A Batalha parte 2

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O número de espiões havia diminuído muito, eu estava no meio, muitas pessoas na minha frente, vejo Cinder ser arrastada por dois espiões, atiro nos dois que caem, ela corre e luta na minha frente, mas eu fico sempre alerta, sem deixar que algo nos atinja, eu a ultrapasso e a protejo, mas tropeço em alguma coisa e caio no chão, me levanto rapidamente e bato nas minhas roupas, alguém me empurra de leve, levanto a cabeça para ver que foi, mas vejo Cinder na minha frente atirando sua última bala em um espião com arco e flecha, então ela cai em meus braços e eu posso ver uma flecha, parada em seu peito, ela morreu, em cima de mim, nos meus braços, eu dou um grito alto de dor e caio no chão segurando ela, abraço seu corpo ensanguentado contra o meu, como um brinquedo, me balanço de frente para trás chorando e apertando o corpo morto da minha irmã minha gêmea, para mim acabou guerra, acabou espiões, acabou vida, eu estou totalmente á mostra, e indefesa, pronta para morrer, levanto a cabeça para ver o caos, mas só há meia dúzias de espiões, cinco espiões, dois espiões, acabou, por hoje acabou, porque com certeza tem mais amanhã. Mas eu não estou nem aí, a pele da minha irmã está branca, seus cabelos que eram mais brilhantes que os meus agora escureceram, enquanto os outros se arrumam para descansar em uns becos, para também procurar movimentos suspeitos, eu fico ali, sozinha abraçada com o corpo morto da minha alma, agora a vida perdeu o sentido, como vou viver sem ela, sinto alguém caminhar atrás de mim, puxo a faca e me viro, é Alex, Patrick e Myla, os únicos que sobraram. Myla está se arrastando, tomada pela dor.
Ela se joga ao meu lado segurando a minha mão, Patrick e Alex se sentam do outro lado.
- Ei, já esperávamos não é mesmo. - Diz Alex limpando minhas lágrimas com o polegar.
Assinto com a cabeça chorando e ele me abraça, deixo ele me reconfortar, ele passa a mão pelo meu cabelo tentando me acalmar, mais eu apenas choro. Ele se afasta devagar, olha nos meus olhos e diz:
- Temos que sair daqui, vamos nos juntar aos outros, o amanhã com certeza será melhor que esse presente, não é mesmo? - Ele diz e vai reconfortar Myla. Patrick se levanta e me ajuda a levantar, ele me abraça também, Myla nos ultrapassa pisando firme, me viro. Alex está andando em passos curtos, e curvado como se a perda o tivesse puxando para baixo.
- Vamos Ale...
Antes de eu conseguir completar a frase, a cabeça dele estoura e ele cai para trás, olho para cima apontando a arma, vejo um espião, mas na hora de atirar, minha mão treme e minha arma cai, e eu também, de joelhos. Quem atira é Patrick. Meu coração fica apertado, minha garganta fecha e eu não consigo respirar, os últimos dias passam pela minha cabeça devagar, e eu fico jogada no meio da rua.

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