Capítulo Vinte E Oito

2.5K 316 43
                                    

Oi gurias,dando uma passadinha para agradecer pelas quase 14 mil leituras,e claro pelos votos e comentários de vocês.
Muiiito obrigado!!
Espero que gostem do capítulo de hoje, boa leitura 📖.
😊😊💝💕
Bjs!

Pedro ☕

Senti seu perfume antes mesmo de me voltar para vê-la parada na entrada da pequena agropecuária onde eu costumava comprar ração para meus animais.
Parecia muito jovial metida em jeans rasgados e camiseta dos Beatles, os tênis All star brancos eram iguais a uns que Benjamin possuía.

Ela me olhou sem disfarçar a surpresa de me ver ali e bagunçou a cabeleira cacheada em um gesto de claro nervosismo.
Sorri diante de sua reação.
Não nos viamos desde do dia em que tinhamos nos beijado,no chalé onde estava hospedada.
Estava,Ben me contará que ela havia se mudado para um endereço fixo.
-Bom dia, dona!
Me recostei no balcão de madeira e dei um sorriso torto, Lorena acenou com a cabeça e se aproximou.
-Bom dia senhor Mallmann.
"senhor Mallmann "a sua tentativa de me tratar com frieza não me fez recuar.
-Não precisa ser tão formal Lorena, já temos "alguma"intimidade.
Ela estreitou o olhar diante da minha frase dual.
-Okay ,Ogro!
Falou aquilo, e se voltou para o atendente, que nos obeservava sem entender nada.
Então era isso que a professora me considerava, um ogro.
- Bom dia, preciso de uma boa ração para cachorro,é um filhote, shampoo antipulgas e uma coleira,por favor.
Falou para Vitor, o jovem veterinário.
Ela realmente adotara o filhote de colin, fiquei satisfeito em saber que o dono do animal não tinha aparecido, talvez se tratasse de um animal abandonado,afinal.

Vitor foi separar os pedidos, nos deixando a sós.
Lorena olhava fixamente para a frente,numa tentativa de me ignorar, alguns dias atrás eu certamente estaria fazendo o mesmo ,ignorando-a e repetindo para mim mesmo que sua presença me desagradava, mas estava cansado de mentir pra mim mesmo e naquele momento gastava meus minutos obeservando-a.

Ela voltou a cabeça derrepente e me flagrou no meu exame,não procurei disfarçar.

-Não tem nada melhor pra fazer do que ficar me olhando?

- Não - respondi de imediato.
Ela balançou a cabeça de um lado para o outro.
Caralho! eu adorava a forma como seu cabelo parecia ter vida própria.
-Você não bate bem da cabeça Pedro? primeiro me trata mau,é um tremendo um filho da puta comigo, depois do nada tem atitudes civilizadas me ajudando com o felpudo e agora fica me encarando com essa cara de cachorro que caiu da mudança,o que aconteceu afinal?
-Você aconteceu Lorena.
Falei com sinceridade.

Obeservei a reação que minhas palavras provocaram na professora ,seu rosto passou por vários estágios até chegar a surpresa.
Sempre fui um cara fechado,não costumava ilustrar meus sentimentos com palavras,falar aquilo para ela exigira bastante de mim.
Crescendo com um pai como Manuel Mallmann e sem a presença de uma mãe eu me acostumara a ser um pouco mais duro e inflexível, assim como ele.

Ficamos nos olhando em silêncio, até sermos interrompidos pelo atendente,Vitor colocou alguns modelos de coleira sobre o balcão e Lorena escolheu uma automaticamente,sem mesmo prestar atenção, lancei um olhar meio duvidoso sobre o objeto.
-Acho que essa talvez não seja a melhor escolha - falei franzindo o cenho -Afinal se bem me lembro o cão é macho não é?
Só então ela reparou no modelo de coleira que havia escolhido,era de um rosa bastante chamativo e cheio de penduricalhos dourados,Lorena riu de seu equívoco .

Sua risada,cristalina e verdadeira encheu o ambiente e meu peito se inflou de satisfação por ter lhe feito rir.
- A senhora não me disse o sexo do cão, dai trouxe de várias cores pra que escolhesse.
O garoto se justificou.
-Não tem problema, eu é que não prestei atenção.
Ela comentou divertida.
-Devia levar está, bem mais masculina.
Ela olhou para a coleira que eu tinha em mãos, de couro marrom e com um pingente em formato de osso.
Achei que não fosse aceitar minha sugestão,mas pegou o objeto que eu lhe alcançava.
-Serve.
Disse tentando ser o mais desinteressada possível.

Sua esnobada veio com o selo "Lorena de qualidade".
Aquela mulher realmente tinha um gênio do cão,me perguntava se era só para mim que ela mostrava as garras.
-Quanto dá tudo? Perguntou a Vitor.
Esperei ela terminar a compra, para poder fazer o restante dos meus pedidos,Vitor embrulhava os seus, quando uma figura conhecida passou pela porta.

Endireitei o corpo imediatamente, chamando a atenção da mulher, ela desviou os olhos de mim para o homem parado a porta, que vinha acompanhado de uma adolescente .
Os Olhos de Lorena se iluminaram e ela sorriu.
-Bia!
Fiquei vendo-a ir até os recem chegados e abraçar a menina por quem Benjamim se dizia apaixonado.
Realmente Ben não exagerara, a menina era linda, o problema era ser negra.
Tentei afastar o pensamento racista.
Mesmo eu estando tão atraído também por uma mulher negra, aquele pensamento preconceituoso parecia estar enraizado em mim.
Mas eu estava decidido a me livrar daquela maldição.

Lorena agora cumprimetava calorosamente o homem que já fora meu melhor amigo,Jeremias Ribeiro.
Vi o olhar dele mudar de simpático a irritado ao desviá-lo dela e o fixar em mim,também não fiz questão de ser civilizado com ele,aquilo não era mais possível entre nós.
Lorena, sempre perspicaz notou o clima ruim e teve uma atitude que me fez querer matá-la.
-Não vai cumprimentar o senhor Jeremias e a Bia, Pedro, ela é a namorada de seu filho, sua nora.
Senti o sangue subir para meu rosto e a fuzilei com o olhar,ela não estava achando mesmo que eu cumprimentaria aquela gente...?
"Porra Lorena".
-Pedro! Anda logo cumprimente o senhor Jeremias- falou autoritária, para depois desviar os olhos para o homem negro - senhor Jeremias....
Fez um gesto de incentivo ao homem.
A mulher não era burra, ela percebera o mau estar entre Jeremias e eu, estava fazendo aquilo consciente.

O outro homem também estava bastante desconfortável com a situação e a menina estava tão tensa que eu achava que ela desmaiaria a qualquer minuto.
Ficamos encarando um ao outro pelo que pareceu uma eternidade e então nos adiantamos ao mesmo tempo e apertamos a mãos.
Lorena sorriu vitoriosa e eu senti uma vontade quase maníaca de estrangula-la ali mesmo.

          Jeremias Ribeiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Jeremias Ribeiro

O ABC do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora