Acabámos de almoçar e voltámos para o campus. Fomos a cantar as músicas do rádio em altos berros, e a rir um do outro quase todo o caminho, até que o Sam decidiu introduzir uma conversa.
"Hey babe..." Olhou para mim, dirigindo de novo a atenção para a estrada, logo de de seguida. "Achas que podia ficar contigo o resto do fim-de-semana?"
"Como assim ficar comigo?"
"No teu dormitório."
"Ah isso... sim claro."
"E durante a semana?" Soltei uma risada.
"Podes ficar até quando quiseres Sam." Ele suspirou.
"Se ficasse até quando quisesse já não voltava para o meu dormitório... tipo nunca mais. Detesto ter de ouvir o Ryan a ressonar..." Rimo-nos os dois. "Estou a falar a sério... é horrível... ele parece um trator." Eu desfiz-me a rir.
"Podes ficar o tempo que quiseres no meu dormitório, porque agora até fiquei com pena de ti...aliás, eu não vejo motivo nenhum para voltares para o teu... o meu é bem melhor."
"Obrigado babe. És a maior." Disse que um enorme sorriso.
"Dá-lhe graxa..." Brinquei.
"Então nesse caso amanhã vens comigo buscar as minhas cenas ao dormitório? O Ryan não deve estar lá de qualquer forma."
"Ok, não há problema."
Com isto ele levantou o som do rádio e continuámos o nosso "mega-concerto" no carro.
Passámos o resto do sábado a ver televisão aconchegados na cama. No domingo, acordámos não muito tarde, preparámo-nos para sair e fomos para o carro.
Ele parou o carro em frente ao edifício do seu dormitório, fomos até ao primeiro andar, ele tirou a chave do bolso e abriu a porta. O dormitório estava sem ninguém, o Ryan não estava lá. Não era muito grande, tinha duas camas mas apenas um guarda-roupa que eles dividiam. O Sam tirou uma mala de desporto enorme, que estava debaixo da cama, apontou para um armário de gavetas.
"As primeiras quatro gavetas são as minhas, podes pôr as roupas aqui para dentro."
Enquanto eu comecei a tirar roupa das gavetas e colocar na mala, ele começou a tentar descobrir, no guarda-roupa, que peças eram dele e que peças era do Ryan.
Acabei de esvaziar a primeira gaveta. E vi que estava algo no fundo. Aclarei a voz com duas tossidelas fingidas para que ele me desse a sua atenção. Ele olhou para mim.
"Que foi?"
"Isto também é para ir?" Perguntei a rir, segurando a caixa de preservativos que tinha encontrado no fundo da gaveta.
"Deixa-me pensar..." Fingiu uma expressão pensativa. "Vamos ver os prós e contras de levar a caixa..." Continuou com a brincadeira. "Crianças são giras... são fofas...no entanto choram que se danam, dão um trabalho do caraças, e tu tens 18 anos...não me pareces pronta para essa responsabilidade... então eu aconselho-te a levar a caixa."
"O que é que queres dizer com 'eu não pareço pronta'? Achas que tu tens capacidades de responsabilidade por acaso?" Fingi-me ofendida.
Ele riu-se.
"Claro... eu estou perfeitamente pronto."
"Pff... pois pois... nem sabes tomar conta de ti, quanto mais de um bebé..." Brinquei.
Ele veio até ao pé de mim e abraçou-me por trás.
"E tu também não...Por isso é que te arranjei a ti para tomares conta de mim." Deu-me um beijo na bochecha. "E por isso é que tu estás comigo para eu tomar conta de ti." Deu-me um beijo na outra bochecha. "E também por isso, é que daqui a uns anos vamos poder tomar conta de um bebé os dois juntos, porque um sem o outro não fazemos nada." Concluiu deixando um beijo suave nos meus lábios, e voltado ao que estava a fazer.
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Trust
Teen FictionJoana é uma estudante de 18 anos que entra numa faculdade nos Estados Unidos, o que a obriga a sair do seu país - Portugal. É na universidade que Joana vai conhecer o arrogante, sarcástico, convencido e player Sam Miller, um rapaz cuja fama não enca...