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"Meu amor..."

Ponto de vista do Sam

Acordei. A Sophie dormia no meu peito. Respirei fundo, e revirei os olhos a pensar no que tinha feito. Porquê Miller? Porquê? Queres mesmo voltar ao que eras antes? Peguei no telemóvel para ver as horas. Sete da manhã... podia ser pior. Por esta hora é meio dia em Portugal. Levantei-me da cama, e só então me apercebi de como me doía a cabeça... Foda-se meu! Ganha juízo que já tens idade para isso! - Repreendi-me a mim próprio.

Com a luz do telemóvel procurei as minhas roupas no chão e vesti-me. Já estava de saída quando a ouvi chamar.

"Sam..." Olhei para trás. "Ias embora sem dizer nada?" Fez um beicinho. 

Revirei os olhos. 

"Aaa... Eu ia mandar mensagem depois." Inventei na hora.

"Tu não tens o meu número Sam." Observou.

"É... pois é. Não tenho..." Atrapalhei-me um pouco.

"Porque é que não esperas que eu me arranje e vamos tomar o pequeno-almoço juntos?"

"Pois... eu tenho de... ir com a minha mãe..." Desculpa mais esfarrapada.

"Onde? Posso ir com vocês?"

"Não... nós vamos... é... é um almoço de família." Boa Miller... grande desculpa.

"Então se é só almoço ainda tens tempo de tomar o pequeno-almoço comigo. São só sete da manhã."

"É que... sabes, a minha família está longe, é uma grande viagem. Temos de abalar cedo."

"Hmm... a sério? E está onde a tua família?"

"Aaa..." Pensa rápido Miller... pensa rápido. "Santa Mónica." 

"Hm... está bem. Então nesse caso marcamos alguma coisa? Para depois?"

"Marcamos?" Franzi a sobrancelha. Na verdade eu só quero sair daqui.

"Sim... claro que marcamos." Sorriu. "Conheço uma pizzaria fantástica no centro da cidade, podíamos ir lá jantar um dia destes."

"Um jantar?" Perguntei, acho que meio assustado.

"Sim... Um jantar... Um encontro."

"Encontro?" Franzi a testa. Ok... estou mesmo muito assustado agora. 

"Sim... não achas uma ideia fantástica?" Sorriu.

"Olha... Sophie... não me leves a mal, não é nada de pessoal, mas eu não estou muito numa de encontros e relações, por isso... acho que vou indo. Vejo-te por aí."

Ela fez uma cara meio desiludida. 

"É pena... diverti-me imenso esta noite... Não podes reconsiderar?"

"Não mesmo." Forcei um sorriso. "Bem... até depois." 

Finalmente consegui sair do quarto e da casa dela... mas que grande cagaço... como-a e no segundo seguinte já me fala em encontros? É para fugir mesmo!

Chamei um táxi, e pedi para me levar em frente à casa do Brandon, onde foi a festa e onde tinha deixado o meu carro. Ao chegar lá arranquei com o meu velho Chevy e fui para casa. 

Em casa ainda todos dormiam. Estava um silêncio fabuloso, que para mim, para a minha ressaca e para a puta da minha dor de cabeça, parecia música. Fui tomar um duche. Ao sair limpei o vapor do espelho e olhei-me... Que cara mais desgraçada. Parece que não durmo há um mês. E... o que é isto? Olhei melhor e descobri que tinha pelo menos três chupões no pescoço. Foda-se! Já vou ter de ouvir toda a gente a perguntar o que foi isto... Definitivamente esta noite foi uma má... não, uma péssima ideia!