"É impossível!"

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"O dia todo... a vida inteira." 

Os seus olhos estavam mais brilhantes que nunca, e eu podia sentir a felicidade ser emanada deles. Ficámos na cama durante mais algum tempo.

"Hey Sam...como tencionas contar aos teus amigos que tens namorada?" Ele soltou uma risada.

"Tipo 'Pessoal, esta é a minha namorada.' Como haveria de ser?"

"Mas como é que achas que eles vão reagir a isso? Afinal eles podem pensar que eu estou a 'roubar' o amigo deles."

"Eu sei que não parece, mas eles são fixes... a sério. Tenho a certeza que vão ficar felizes por mim, e que te vais dar bem com eles. E tu? Como é que vais dizer às tuas amigas que namoras comigo?"

"Ainda não sei... vou tentar uma abordagem suave, se não elas têm um colapso logo ali." Rimos os dois.

Ele começou a brincar com o meu cabelo, em silêncio. Parecia perdido nos seus próprios pensamentos.

"E se eu ligar aos rapazes para irem ter connosco ao café, para lhes contar?"

"Agora?"

"Porque não?"

"Estou aqui tão bem... não me apetece nada sair."

"Anda lá preguiçosa!" Tentou motivar-me com uma palmada no rabo.

"Arhg...ok, ok..."

Eu fui vestir-me enquanto ele pegou no telemóvel e começou a mandar mensagem a todos do seu grupo de amigos.

...

Ao chegarmos ao café já estavam lá todos, e ele fez questão de entrar de mão dada comigo. Os amigos dele fizeram uma expressão de estranheza quando nos viram entrar juntos. Aproximámo-nos da mesa onde eles estavam.

"Bom dia!" O Sam cumprimentou-os com um enorme sorriso.

Todos eles responderam à saudação, no entanto pareciam cada vez mais confusos.

"Bem... esta é a Joana, a minha namorada. Sejam simpáticos e evitem ser as bestas do costume enquanto ela estiver connosco, ok?"

Eu corei e limitei-me a acenar timidamente, com um sorriso igualmente tímido. Reparei que Mark, o amigo dele que tinham vindo falar comigo na noite anterior estava com um sorriso aberto na cara. Levantou-se e foi até ao Sam.

"Parabéns mano! Desejo-te muita sorte!" Disse enquanto o abraçava. 

Depois dirigiu-se a mim, dando-me um abraço também.

"Obrigado por teres pensado nas coisas que eu te disse ontem. Trata bem dele. Ele ama-te." Disse ao meu ouvido de forma a que só eu pudesse ouvir.

De seguida foi a vez do Ryan o abraçar para lhe dar os parabéns, e um a um todos fizeram o mesmo. Por incrível que parece todos eles pareciam genuinamente felizes pelo Sam.

Sentámo-nos na mesa com eles, e pedimos 'o do costume' como sempre. Estivemos uma boa meia hora a conversar e a rir, quando o Ryan, que divide dormitório com o Sam, tirou um envelope do bolso.

"Hey Miller, quase me esquecia. Foram entregar isto ao dormitório quando eu estava de saída. É para ti."

O Sam fez uma expressão de estranheza, pegou no envelope, abriu-o. Tirou apenas uma ponta do cartão que estava contido no envelope e voltou a colocá-lo para dentro, à pressa, fechando o envelope e colocando-o no bolso. 

Constatei que ele ficou estranho depois de ter visto o cartão. Já não sorria, nem brincava como fazia até então. Na verdade ele mal abriu a boca o resto do tempo que ficámos lá. Limitou-se a colocar uma expressão meio perdida no rosto, e olhar fixamente para o prato vazio, enquanto todos os outros continuavam com as brincadeiras de sempre.

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