O ódio

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Quatro dias se passaram depois do teste. Aconteceu algumas coisas como, entrevistas com os técnicos da CT, aulas mais rigorosas e etc. Patrick está melhor, ele já consegue andar, tive que cuidar e alimentar ele até hoje.
Estou voltando do CT, parei na casa de Patrick. Entrei e fui procura - lo, ele estava lendo.
- E aí?
- Tudo bem até agora. - disse ele desviando o olhar do livro para mim.
- Ok então.
Fui para a cozinha , procurar algo para nós comermos. Abri uma gaveta antiga, mas em vez de comida havia uma foto. Peguei a foto e vi que era eu com oito anos na escola, desenharam chifres e um rabo na tal foto, então eu lembrei. Lembrei que eu e Patrick estudávamos juntos quando criança. Ele me zuava, assim com as outras crianças. Sinto meu olhos embassarem, meu rosto fica quente, eu estou com vontade de gritar, de chorar, eu estou chateada, com raiva, com ódio dele, talvez esses anos que ficamos longe um do outro me fez bem, quero distância dele, quero distância do que me faz ou fez mal.
Corro até ele e jogo a foto em cima dele, tentando segurar as lágrimas, que já escorrem em meu rosto. Ele pega a foto, olha a mesma, e olha para mim com um olhar de compaixão, mas eu não ligo, não acredito nele. Saio correndo da casa dele para a minha, ele vem atrás de mim gritando:
- Candel! Candel! Espere! Me desculpe! Eu não consigo mais andar! Espere! - diz ele com a respiração ofegante - Pare um pouco Candel!
Eu corro ainda mais rápido, entro em casa e fecho a porta atrás de mim e a tranco. Não quero mais ver a cara dele. Corro para o meu quarto, me jogo na cama, abraço um travesseiro e começo a chorar alto. Grito e choro até me sentir fraca, depois eu durmo.
Acordo e vejo My me olhando. Me levanto assustada.
- Hey. Calma aí! - Ela fala.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto.
- Trick me ...
- NÃO FALE O NOME DESTE ...
- Calma Candy. - Ela diz espantada. - Ele ... me ligou dizendo o que aconteceu, e pediu para eu vir aqui te consolar. Ele se importa com você.
- NUNCA MAIS REPITA ISSO!
- Ok. Desabafe.
- Ele é um idiota - digo começando a chorar - Ele ... ele ... me zuava na escola quando éramos crianças - Começo a soluçar - Nenhuma criança gostava de mim ... e ele se juntava a elas para me humilhar ... eu odiava , bem , odeio ele, passamos quatro anos sem ... sem nos ver ... Quando eu o reencontrei... Eu não o reconheci ... senti uma ligação forte entre nós quando nos reencontramos... mas isso mudou hoje ... Quando vi aquela foto ... toda raiva, ódio e humilhação voltou em um milésimo de segundo.
Comecei a chorar feito uma criança.
- Isso! Chore! Põe tudo pra fora! - Ela disse me abraçando. - Você acha que consegue ir hoje para o CT?
- Não sei!
Fui até o banheiro, e olhei para o meu reflexo no espelho, eu estava parecendo um monstro, olhos inchados e vermelhos, e maquiagem borrada. Tomei um banho, coloquei uma roupa, peguei meu equipamento e entrei no carro.
- Isso amiga! Levanta essa cabeça! É, a vida é assim!
Chegamos no CT. Treinei feito uma louca.
- Ui, tá atacada hoje hein! - diz Karen debochadamente.
- Então é melhor você sair de perto de mim, senão vou atacar a sua cara! - digo socando o saco de porrada com toda força e raiva que há dentro de mim.
- Nossa! Santa arrogância! - Ela diz se afastando.
Uma hora depois começou a aula teórica.
- Como vocês sabem as leis mais conhecidas de Sarvena são: Ter no máximo um filho e servir ao país até a sua morte. - Explica a sra. Ray - Como vocês sabem, seus pais trabalham para o país , em empregos públicos, para ser mais específica. Bem, depois de terminar o Projeto Soldado vocês vão ter duas opções, continuarem como soldados ou, trabalhar em qualquer coisa que o país lhes fornecer. E quando vocês escolherem vão se distanciar de seus parentes, para sempre.
Eu já sabia disso. E, eu odeio essa lei. Depois dessa aula, houve outra prática, quando cheguei a sala, tive o desgosto de ver Patrick.
- Hoje vocês lutarão um contra o outro. Quero ver seus defeitos e suas qualidades, suas fraquezas e seus pontos fortes. Eu vou escolher os seus adversários. - disse o professor Richard.
Ele estava escrevendo as duplas em um quadro. Do lado de meu nome havia o nome de Patrick. Lutarei e ganharei dele, sei todos os seus pontos fracos. Vou fazer esse desgraçado sangrar. - penso.

Protegendo a NaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora