Ele continua a aproximar-se cada vez mais de mim, sempre a olhar-me nos olhos. Os seus olhos castanhos, tão profundamente compenetrados nos meus paralisaram-me, eu fiquei sem nenhum tipo de reação, e não conseguia raciocinar. Só pensava em como o Sam me tinha mentido, em como ele tinha sido frio, e em como o Ty estava cada vez mais perto ao ponto de eu conseguir sentir o seu perfume doce. Há muito tempo que não sentia aquele perfume, e agora, embora estivesse um pouco camuflado pelo cheiro do tabaco e da cerveja, eu podia senti-lo de novo.
Fechei os olhos, e o aroma relembrou-me de quem ele era, e de quem continua a ser debaixo desta capa de arrogância e indiferença que enverga desde não sei bem quando.
Pediu-me desculpa por não ser tão meigo quanto costumava ser, no entanto, eu não noto nenhuma diferença. Pode ser arrogante nas palavras que diz e na forma como se comporta, mas não na forma como me toca. Continua a tocar-me levemente, como se eu fosse de cristal, com medo de magoar-me ao mais pequeno toque seu. Aliás, acho que está a tocar-me ainda com mais cuidado do que antes, porque sabe que agora pode "partir-me" sem querer, se não se controlar.
Mas que diferença faz se me partir? O já o parti a ele, e o Sam já me partiu a mim... por diversas vezes, mas hoje transformou-me em mil pedaços.Transformou-me em algo que não quero ser, levou-me a fazer coisas que não quero fazer porque toda a gente sabe que eu não sou de bebedeiras e aqui estou eu, com uma enorme em cima.
Tal como disse o Ty, o Sam está a arriscar-se demais... talvez se arrependa. Ele aproxima-se ainda mais de mim, já com os olhos fechados, e é no momento em que ele fecha os olhos que eu acordo do meu transe e no último segundo, antes de fazer algo que não devo decidi parar.
Coloquei uma mão no sei peito para o afastar antes que os seus lábios pudesse alcançar os meus.
"Pára! Eu não posso. Tu sabes que eu não posso." Exigi.
Ele afastou-se imediatamente.
"Não podes porquê?" Franziu a sobrancelha e a sua capa de arrogância voltou a tomá-lo.
"Sabes perfeitamente porquê Tyler!" Olhei para baixo.
"Não..." Fez uma pausa. "Por acaso não sei..."
"O facto de eu ter namorado diz-te alguma coisa?" Retorqui.
"Tens?" Perguntou em tom provacatório. "Onde é que ele está? Não o vejo por aqui em lado nenhum..." Olhou em volta para provar a sua tese.
"Deixa-te de cenas!" Dei-lhe um empurrão no braço.
Ele olhou para cima e sorriu.
"O que é precisas que eu faça? Diz lá... queres que eu vá ter ao teu dormitório e te faça desmaiar também? Porque eu consigo! Acredita em mim que consigo!"
"Preciso que não me tentes! Eu tenho namorado quer queiras quer não!"
"Então admites que te tento?" Franziu a sobrancelha. "Admite lá... sou uma tentação para ti, desde o dia em mudei... não sou? Eu tinha razão... tu gostas mesmo assim..."
"Não foi isso que eu quis dizer..." Respondi a olhar para baixo.
"É claro que foi! Tu pediste-me para eu não te 'tentar'... isso significa que sou uma tentação, e que se insistir um pouco tu vais acabar por ceder."
"Não, não vou! Eu não vou ceder!"
"O álcool não está a ajudar-te a aguentares firme, pois não?" Riu-se. "Anda!" Disse agarrando a minha mão.
"Para onde?"
"Lá para fora... precisamos de conversar, num sítio onde não haja tanto barulho."
"Eu não quero ir!" Respondi libertando a minha mão da sua.
Ele revirou os olhos.
"O quê, Jo? A sério? Agora estás com medo de mim?" Fez uma pausa e a sua expressão intensificou-se. "Sabes que não precisas de ter medo de mim pequenina... eu nunca te vou fazer mal." Deu-me um dos seus sorrisos inocentes de antigamente.
Sim! Este é o meu Ty! É mesmo ele! Eu tenho a certeza. Aquele sorriso não engana! E ele chamou-me pequenina, então, é óbvio que quem falou agora foi o Ty de antigamente... o Ty em que eu confio.
Voltou a estender a mão na minha direção e eu agarrei-a. Fomos lá para fora, e sentámo-nos na relva encostados à parede. Ele recostou a cabeça para trás e ficou a olhar para cima.
"Está frio hoje... não está?" Perguntou.
"Um bocadinho..." Ele sorriu.
"Queres o meu casaco?"
"Não e preciso."
"É melhor... ainda vais ficar doente."
"Não é preciso." Repeti.
"Teimosinha..." Levantou-se.
Desatou o casaco que tinha atado à cintura e colocou-o por trás dos meus ombros. Voltou a sentar-se. Eu não queria admitir, mas estava mesmo com frio e quando senti o casaco nos meus ombros soube bem e aconcheguei-me mais.
"Obrigada." Agradeci baixinho.
"De nada, teimosa." Riu-se.
"Tu também deves estar com frio... estás de manga curta." Disse sem olhar para ele.
"Eu estou bem..." Respondeu acendendo o cigarro.
"Devias deixar-te disso... não te faz bem." Constatei.
"Tu também não me fazes bem e eu estou aqui contigo, não estou?"
"Só estás porque queres..."
"Também só fumo porque quero." Concluiu.
"Mas fumar torna-se vício... aliás, acho que já estás agarrado. Não fazes nada a não ser fumar."
"Tu também uns vício... Só que és um vício que eu não posso satisfazer. Então deixa-me satisfazer pelo menos, o vício de fumar."
Fiquei sem saber o que dizer. O silêncio instalou-se durante alguns instantes. No entanto esse silêncio começou a tornar-se pesado e senti a necessidade de dizer alguma coisa.
"Disseste que querias falar comigo."
"E quero..." Respondeu deitando fora o fumo.
"Então fala..."
"Ainda estou a pensar no que hei-de dizer." Respondeu a olhar para cima.
"Diz o que queres dizer e pronto!"
"Ok... Quero dizer que te quero de volta. Que levaste uma parte de mim quando me deixaste. Não só quando me deixaste da primeira vez, mas principalmente quando me deixaste no hospital a achar que te tinhas ido embora, e que não te ia ver mais. Despediste-te de mim, e quando decidiste ficar nem sequer te deste mais ao trabalho de ir lá, para me avisar que tinhas ficado... Porque quando descobri que não tinhas ido embora e que estava tudo resolvido com o Miller, tive a certeza daquilo que já sabia: tu só queres saber de mim quando não o podes ter a ele. E dói muito saber que se é o segundo plano de alguém. E acredita que eu sei o que isso é... sempre fui o segundo plano de toda a gente... aliás, eu acho que para os meus mais devia ser para aí o centésimo plano. Ainda sou. Dói muito, porque tu sempre foste o meu número 1, e eu nunca passei do teu número 2."
Hey babes <3 Ok... eu admito! Estou a AMAR este momento Tyana! Vocês sabem que eu sempre adorei Tyana né? :P O que é que acharam?
Deixem as vossas opiniões/críticas/reações/sugestões nos comentários porque eu adorooo saber o que vocês acham!!
Estranhei vocês não se passarem tanto com o facto de Tyana estar de volta, achei que iam ter uma reação bem pior ahahah Se há por aí apoiantes de Tyana acusem-se :P
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Daqui a pouco há mais (esta foi a primeira de duas ou três atualizações hoje)
Kiss <3
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Trust
Teen FictionJoana é uma estudante de 18 anos que entra numa faculdade nos Estados Unidos, o que a obriga a sair do seu país - Portugal. É na universidade que Joana vai conhecer o arrogante, sarcástico, convencido e player Sam Miller, um rapaz cuja fama não enca...