Capítulo 19

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Aria's POV:

Os dias, ou melhor os meses, se passavam rapidamente. A Elisa já estava com 8 meses e já tentava tentando dizer algumas coisas. Suas expressões já eram mais fixas, seus sorrisos mais constantes e minha alegria então, nem se fala.

Hanna: Cheguei amiga!

Aria: To no banheiro, dando banho na Lisa, Hanna!

Ela logo apareceu na porta e deu um beijo no meu rosto.

Hanna: Tudo bem?

Aria: Tudo - suspirei -E você?

Hanna: Comigo sim, mas você eu já não garanto muito não. Te conheço amiga. O que está te chateando?

Aria: O dinheiro está acabando Han. Tinha uma boa poupança, mas ela está se acabando. São pacotes e mais pacotes de fraldas para a Lisa, ajudar em casa e tudo mais. Eu não sei o que eu vou fazer da vida.

Hanna: Já pensou em trabalhar?

Aria: Logico, é a única solução. Mas e a Lisa, com quem eu deixaria?

Hanna: Com a minha mãe, você acha ruim?

Aria: Mas ela trabalha Hanna

Hanna: Ela adora crianças, e aposto que não acharia ruim de você deixar a Lisa com ela. Ela sonha com um neto, mas nem um namorado eu tenho quanto mais um filho né?!

Aria: Eu também não tenho um namorado, mas enfim. – Rimos do meu comentário totalmente desnecessário.

Hanna: E então o que acha dessa ideia?

Aria: Mas e trabalhar? Alguma dica?

Hanna: E se você trabalhasse na Modelyne? Você entende de moda e tudo mais!

Aria: Tá louca, Hanna? Trabalhar com o pai da minha filha??

Hanna: E ele sabe que é o pai da criança? Não Aria, ele não sabe.

Aria: Aah , eu não sei.

Hanna: Aria, você está precisando de dinheiro e lá você vai poder trabalhar com o que gosta, vai ter tempo para a sua filha, vai ganhar, não tanto quanto ganhava antes, mas garanto que vai te ajudar. O dinheiro que você tem guardado não é eterno e você está sabendo muito bem disso.

Aria: Ok, vou pensar ta?! – Ela deu um beijo na minha testa e saiu do banheiro. Eu tirei a Elisa da banheira, sequei-a e vesti um macacão vermelho nela que ficou linda.

Fui para o meu quarto e sentei-me confortavelmente. Já estava a noite, quase 9 horas e esse estava sendo o único horário que ela ainda estava mamando. Sentei-me na cadeira e tirei meu seio para fora. Ela se ajeitou ali e logo mamou. Como a frequência com que ela mamava estava totalmente mudada, completamente menor, meu leite estava meio que acabando, aos poucos mais estava, a minha produção já não era tão grande mais.

Ela logo adormeceu e coloquei-a deitada em seu berço. Agarrou um lençolzinho que estava jogado ali e se aconchegou. Era mania dela de dormir com aquele maldito lençol na mão, se não estivesse com ela por perto, não dormia de maneira nenhuma. Sorri ao ver a cena, ela estava cada dia mais linda.

Aria: Boa noite filha. – Passei meus dedos pela sua bochecha e logo em seguida depositei um beijo no topo da sua cabeça.

Liguei a baba eletrônica e saí do quarto fechando a porta. A Hanna estava na sala assistindo televisão. Fui para o meu quarto e tomei banho. A água quente caia sobre meus ombros me relaxando.

Coloquei uma camisola preta de tecido fino e meio curta. Penteei meu cabelo que estava molhado e deixei eles cairem sobre meus ombros. Coloquei uma sandália e fui para a sala onde encontrei a Hanna indo para a cozinha com uma calça jeans e uma blusa, era simples mas estranho ela estar de roupa em casa quase 10 horas da noite.

Aria: Tá fazendo o que de roupa?

Hanna: Queria que eu estivesse pelada?

Aria: Idiota. – Bati no braço dela enquanto riamos.

Hanna: Me ligaram lá da editora, as meninas da recepção falando que eu esqueci uns papeis importantes em cima da minha mesa e alguém vai vir me trazer.

Aria: Porque não pega amanha?

Hanna: Porque fiquei sabendo que amanha tem gente que vai no pediatra e eu queria ir junto.- Ri dela enquanto a mesma pegava leite condensado no armário. – Brigadeiro?

Concordei e ela colocou as coisas na panela. O interfone tocou e eu atendi. O porteiro disse que alguém subiria para entregar os tais papeis, mas como eu estava de pijama e a Hanna com a panela no fogo, pedi para que subisse.

Aria: Tão subindo já.

Não falei para ela deixar que eu fizesse o brigadeiro porque o dela é o melhor. A campainha tocou e ela me olhou como se perguntasse se eu iria realmente atender e eu apenas levantei do banquinho e fui até a porta abrindo-a.

Com um sorriso atendi a porta, mas ele rapidamente foi desfeito quando eu vi quem era. Ele olhava para baixo e tinha uma mão no bolso e olhava para seus pés. Seu olhar foi subindo até encontrar o meu, foi como em câmera lenta. Percebi ele analisar cada canto do meu corpo, inclusive as minhas pernas que estavam de fora e me senti um pouco constrangida, pouco não muito, pois ele praticamente babava por elas. Tentei disfarçar e desviei meu olhar.

Desencontros do Amor - EzriaOnde histórias criam vida. Descubra agora