Eu estava absolutamente perdida nele. Aquele sabor, o perfume, o toque, o calor... Eu morri de saudades de cada detalhe do seu corpo, da sua voz, dos seu olhar e da forma como me faz estremecer apenas com um pequeno toque... a forma como me faz desejá-lo, apenas com meras palavras. Morri de saudade de sentir a sua respiração ficar pesada... e aqueles lábios...morri de saudades...NÃO! Não... o que é que eu estou a fazer? O que é que eu estou a pensar?
Parei o beijo. Ele ficou a olhar para mim.
"Sam... eu não posso!" Disse-lhe quase sem força na voz.
"Não podes porquê?"
"O Tyler... eu não posso fazer-lhe isto."
"Então liga-lhe... acaba com ele. Faz qualquer coisa."
"Eu não vou acabar com ele por telefone a meio da madrugada, 'tás doido?"
"Eu 'tou-me a lixar... estive um mês sem ti, e não aguento mais."
"Pois... mas nem toda a gente se 'tá a lixar para o mundo como tu Sam!"
Ele pareceu magoado com estas palavras.
"O que é que queres dizer com isso?"
"Quero dizer que nem toda a gente é como tu! Nem toda a gente ultrapassa as coisas tão facilmente! Tenho a certeza que o Tyler não vai comer uma amiga minha na noite após eu acabar com ele!" Atirei-lhe à cara.
"Amiga tua? Do que é que estás a falar?"
"Tu sabes muito bem do que é que estou a falar. A Ashley."
"O quê? Que Ashley?"
"A Ashley! Aquela que foi falar comigo no café, a perguntar por ti, e pela festa a que tínhamos ido na sexta-feira... A Ashley com quem me viste pela janela do teu dormitório! Essa Ashley! A mesma que tu comeste na noite a seguir a teres-te ido embora!"
Levantei-me da cama.
"Jo... eu estava bêbado... eu não fazia ideia que ela era tua amiga..."Respondeu sentado-se na cama, a observar-me de um lado para o outro no quarto. "E além disso, eu sei perfeitamente que também não estiveste sozinha essa noite!"
"O quê? Estás louco? É claro que estive sozinha!"
"Não me mintas! Eu vi!" Disse elevando o tom de voz e levantando-se da cama também. "Quando saí do quarto dessa gaja eu vim para aqui, para a frente do edifício! Tu tinhas luzes acesas quase ás cinco da manhã, e eu vi que estava duas pessoas aqui, através da cortina da janela!"
"Sim... tens razão. Estavam duas pessoas. EU E A KYLIE!" Respondi quase a perder o controlo. "A Kylie ligou-me de madrugada a dizer que tinha de vir aqui para me contar o que tu tinhas andado a fazer na festa!" Ele baixou a cabeça. "Achas que eu sou uma das tuas gajas para estar contigo de manhã e com outro qualquer a noite Sam?" Ele ficou sério.
Virei-lhe as costas e fui até à janela, onde fiquei parada, a olhar lá para baixo. A tentar impedir as lágrimas que se acumulavam de me escaparem. Ficámos em silêncio durante alguns instantes.
Ele começou a andar na minha direção. Parou atrás de mim, demasiado próximo e o seu calor percorreu todo o meu corpo. Desviou o cabelo do meu pescoço, com cuidado. Fez deslizar a mão desde o meu ombro, ao longo do meu braço, e até chegar à minha mão. Entrelaçou os dedos nos meus, e apertou gentilmente.
"Porque é que me deixaste ir Jo?" Perguntou a sussurrar no meu ouvido. "Porque é que me deixaste sair daqui a achar que não te faço bem?" Respirou fundo, perto do meu pescoço. Eu senti um arrepio. "Porque é que me deixaste fazer tantas merdas, se sabes perfeitamente que eu não sou aquilo?"
"E tu? Porque é que foste?" Perguntei tão friamente quanto me foi possível.
"Porque me fizeste duvidar da maior certeza que tinha... Fizeste-me duvidar de nós... Continuas a fazer."
"Tu prometeste que nunca me ias magoar sabias?"
"Eu sei...e sei que quebrei a promessa. E é por isso que agora não te prometo nada. Apenas que quero estar contigo."
"Sam... tu não podes ir e vir quando te apetece! Não podes sair e entrar da minha vida, virá-la ao contrário, e transformar a minha cabeça num nó, só porque sim!" Elevei a voz de novo. "Diz-me porque é que devo acabar com o Ty? Diz-me porque é que eu devo acabar com ele e correr o risco de tu fazeres de novo o que já fizeste! E diz-me porque devo acreditar em ti, depois de tudo o que fizeste, depois de teres acrescentado umas dezenas à tua lista, e de teres curtido todas as festas enquanto eu estava aqui, com a cabeça a andar à roda, sem ser capaz sequer de estudar!"
Ele largou a minha mão afastou-se de mim e elevou a voz.
"Não é bem assim...tu não estavas lá para ver! Eu passei dias sem sair do meu maldito dormitório só para não correr o risco de te encontrar! Eu passei semanas sem ir às aulas pelo mesmo motivo! Tu não sabes aquilo porque eu passei e não tens o direito de me atirar à cara coisas que eu não fiz! Ou por acaso eu pareci-te feliz e animado na festa de hoje?"
"Talvez não estivesse hoje, mas talvez estivesses nas outras... Foste tu próprio quem disse que fazes cenas muito fodidas... e eu não sei se quero estar envolvida nessas cenas... Aliás, por falar em cenas fodidas... não te bastava apanhares uma bebedeira todas as noites? Ainda tiveste de te meter a fumar ganzas? Eu não te conheço!"
"Não Jo... eu nunca estive animado em festa nenhuma! E sim, eu faço cenas muito fodidas, tipo vir para teu dormitório a meio da madrugada com uma puta de uma bebedeira em cima... E isso foi só uma vez... como se tu te importasses comigo de qualquer da formas..."
Como é que ele tem a coragem de dizer que eu não me importo com ele? Ele é a única coisa com que eu me tenho importado desde que cheguei aqui.
"Se eu não me importasse contigo tu já não estavas aqui!" Continuei sempre de costas para ele.
"Então estás a dizer para eu me ir embora? Na boa. Eu posso ir. Não seria a primeira vez."
"Não seria a primeira vez que sais do quarto de uma gaja qualquer a meio da madrugada, não é?"
"Não. Não seria a primeira vez que saio daqui completamente destruído e humilhado."
A minha cabeça estava um nó gigante. Porque é que eu o estou a tratar assim? Eu sei que ele não merece que eu fale assim com ele. Não consegui mais segurar as lágrimas, mas ele não viu, porque eu estava de costas. E porque é que eu tinha estado sempre de costas para ele? Ah sim... claro...porque eu sabia perfeitamente que se estivesse a olhar para ele não teria a coragem de lhe dizer tudo isto. No fundo eu acho que só estou a tentar convencer-me a mim mesma das coisas que estou a dizer-lhe a ele. Estou a tentar convencer-me a mim mesma de que não é ele que eu quero, e que o melhor para mim é ficar com o Ty.
"Mas e tu Jo? Criticas-me tanto por andar com umas e outras... mas ao menos eu não as engano... já tu. Tu gostas dele ao menos? Ou estás só a usá-lo para te confortares?" Gritou.
Senti uma tontura.
"Não grites mais comigo Sam..." Pedi com uma voz fraca e trémula, enquanto uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
Caí no chão.
"JO!" Vi-o vir na minha direção. E depois, tudo ficou escuro.
Eu sei que não vão gostar muito deste capítulo, mas tenham calma, hoje ainda vai sair outro.
E descansem que eu não matei a Joana :P
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Logo há mais :D
Kiss <3
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Trust
Teen FictionJoana é uma estudante de 18 anos que entra numa faculdade nos Estados Unidos, o que a obriga a sair do seu país - Portugal. É na universidade que Joana vai conhecer o arrogante, sarcástico, convencido e player Sam Miller, um rapaz cuja fama não enca...