Mais uma

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- Presidente isso foi longe de mais! Meu amigo morreu na minha frente... - digo indignada.
- É preciso fazer sacrifícios. - ele responde.
- Tudo bem, eu deveria esperar por isso. Amanhã eu, Davis, Melanee, Myla e Alex vamos para o centro, tentar matar o máximo de espiões possível, e descobrir seus esconderijos, que obviamente é mais de um. E Patrick, Cinder, Linda e Mason, vão para o sul. E não estou fazendo isso para salvar a sua pele. - aponto para ele - Estou fazendo isso pela nação, por Jeff, pela mãe de Patrick, por todos da minha equipe. Vamos treinar um pouco. - digo para o resto do grupo me desviando do olhar do presidente.
Treinamos por quatro horas, depois fomos para a minha casa e para a de Patrick, meninos de um lado, meninas de outro. Dormi feito um pedra, as garotas estava na sala e eu no quarto. Acordei com alguma coisa vibrando. Meu microaparelho. Atendo.
- Oi.
- Oi Candel.
- Patrick, o que você quer?
- Porque você me tirou do seu grupo? Temos uma promessa.
- Temos, mas você precisa de espaço, Cinder também, acho melhor ficar longe por um tempo.
- Você que sabe, qualquer coisa é só ligar.
- Ok.
Desligo e volto a dormir.
Acordo e tudo está um silêncio, ajeito o cabelo e vou ver o que aconteceu. Saio do quarto, as garotas estão na minha porta.
- O que foi? - Pergunto.
- Candel... Aconteceu uma coisa horrível... Nós não vimos... Vimos agora quando acordamos... Veja você... - Myla está com o olho todo borrado, ela aponta para a cozinha.
Vou até lá hesitante, meu coração bate rápido e é a única coisa que escuto, entro na cozinha e meu coração acelera, minha respiração também, minha mente fica confusa, a cozinha está cheia de sangue, a gaveta de talheres está aberta e Linda... Ah, doce Linda... Está no chão com um furo no peito de onde sai muito sangue, sua pele está mais pálida do que nunca foi, na sua mão a faca que eu usava para cortar carne, suja de sangue, me aproximo dela, toco sua pele que está gelada, sinto calafrios, tiro a faca de sua mão e vejo um papel com uma ponta encharcada de sangue, leio ele.
" Desculpa meninas, meninos, Candel...
Eu precisava fazer isso... Jeff era um pai pra mim, e vê-lo morrer foi um impacto muito forte, eu sei que Mason precisa de alguém, mas agora meus sentidos e sentimentos estão desnorteados eu não sei o que fazer, meu irmão que sempre me protegeu não está mais aqui, eu não tenho força nem para chorar, eu amo vocês, mas não dá mais... Candel cuide do Mason, Patrick e Cinder por mim, eu amo vocês...
Com amor.
Linda Walker."
Lágrimas escorriam pelas minha bochechas, agora tenho consolar Cinder pela morte de Jeff e Linda, Patrick pela de Jeff, Linda e sua mãe, Susane, e Mason pela de Linda. E a mim mesma.
Saio da cozinho e entrego o bilhete para Cinder ela lê e chora, sento do seu lado e a abraço reconfortando-a, então os meninos chegam, mas eles nos vêem e ficam confusos então Davis e Alex vem em nossa direção, mas Mason e Patrick vão para... para a cozinha.
- Não entrem... aí... - digo, mas já é tarde.
Ouço um grito, mas não é  de Patrick, então é de Mason, fico surpresa por ele reagir, ele nunca faz isso, corro até lá, e dou o papel para Mason. E o abraço por um longo tempo, suas lágrimas molham o meu ombro.
- Por que Candy? Por que?
- Mason eu não sei...
- Ela me ajudava a me acalmar, eu tinha crises as vezes, ela me fazia rir, ela era o meu remédio, e ela nos deixa... Assim...
- Mason, é difícil para todos nós, Cinder minha gêmea, esta sofrendo, fraca, mal come direito... e isso está doendo em mim, você pode ir lá com ela? Ela pode te ajudar... E você a ela... - paro e falo baixinho - Preciso falar com Patrick, agora limpa essas lágrimas, elas não combinam com você, prefiro você durão.
Ele limpa as lágrimas e o rosto com as costas das mãos e dá um sorriso fraco. Ele vai até Cinder. E fica eu, Patrick e Linda na cozinha.
- Candel, é o seguinte. - diz ele sério - Eu estou fora, meus dois primos morreram, não vou continuar nessa missão suicida, não quero perder mais ninguém. Não quero participar disso.
- Trick...
- Não me chame assim... Por favor... Não é o momento.
- Isso é o que devemos aguentar, isso aqui, o que estamos fazendo, é um sacrifício, eu estou disposta a morrer pela minha nação. E você?
- Não sei...
- Patrick, não é hora de revoltas.
- Eu apenas não aguento ver pessoas da minha família morrendo, eu não quero ficar com esse peso e amargura dentro de mim... Eu... Simplesmente não aguento... - ele dá um sorriso fraco - Eu estou parecendo um frouxo.
- E está mesmo.
- Mas eu não sou de ferro, eu tenho sentimentos, e eles estão sendo danificados, e você também é culpada. - ele fala no mesmo tom de antes.
- Eu?
- Sim, você. Você é burra ou o quê?
- Patrick já chega! - saio da cozinha.
Entro no quarto e começo a chorar. Mais uma morte, mais pessoas para consolar, e eu... Eu estou prestes a explodir.

Protegendo a NaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora