"Vício"

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Ponto de vista do Sam

Ela mordeu o lábio.

"Não faças isso... eu não me controlo..." Pedi-lhe enquanto respirei fundo numa tentativa falhada de parar o que estava prestes a fazer.

Ela mordeu o lábio de novo, quase como que a dar-me permissão para me descontrolar. Fechei os olhos, também mordi o lábio e aproximei-me mais. O meu coração acelerou como nunca tinha acelerando antes. Ela tinha a respiração pesada, tal como eu.

Encostei os lábios perto do canto da sua boca, numa última tentativa de controlo...tentativa inútil, já estava demasiado perto para conseguir voltar atrás. Deslizei os meus lábios sobre os dela para senti-los e decorá-los. Por frações de segundo hesitei, mas finalmente encaixei os meus lábios nos seus. 

O meu coração disparou, por momentos não pensei em nada, aproveitei ao máximo aquele momento, e não queria, por nada neste mundo, sair daquele beijo. Nunca tirei a minha mão do seu rosto. Quero que saiba que sou eu, que estou aqui, e que enquanto estiver comigo eu vou dedicar a minha vida a proporcionar-lhe estes eternamente pequenos e perfeitos momentos.

Nunca antes tinha desejado tanto que o tempo parasse, para que pudesse sentir para sempre a suavidade dos seus lábios, e o carinho do seu beijo, e o doce da sua boca. 

O ar começou a escassear, e por fim, contra a minha vontade, tivemos de terminar o beijo. Eu estou com um sorriso idiota na cara, e tenho perfeita noção disso. Ainda não tive coragem de abrir os olhos, com medo de que tenha sido só um sonho. Lentamente retiro a minha mão do seu rosto e abro os olhos, ela abre também, e ficamos a olhar-nos. 

"Eu avisei que não me controlava..." Disse-lhe ainda com o meu sorriso idiota.

"Eu sei..." Respondeu-me enquanto deixava uma breve carícia no meu rosto.

"Não imaginas as vezes que já tinha querido fazer isto..."

"Não imaginas as vezes que me questionei o porquê de não teres feito antes...Ainda tens medo de me perder?"

"Tenho... tenho muito mais agora. Porque antes perdia a tua amizade, e agora perco tudo..."

"Tudo?" Perguntou sem perceber o que eu queria dizer.

"Tudo... Eu já tinha imagino muitas vezes o momento em que te beijasse, mas a realidade superou em muito qualquer cenário que eu posso ter imaginado. E agora eu não quero viver num mundo sem os teus beijos, nunca mais..."

"Então porque é que estamos a perder tempo a falar?" Perguntou-me em tom travesso.

Dei uma pequena risada.

"Não percamos mais tempo então..." Respondi-lhe enquanto a puxava gentilmente para mais perto de mim.

Não sei porquê, mas toda a proximidade que possa ter dela continua a ser pouca, eu quero sempre mais, nunca acho que esteja perto o suficiente, nunca acho que a sinta o suficiente. Aproximo os meus lábios do seu pescoço, e vou deixando pequenos beijos, traçando o caminho para a sua boca. Mais uma vez os nossos lábios ficam perfeitamente encaixados, como se tivessem sido feitos com o único propósito de estarem juntos. Eu seguro-lhe na cintura, e ela desliza a mão desde o meu ombro até ao meu cabelo agarrando-o gentilmente, o que apenas me deixa com mais vontade de continuar a beijá-la... onde é que esta miúda esteve durante toda a minha vida?

Ela voltou a deslizar a mão em mim, mas desta vez em sentido contrário, partindo do meu cabelo, pelo meu rosto, passando no pescoço, ombro, peito e abdómen, e por onde a sua mão passa o meu corpo fica dormente, quase anestesiado. Eu tomo a liberdade de colocar a mão debaixo da sua camisola, mas apenas na região da cintura, e não tenciono passar dali...pelo menos, não para já. 

"Wow..." É a única coisa que arranjo forças para articular quando nos soltámos do beijo.

Deito-me de costas, e ela deita a cabeça no peito. Fico a brincar com os seus caracóis e a sentir o seu aroma doce. Será que ela já tinha tido momentos desta intensidade com outras pessoas? Com esta interrogação vieram outras, e apercebi-me de que ela já sabe muito mais sobre mim do que eu sei sobre ela.

"Hey babe..." Chamei-lhe babe quase que a medo, não sabia qual seria a sua reação. "Estou aqui a pensar, e tu já sabes mais sobre mim do que eu sei sobre ti..."

"O que é que queres saber?"

"Não sei... o que é que me queres contar?"

"Qualquer coisa...tanto faz."

"Já tiveste namorados?"

"Sim..." Não posso dizer que é a resposta que gostaria de ouvir, mas eu tinha a noção de que seria a resposta mais provável.

"Quantos?"

"Um." Só um? Isso fez-me pensar de que esse 'um' deve ter tido bastante importância na sua vida.

"Foi sério?" 

"Pode dizer-se que sim..."

"Como assim?"

"Sim, foi sério..." Todas as respostas até agora foram as que eu não queria ouvir.

"Durou muito tempo?" 

"2 anos..." O mesmo tempo que durou a minha relação com a Vicky.

"Posso perguntar o que é que aconteceu para acabarem?"

Ela levantou-se da cama sem responder à pergunta.

"Então e vamos tomar o pequeno-almoço ou não?" O facto que ela não queria falar sobre isso tornou-se evidente.

"Vamos..." Respondi levantando-me também. 

"O que é que compraste?"

"Nutella e farinha...Queria fazer crepes com nutella antes de acordares para te levar à cama..." Expliquei.

"Então vamos fazê-los agora, e podemos ir comê-los para a cama..." Respondeu-me a sorrir. Como o seu sorriso é lindo...

Desta forma dirigimo-nos para a cozinha, ela ligou um pequeno rádio que tinha em cima do parapeito da janela. E foi dançando pela cozinha enquanto ia buscar os ingredientes para os crepes. Eu encostei-me ao parapeito da porta a apreciar o simples facto de ela existir. 

Ela puxou-me para dentro da cozinha, e fez com que eu dançasse com ela, de seguida começou a fazer a massa para os crepes, enquanto eu fiquei encarregue de tomar conta do fogão. Quando acabámos de os fazer, ainda na cozinha, ela abriu o frasco da nutella, mergulhando a ponta do dedo e levando à boca. Achei essa visão demasiado sexy, e o meu lado Miller veio ao de cima.

"Dás-me?" Perguntei com um sorriso atrevido.

Ela voltou a mergulhar o dedo e desta vez levou-o até à minha boca. Eu repeti o processo e levei o meu dedo até à boca dela. Molhei de novo o dedo e sujei-lhe propositadamente o pescoço, indo de seguida "limpar" com um beijo. Ela fez o mesmo em mim. E estava a corroer-me por dentro.

De seguida eu repito o processo, mas desta vez sujo-lhe os lábios, como pretexto para a beijar de novo. Nesse momento confirmei o que já pensava. Com apenas aqueles três beijos ela envolveu-me tão intensamente, que acabei viciado...

"És o meu novo vício..." Sussurrei-lhe no ouvido. 

"Ainda bem..."

Eu sei que estou a publicar cada vez mais tarde, mas foi só esta semana. O fim-de-semana está a chegar e pretendo fazer double-update, pelo menos num dos dias. 

Espero que tenham gostado, como sempre deixei as vossas opiniões/ críticas/ sugestões (eu adoro comentários, leio e respondo a tudo). Se gostaram cliquem na estrelinha para votar. Amanhã há mais.

Kiss <3

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