Ezra's POV:
Aqueles pensamentos relacionados a Aria Montgomery continuavam a me atordoar, a me tirar o sono. Na verdade isso ocorria as vezes realmente, quando o meu próprio sono não estava sendo tomado por um sonho. Um mais estranho que o outro. Jullie, estava no escritorio comigo, estavamos conversando um pouquinho.
Jullie: Ta quietinho, o que foi?
Ezra: To normal, de verdade.
Jullie: Você está com cara de sono, e parece perturbado.
Ezra: Dormi meio mal noite passada, fiquei cheio de sonhos.
Jullie: Conta.
Contei a ela que aqueles sonhos mexiam comigo, eram muito estranhos e ao mesmo tempo muito significativos, e pareciam muito reais.
A história era mais ou menos assim:
"Estava na praia fazendo minha caminhada matinal e vi uma mulher com um cachorro e uma criança brincando na areia. Aproximei-me e a reconheci, era a Aria. Ela me cumprimentou normalmente. Fiquei analisando ela por um tempo . Seus cabelos já não tinham a mesma cor, eram loiros e curtos, e seus olhos já não transpassavam a mesma arrogância, dessa vez o sentimento que prevalecia nos olhos dela, era de pureza, a calma, a serenidade que a deixava totalmente mais bonita do que antes. Eu acabava a encontrando pessoalmente depois de muito tempo e descobrindo do seu marido, e do filho que estava por vir. Conversávamos como amigos, ou apenas como conhecidos. Perguntávamos um da vida do outro e em nenhum momento tocávamos no assunto gravidez, pelo menos não por muito tempo. Olhei aquela criança, que não era loira como ela, tinha olhos azuis e os cabelos cacheados e escuros como os meus. A duvida que tomava conta do meu ser, me aterrorizava. Em questão de segundos uma pergunta que eu sempre sonhei em fazer tomou conta dos meus lábios. Perguntei a ela se aquela criança não era minha. Ela dizia com certeza, com segurança, que o filho não era meu e que estava muito feliz do jeito que estava. Ela dava um sorriso, mas via que não era o mesmo que ela dava antigamente. Continuamos conversando por um tempo até que alguns fotógrafos nos cercaram. Ela foi dar atenção a eles e acabei saindo dali e indo para a casa. Fui tomar banho e a cena daquele dia ficava na minha cabeça. Um problema, um conflito. Uma proibição, uma chance e todos aqueles sentimentos estavam totalmente ligados. A proibição, o desejo de tê-la comigo misturado com a alegria de vê-la bem, de ver que ela havia melhorado, e para melhor. Vê-la feliz, e com uma família formada, mas pensar que quando ela chegasse em casa, não seria eu que ela encontraria. Ela foi para a casa e ao chegar lá, o seu marido a esperava na sala, brincando com uma outra criança, essa era menor."
Ezra: Foi isso. Ai eu acordei. Acordei assustado, e a ultima cena que eu vi foi ela na casa dela com o marido e as crianças.
Jullie: Ezra, você está perdidamente apaixonado meu amigo.
Ezra: Claro que não Julie, foi apenas uma noite e só isso.
Jullie: Com a a possibilidade dessa criança ser sua.
Ezra: Exatamente. POSSIBILIDADE, ela já pode ter ido pra cama com tanta gente, porque o filho seria meu?
Jullie: Ezra! - Ela me chamou a atenção. – Esse filho pode sim ser seu.
Ezra: Como pode não ser.
Jullie: Ahan. Temos essas duas opções, e o que te faz acreditar que o filho não é seu?
Ezra: Como eu já disse, ela já pode ter ido pra cama com muita gente. E você o que te faz acreditar que o filho pode ser meu? – Perguntei com desdém.
Jullie: A reação que você teve quando descobriu que ela estava grávida. A duvida que te tomou e isso você não pode negar. – Fiz que sim com a cabeça. – A ligação que vocês tem. Esses sonhos com a própria Aria, ou até mesmo com apenas algumas crianças. Tem essa sua mudança repentina. E também a Aria sumiu totalmente do foco das lentes, e principalmente dos focos da sua revista.
Respirei fundo, sabia que tudo aquilo que ela falava fazia sentido, tinha algum fundamento, mas era difícil admitir aquilo para mim mesmo, ou até mesmo para ela. Ouvir aquilo era como um choque de realidade para mim, onde todos os meus pensamentos e as minhas duvidas tivessem saído pela boca da Ju.
Ezra: Mas por que ela não me contaria que está esperando um filho meu? – Dizia com a cabeça e o tom de voz baixo.
Jullie: Medo de você não querer aceitar a criança. Medo do que as pessoas e as revistas de fofoca diriam sobre ela. Medo de ser rotulada como vagabunda, por ter transado bêbada com um cara que ela não tinha nada e que nem conhecia direito. Medo de não ter apoio. Medo, medo, medo e insegurança.
Ezra: A Aria, insegura, ou com medo? Não, ela não parece sentir nada disso, ela é forte, e mostra isso a todo momento.
Jullie: Todos temos uma mascara, meu anjo. Todos a usamos quando mais necessitamos. Você já pensou que essa arrogância dela e uma forma de proteção? Já pensou o tanto que ela sofreu por ser famosa e as pessoas ficarem em cima dela? Muita gente se aproveitando e querendo algo em troca. Ela deve usar essa arrogância como forma de se proteger dessas pessoas.
Ezra: UAU, foi um choque de realidade isso para mim. – Ela se levantou da cadeira e veio em minha direção. Me deu um abraço confortante.
Jullie: Desculpa se disse algo que você não queria ouvir, é que disse tudo que estava pensando, acho que é meu papel como amiga, te ajudar quando você precisa.
Ezra: Não precisa pedir desculpa, você me ajudou.
Jullie: Vou te deixar pensando ai então. – Ela beijou o topo da minha cabeça e saiu da sala, me deixando ali pensativo.
Não conseguia dizer nada. Todos nós temos momentos de fraqueza, e eu não conseguia imaginar isso na Aria, não a via como uma pessoa comum, pelo menos não para mim. Para mim ela era diferente.
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Espero que gostem, o próximo sai mais tarde. Comente e fantasminhas apareçam!!
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Desencontros do Amor - Ezria
RomanceEzra e Aria se conhecem em um desfile de moda. Ela é uma modelo internacional muito famosa e ele é dono de uma das revistas de moda mais famosas do país. Depois de muito beberem acabam indo para a cama. Aria acaba ficando grávida, mas não conta que...