobriram! Eu não vou ficar sem ele! Não vou! Procuro ele em todos os lugares, ligo pra ele, e ele não atende.
Estou no último andar de frente para uma janela. Passo uma perna para fora e depois a outra e ...
- Susan... O quê...?
- Meu Deus! Você está bem! Pensei que haviam nos descoberto! E que tinham matado você... Eu não conseguiria viver... - Meus olhos ficam embassados.
Ele me puxa para dentro do prédio e me abraça.
- Eu pensei... Pensei que você havia morrido...
- Mas um pedaço de mim morreu mesmo...
- Não fale assim... Não ouse falar assim... - levanto o olhar, que atravessa as minhas e as suas lentes e param em seus olhos azuis com manchinhas verdes.
Sem nenhuma explicação ele me puxa e me beija. Eu me afasto dele e por instinto dou um tapa no seu rosto.
- Ai!
- Desculpa, mas você não pode fazer isso! Você está confundindo as coisas!
- Ah, foi sem querer.
- Ah com certeza! Sua boca sai voando por aí e para na minha!
- Desculpa!
- Ok, mas que isso não se repita. Sei que você está de luto, mas isso não significa nada. Você precisa sair um pouco.

Protegendo a NaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora