Ponto de vista do Sam
"Mas e tu Jo? Criticas-me tanto por andar com umas e outras... mas ao menos eu não as engano... já tu. Tu gostas dele ao menos? Ou estás só a usá-lo para te confortares?" Gritei mais alto do que era suposto.
Eu não sei o que se passa na cabeça dela, ou porque me afasta. Eu não acredito que ela sinta as coisas que diz. Quando nos beijamos ninguém pode negar, e perguntem aos deuses se quiserem, ela gosta de mim! É a mim que ela quer! Porque continua a negar se eu agora estou aqui? Isso tira-me do sério! E porque continua de costas para mim? Porque é que não diz o que tem a dizer a olhar para minha cara?
"Não grites mais comigo Sam..." Pediu com a voz que tem sempre antes de começar a chorar.
Eu sou mesmo uma besta! A única coisa que sei fazer e deixá-la a chorar... Ia aproximar-me dela para lhe pedir que olhasse para mim quando ela caiu no chão.
"JO!" Corri para ela.
Bonito serviço Miller... não acredito que ela desmaiou e a culpa é minha. Porque é que eu tenho de ser assim tão mind fucking?
Não sabia o que fazer e o desespero instalou-se, peguei-a ao colo e deitei-a na cama.
"Jo, acorda pelo amor de deus!" Nada...
Voltei a pegar nela ao colo, desci as escadas o mais rápido possível e deitei-a no banco de trás do carro. Enquanto conduzia na direção da enfermaria do campus,a uma velocidade bastante mais elevada do que a permitida peguei no telemóvel para tentar ligar à Kylie.
"Olá, aqui fala a Kylie, agora não posso atender a tua chamada, mas deixa mensagem depois do sinal e eu ligo de volta logo que possível." BIP.
Atirei o telemóvel para o banco do pendura, acelerei ainda mais, com os olhos rasos de lágrimas.
Chegámos à enfermaria, eu tirei-a do carro, e entrei. Logo que me viram com ela nos braços duas enfermeiras correram até mim e outra foi buscar uma maca.
"O que é que aconteceu?"
"Não sei, ela desmaiou..."
A maca chegou e eu deitei-a na mesma, no entanto nunca larguei a sua mão. Levaram-na para uma sala e enquanto uma das enfermeiras lhe media a tensão, e fazia mais testes, outra enfermeira mandou-me sentar e começou a fazer-me perguntas:
"Ela bateu com a cabeça?"
"Não... acho que não..."
"Ingeriu bebidas alcoólicas?"
"Um copo de cerveja no máximo... não o suficiente para desmaiar."
"Ela ingeriu outro tipo de substâncias?"
"Claro que não!"
"Tem historial de epilepsia?"
"Acho que não."
"Estavam num local muito movimentado na altura em que ela desmaiou?"
"Não."
"Ela está a passar por alguma situação que lhe possa causar demasiado stress?"
"Sim..." Respondi com a cabeça baixa.
Estava e a culpa era minha. A enfermeira levantou-se da cadeira onde estava sentada à minha frente. Eu levantei-me também e fui até ao pé da maca. A enfermeira que estava a tratar dela, provavelmente condoída da expressão de desespero que eu devia ter na cara, tentou tranquilizar-me.
"Foi só uma quebra de tensão... ela fica bem."
"Porque é que ainda não acordou?"
"Há-de acordar daqui a pouco, quando a tensão estabilizar mais."
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Trust
Teen FictionJoana é uma estudante de 18 anos que entra numa faculdade nos Estados Unidos, o que a obriga a sair do seu país - Portugal. É na universidade que Joana vai conhecer o arrogante, sarcástico, convencido e player Sam Miller, um rapaz cuja fama não enca...