Capítulo Um

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Era tudo muito bonito, eu não podia negar,em São Paulo seria impossível ver tanta variedades de vegetação,e tantas cores.
A medida que o trem fazia sua peregrinação sobre os trilhos eu obeservava as belas paisagens catarinenses.

Quando o veículo fez uma curva as primeiras casas começaram a surgir,a arquitetura germânica predominava,eram belas construções
Alvorada era uma cidade pequena,e a placa de boas vindas na entrada da cidade informava o número de habitantes,5.345.
-"Bem vindo a alvorada do sul,que sua estadia seja marcada de bons momentos."
Era uma frase simpática para ser lida logo na chegada,esperava que não fosse apenas uma frase agradável em uma placa, mas a pura verdade, esperava mesmo ter bons momentos ali.
Embora saber que teria um emprego e um této já era bastante confortador.

Felizmente tinha conseguido alugar um chalé pela Internet, o que facilitou bastante minha vida, infelizmente tive que vender meu amado carro por bem menos do que ele valia,tudo feito as pressas.
Fora muito difícil ter que me desfazer dele,eu demorara muito tempo para conseguir comprá-lo, mas não tive outra alternativa.
Mas agora estava feito e ali estava eu,recomeçando em uma cidadedizinha do interior com exatos 5.345 habitantes ou melhor agora eram 5.346.

Desembarquei do trem na estação local e me senti naqueles filmes antigos em preto e branco,se as pessoas que cruzavam por mim estivessem usando roupas de época eu poderia jurar que aquele trem era uma máquina do tempo

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Desembarquei do trem na estação local e me senti naqueles filmes antigos em preto e branco,se as pessoas que cruzavam por mim estivessem usando roupas de época eu poderia jurar que aquele trem era uma máquina do tempo.
A plataforma era como aquelas antigas, muito diferentes das modernas estações, dos metrôs Paulista,toda em madeira, inclusive o assoalho gasto.
O telhado era de telhas avermelhadas, e a pintura branca já descascava em alguns lugares, mas era bonito na sua rusticidade.

Algumas pessoas me olhavam curiosas,eram na maioria loiros e sardentos.
Sorri e cumprimentei todos que encontrei pelo caminho,sempre fui muito expansiva e comunicativa e esperava me dar bem com os moradores da cidade.
As ruas de alvorada eram muito limpas e haviam canteiros de flores por toda parte,cruzei por um mercado,uma mercearia e algumas lojistas simpáticas,me demorei um pouquinho diante de uma, que vendia os chocolates mais apetitosos que já havia visto , certamente aquela seria a primeira loja que eu iria visitar quando estivesse instalada.

Segui carregando minhas malas pela calçada, precisava arranjar um táxi, não avistara nenhum no caminho até ali, mas deveria haver um ponto de táxi em algum lugar.

Quando já não aguentava mais arrastar minha bagagem,sem rumo, resolvi pedir informação,havia um bar uns metros a frente, fui até lá.

Quando entrei recebi vários olhares masculinos,não havia uma única mulher no recinto,as garotas dali não deviam ser chegadas num happy hour.

Em São Paulo,Mel e eu costumávamos frequentar um bar muito acolhedor na Augusta,vendiam uma ótima cerveja artesanal lá, uma cerveja não cairia mal depois daquela longa viagem,a propósito.

Me aproximei do balcão arrastando minhas malas, trouxera o mínimo de coisas possíveis, mesmo assim enchera duas malas grandes.
O atendente era um senhor com uma imensa barriga e grossa barba grisalha,ele me avaliou curioso.
- olá moça.
- olá senhor....?
Dei tempo para ele me dizer seu nome.
-César.
- Muito prazer senhor César-estendi a mão por sobre o balcão,recebendo um aperto firme do atendente - sou Lorena Assis.
-A nova professora.
Eita, as notícias por ali se espalhavam rápido.
-Sim,acabei de chegar e precisava arranjar um táxi, o senhor podia me dizer onde fica o Ponto.
- Se mal lhe pergunte,aonde tá hospedada moça ?
-Aluguei um chalé no flor da terra.
O homem deu uma sonora risada.
-Então a moça tá com sorte,tem alguém indo pra aqueles lados agorinha.
O homem olhou além de mim.
- Ei Pedro,que tal dar uma carona pra moça aqui.
Segui o olhar de César e esqueci como respirar por alguns segundos,recostado no umbral da portal lateral, em uma postura relaxada,uma mão no bolso do jeans surrado e na outra um copo,estava o homem mais perturbadoramente bonito que eu já havia visto.
Pedro.

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