"Desculpa Sam..."

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Ponto de vista da Jo

"Acontece que eu não quero." Tentei soltar o meu braço mas ele não deixou.

"É claro que queres Joana... não te enganes a ti própria." 

"Larga-me." Ordenei friamente.

Ele finalmente largou-me, eu verei as costas, e ele voltou a segurar a minha mão. Posicionou-se atrás de mim, desviou o meu cabelo para a frente.

"O que é isto?" Perguntou com a boca próxima do meu ouvido.

"Isto o quê?" Fingi-me desentendida. 

"A tatuagem... desde quando é que fazes tatuagens?"

"Desde que o corpo é meu e eu faço o que eu quiser dele..." Voltei a tentar soltar a minha mão. "E pára de me segurar. Estás a irritar-me com isso." Ele largou-me. 

Eu andei a passos largos de volta para dentro do bar. Ele ficou lá fora durante mais algum tempo. Mal me viu entrar a Dani veio ter comigo. 

"Então? O que é que aconteceu?"

"Nada. Só falámos."

"Mas estás bem?"

"Não podia estar melhor... então? Vamos divertir-nos ou não?" Perguntei em tom de desafio. 

"Quem és tu e o que fizeste à Joana?" Franziu a sobrancelha. 

Eu ri-me e dirigi-me ao balcão. Olhei para trás onde ela estava parada a olhar para mim.

"Aposto que consigo dar cabo de ti nos shots... és uma fraquinha." Provoquei.

Ela riu-se e veio ter comigo ao balcão. Bebemos bem mais do que devíamos. Senti-me mal por ter arrastado a Dani para uma bebedeira comigo, quando na verdade eu precisava de me embebedar sozinha. Isto não é nada coisas que eu costumasse fazer. Quando eu tinha algum problema, normalmente resolvia-o. Acho que apanhei este mau hábito de me refugiar na bebida com o Sam. 

Do nosso grupo de amigas só eu e Dani permanecíamos no bar. Olhei para o relógio... 5 da manhã.

"Dani... devíamos ir andando para casa."

"O quê? Já? Não... vamos ficar mais um bocadinho..." Respondeu enquanto dançava agarrada com o Pedro, um dos rapazes do grupo do Luís. 

"Eu vou agora... a não ser que queiras ir sozinha, acho que devias vir comigo."

"Eu tomo conta dela." O tal Pedro ofereceu-se. 

"Sim... ele toma conta de mim." A Dani reafirmou piscando-me o olho. 

Eu revirei os olhos.

"Ok... ok... como queiras." 

Virei as costas e dirigi-me para a saída, a olhar para o telemóvel, na tentativa de ligar a alguma das minhas amigas para que me abrissem a porta de casa quando chegasse. Nisto senti-me esbarrar contra alguém. Pedi desculpa sem desviar os olhos do telemóvel.

"Estás bem?" Perguntou uma voz familiar. "Queres que te leve a algum sítio? Não me pareces muito sóbria."

"Eu estou ótima Luís. Obrigada."

"Para onde vais?" Perguntou com um ar preocupado, segurando o meu braço.

"Não te interessa." Tentei soltar-me, mas ele não deixou.

"Joana... para onde vais?" Perguntou mais sério.

"Para casa. Podes largar-me?"

"Eu levo-te."

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