Capítulo Doze

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Benjamin🎶

Eu estava encrencado,mas surpreendentemente, não dava a mínima.
Certamente meu pai e meu avô iriam ficar putos da vida quando soubessem que me envolvera em uma briga,meu avô nem tanto pela briga em si, mas sim pelo motivo, que naquele momento descansava a cabeça no meu ombro enquanto esperávamos a nova professora voltar.

Estávamos sentados no corredor do hospital,eu já fora atendido e um curativo se destacava em meu rosto, levará oito pontos no supercilio e tivera mais alguns hematomas que deixariam grandes marcas roxas em breve.

A tal professora,Lorena era o nome dela, insistira em me levar ao pronto atendimento e agora estava na recepção assinando alguns papéis como minha responsável, para que eu pudesse ser liberado.

Ela simplesmente podia ter deixado eu me virar sozinho , mas se preucupara, parecia ser gente boa.

-Por que fez isso Ben, porque cedeu as provocações dele?

Minha namorada estava com a voz rouca do choro, me senti um merda por tê-la feito chorar, mas agora não tinha como voltar atrás.
-Ele passou dos limites,não podia deixar barato.
Ela fungou e esfregou o nariz na minha tshirt, sem nunca me soltar.
-A culpa é minha,só trouxe problemas pra ti, até seus amigos se afastaram depois que começamos a namorar.
-Não diz besteira neguinha. - Bianca realmente não entendia o quanto eu gostava dela e que não dava a mínima pra meus falsos amigos que se afastaram por puro preconceito.-Eu amo você.

Eu gostava dela desde a sexta série,Bianca nunca me dera conversa e eu era tímido demais para puxar assunto com ela, mas tudo mudara naquele verão,agora estávamos juntos e eu lutaria por nós dois.

Alvorada era uma cidade colonizada por alemães, a maioria da população era de descendência alemã, minha família inclusive, e estava cheia de pessoas preconceituosas,que desprezavam as pessoas baseadas em sua raça.

Eu convivia com o preconceito em casa, meu avô era muito preconceituoso com os negros e ensinara meu pai a também sê-lo,a notícia de que eu estava namorando uma menina negra fora um baque para os dois.

Meu pai conversara comigo,me aconselhando a me afastar de Bia, mas eu não pretendia fazer isso.

Quando soubessem em casa que eu brigara para defendê-la tudo pioraria.
Mas eu não pude me controlar,quando ouvi aquele filho da puta ofendê-la perdi a cabeça, eu herdara o temperamento forte de meu pai, fora cegado pela raiva e agora deveria aguentar as consequências.

-Essa professora parece legal. - hm. - Concordei
- se pedissimos pra ela não contar ao diretor,talvez não chegasse aos ouvidos do seu pai.
Bianca levantou a cabeça para me encarar esperançosa.
-Não faz diferença Bia,quando chegar em casa com a cara toda fodida, meu pai vai saber.
-Não tá tão ruim- Bianca traçou movimento suaves em meu rosto - Continua bonito.
Sorri pra logo fazer uma careta de dor ao sentir os pontos se repuxarem.
-Ai, não posso nem rir.
Reclamei
-Ninguém manda querer bancar o valentão.
-É vou bancar de novo se alguém fazer algo de ruim pra ti.

Ela aproximou o rosto do meu e colamos nossos lábios num beijo casto,sendo interrompidos por um pigarro, muito parecido com os que meu pai dava pra chamar a atenção.

Era a professora.
-Sinto muito atrapalhar os pombinhos, mas precisamos ir. - falou com certo humor, mas tentando se manter séria - Está liberado Benjamin.

Agora viria o mais difícil, contar para meu pai e principalmente encarar a irá de meu avô.

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BIANCA

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BIANCA.

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