"Não vou a lado nenhum!"

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O carro travou a milímetros de mim. Eu fiquei paralisada. O Sam viu o que estava a acontecer, parou de bater ao Tyler, e desceu a escadaria a correr na minha direção. Agarrou no meu braço e puxou-me para fora da estrada. 

"Estás bem?" Eu acho que estava em estado de choque.

"Estou."

"Jo, por amor de Deus... o que é que te passou pela cabeça para atravessares a estrada e te mandares para a frente do carro?"

"Eu não vi o carro... desculpa. Só não queria que andasses à briga... tu sabes o que vai acontecer."

Levantei os olhos do chão e olhei para a cara dele. Estava a sangrar do lábio e do nariz, tinha o olho a começar a inchar. 

"Anda, vamos." Ordenei a suspirar. Eu já sei no que é que isto vai dar.

"Vamos onde?"

"Para casa, tratar dessa cara, para onde queres que seja?"

Ele assentiu com a cabeça, fomos buscar as nossas coisas que continuavam na escadaria. O Tyler ainda estava lá sentado, ao lado da Ashley que lhe deixava carícias no rosto, onde estava negro, e lhe limpava o sangue com um lenço de papel.

Voltámos para o dormitório, fomos diretamente para a casa de banho. Ele sentou-se num banco encostado à parede com a cabeça inclinada para trás e eu comecei a limpar o sangue com um algodão e água oxigenada.

"Sabes que a culpa não foi minha Jo... ele chegou logo ao murro, eu não ia bater-lhe..."

"Eu sei, mas mesmo assim. Acho que desta não te safas. Tu ouviste o que a Susan disse quando esteve aqui."

"Eu sei..."

"E se fores expulso? O que é que vais fazer?" 

"Tenho de voltar para São Francisco..."

"E não há um plano B? Que não envolva ficares a milhares de quilómetros de mim?"

Ele suspirou e olhou para baixo. 

"Não...Os meus pais nunca me iam deixar ficar em Detroit depois de ter sido expulso da universidade..."

"Bonito serviço Miller..." Disse baixinho. 

O telemóvel dele tocou. 

"Tou Ryan?" Atendeu. "Sim... ok, vai lá e diz que estou a ir." 

"O que se passa? Estás a ir onde?" Perguntei.

"Adivinha..." Disse levantando-se do banco e dirigindo-se à porta do dormitório. "Fui chamado ao Mr. Peterson..." Claro... que previsível. 

"Eu vou contigo."

"Não, não vais." 

"Vou sim! Eu também tenho a minha cota parte de culpa nisto ok?"

Ele passou as mãos pelos meu braços.

"Jo... bem basta eu fuder-me sozinho, não preciso que te fodas também por minha culpa, ok?"

"Mas---"

"Não! Já disse. Eu não vou deixar que te lixes. Mas anda, eu dou-te boleia de volta para as aulas."

Ponto de vista do Sam

Voltámos para o edifício dos auditórios, onde fica o escritório do Mr. Peterson:

"Vá... vai para a aula que eu já vou lá ter." Disse à Jo.

"Não, eu vou contigo até ao escritório, depois fico cá fora a espera."

"E vais faltar à aula?"

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