Capítulo 45

453 16 4
                                    

Aria's POV:

Seu olhar tão penetrante parecia invadir o meu ser. Sua boca rosada, para a qual meu olhar sempre desviava parecia chamar mais atenção do que todo o resto. Minha vontade de tê-lo era grande, e juntamente como nós planejávamos, sonhava em sumir do mapa com ele, pra um lugar onde só existisse nós três.

Ezra: Entra. – Disse sem graça, dando a volta e entrando no banco do motorista.

Fiz como foi dito e logo em seguida, coloquei o cinto de segurança. Um cheiro subiu no ar. Perfume, perfume feminino da Jackie, que acabou me recordando de tudo, tudo mesmo.

Ele parou o carro na porta. Desceu do mesmo e pegou a Lisa no banco de trás. Eu sai e tirei as chaves da bolsa. Tranquei o carro para ele e fomos entrando no prédio e em seguida no apartamento.

Ezra: Coloco ela no quarto?

Aria: Por favor...

Ele foi até lá e eu me sentei no sofá da sala. Encostei a minha cabeça na beirada do sofá e fechei meus olhos, massageando minha cabeça que estava querendo doer. Ouvi alguns barulhos e abri meus olhos, o Ezra chegava na sala.

Aria: Ela dormiu?

Ezra: Sim. – Se sentou no sofá e o silêncio dominou o ambiente. Era estranho ficar com ele, dentro da minha casa e o silêncio prevalecer assim. Fechei meus olhos novamente, e fiz como antes, massageando minha cabeça. – Dor de cabeça?

Aria: É... sempre tenho quando...

Ezra: Quando não dorme a noite inteira. – Me interrompeu. – é, eu ainda lembro. – Senti minhas bochechas ficarem vermelhas. – Lembro também que minha massagem sempre amenizava, ou pelo menos era isso que você dizia. – Se levantou do sofá e veio até mim.

Aria: Não faz muito tempo que isso aconteceu, é normal você se lembrar. – Pausa. – E sim, elas sempre me ajudaram bastante, sempre melhoraram bastante. – Sentou-se ao meu lado.

Ezra: Posso? – Se referiu a massagem e eu assenti. – Senta aqui. – Fiz como foi mandado e sentei-me no chão de frente para ele que abriu as pernas, me deixando encostar no sofá.

Senti quando suas mãos quentes tocaram minhas têmporas e começou a massagea-las em formato de circulo. Realmente aquilo amenizava, mas quando era feito por ele, parecia remédio. Ele sabia exatamente como fazer, não era nem muito forte, nem muito fraca, o ideal. Meus olhos estavam fechados apenas sentindo o seu toque, quando ele parou.

Aria: Que foi?

Ezra: Não quer dormir? Melhora. – Disse cuidadoso, me fazendo sorrir, fascinada.

Ari: Pode ser. – Ele se levantou do sofá e eu me deitei no mesmo, de lado. Ele se sentou, ficando de frente pra mim. Fazia cafuné em mim, enquanto ainda estava de olhos fechados...

Ezra: Vou tentar não esquecer. – Cantarolou. – As palavras que você, disse antes de partir, vou levar você, comigo onde for, mesmo quando não, mesmo quando for. – Abri meus olhos. – Sabe quando vi você, o meu tempo quis parar, nos teus olhos encontrei, a razão pra não deixar mais de sonhar, mesmo quando não, mesmo quando for – Molhou os lábios e diminuiu o tom da voz, se aproximando de mim, com os olhos fixos nos meus lábios. – Onde estiver, vou te esperar.

Cantou a ultima frase como se apenas dissesse e não a cantasse. Se aproximou de mim tocando nossos lábios secos. Minha mão foi a sua nuca e a sua acariciava o meu rosto.

Sua língua passou por todo o contorno da minha boca me deixando mais entregue do que era possível. Eu sabia que aquilo era errado, eu sabia que não devia fazer o que estava fazendo, mas foi inesperado, foi romântico e eu não consegui me segurar. Abri minha boca dando passagem para sua língua que logo encontrou a minha, me causando aqueles calafrios que só ele fazia eu conseguir sentir com apenas um beijo. O ar foi faltando e nos separamos. Ele limpou uma lágrima na minha bochecha e eu fiquei olhando para baixo, desviando ao máximo de olhar nos olhos dele.

Desencontros do Amor - EzriaOnde histórias criam vida. Descubra agora