Fiquei durante um bom bocado a olhar para aquele bilhete. Com a sua aliança de prata fechada na minha mão. Ele tem razão. Tem razão em tudo o que disse ontem à noite, tem razão em tudo o que escreveu no bilhete. Por muito que me custe admitir a única a perder a razão fui eu.
Segunda-feira regressei às aulas, como sempre. Quando cheguei à aula ele ainda não tinha chegado. Chegou cerca de 10 minutos depois, com o Ryan e foram sentar-se a alguns lugares de distância de mim. Dei o meu melhor para conseguir prestar atenção mas não consegui. Os meus olhos estavam sempre colados no Sam, que de vez em quando olhava para trás, cruzava olhares comigo e voltava a dirigir a sua atenção para o professor.
Eu tinha a sua aliança no meu bolso, e a minha no dedo onde ele a tinha colocado na sexta-feira à noite. Queria muito ter tido coragem de o chamar no final da aula e de lhe entregar a sua aliança, mas quando ia chamá-lo a minha garganta fechou-se de tal modo que acredito que nem ar entreva.
No final das aulas voltei para o meu dormitório vazio. Meu deus como o seu riso fazia falta ao meu dormitório, e como a minha cama estava fria e enorme.
Ele deixou muitos dos seus pertences, o que me fazia relembra-lo para onde quer que olhasse. Quer fosse a nossa fotografia, ou as roupas que tinha deixado no armário, ou os perfumes na casa de banho. Havia sempre alguma coisa que fazia com que eu ainda sentisse a sua presença.
***
Passou uma semana desde que o Sam abalou. Esta manhã está absolutamente gelada. Fui para aulas, e ele sentou-se no lugar de sempre, no entanto, já não olha para trás, já não cruzamos olhares e já não me dá um quase invisível aceno de cabeça quando passa por mim no corredor.
Ontem a noite mandei fora o buquê de rosas que me ofereceu naquela noite. Já estavam murchas... mortas. Mas mesmo assim tive pena de as deitar fora.
Já não carrego a sua aliança no meu bolso. Está na primeira gaveta da mesinha de cabeceira, dentro da caixinha preta de veludo.
As aulas terminaram e eu vou tentar estudar na biblioteca. Andava entre prateleiras à procura de um livro de que precisava quando senti uma mão agarrar o meu braço e puxar-me para trás, para a área de arrumação da biblioteca. Uma área onde nunca ninguém vai. Este perfume não engana. Ty... Quando reconquistei o equilíbrio encostada a ele, ele tinha um sorriso enorme.
"Quando é que tencionavas dizer-me que o Sam acabou contigo?" Perguntou.
"O Sam não acabou comigo... Só demos um tempo." Respondi com os olhos colado ao chão.
"O que é isso no teu dedo?" Perguntou com o olhar dirigido para a minha mão direita.
"Aliança de compromisso."
"Compromisso? Com quem?" Riu-se.
"Tu sabes muito bem com quem..."
Ele pegou na minha mão e fez deslizar a aliança pelo meu dedo até que a tirou por completo.
"Oops..." Disse franzindo a testa com um sorriso e a olhar-me nos olhos, quando a acabou de a tirar.
De seguida colocou um braço atrás da minha cintura e puxou-me, o que me fez chocar contra o seu peito. Colocou a aliança no meu bolso de trás aproveitado a oportunidade para me apalpar o rabo. Mordeu o lábio sempre com os olhos nos meus. Beijou-me sem aviso prévio, e sem pensar bem no que estava a fazer eu retribuí o beijo. Quando me dei conta do que estava a fazer fiz força com as mãos no seu peito e ele largou-me de imediato.
"O que é que se passa?" Perguntou com a sobrancelha franzida.
"Tu sabes perfeitamente que eu não posso fazer isto! Porque é que continuas a insistir?"
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Trust
Teen FictionJoana é uma estudante de 18 anos que entra numa faculdade nos Estados Unidos, o que a obriga a sair do seu país - Portugal. É na universidade que Joana vai conhecer o arrogante, sarcástico, convencido e player Sam Miller, um rapaz cuja fama não enca...