O ABC do Amor

Capítulo Cinquenta E Dois

Lorena

Todos olhavam para seus pratos em completo silencio,esperei que alguém se manifestasse ,avaliando a minha mais recente aventura culinária ,mas ninguém disse nada.

A mesa estava cheia como nunca estivera antes,Melissa,Anna ,Benjamin e o homem por quem não conseguia negar estar completamente apaixonada,Pedro Mallman.

Minha conversa com Pedro fora bastante difícil,ele não estava acostumado a expor seus sentimentos e tivera dificuldade em me falar de seus problemas com o pai,e eram muitos,pedro fora vitima de uma infância abusiva,o pai usara de violência para faze-lo compartilhar de seus preconceitos e paradigmas.

Nossa, e como esse comportamento era comum,doentio,mas infelizmente algo bastante comum na nossa sociedade,usar a força para subjugar o outro.

A sorte de pedro era que seu pai não havia conseguido contaminar sua boa índole e caráter,pedro apenas se escondia debaixo daquela casca de troglodita.

Ele havia saído de casa,Manuel Mallman ultrapassara qualquer limite ,agredindo Benjamin violentamente com a justificativa de que o estava disciplinando,eu ficava muito triste quando me deparava com aquele tipo de situação,mas ao menos Pedro finalmente tomara uma atitude ,ele viera ate mim para pedir que hospedasse Ben até ele se estabelecer em um lugar novo,eu insisti

para que o turrão também ficasse na minha casa ,mas ele não quisera e convence-lo do contrario era praticamente impossível.

Mas agora estavam todos ali,como uma família e eu estava muito feliz .

Cansei de esperar que alguém finalmente se manifestasse e resolvi provar eu mesma da massa,dei uma boa garfada e quase o cuspi de volta.

Estava horrível,eu realmente era uma negação na cozinha, estava lutando para engolir o que pusera na boca quando o riso infantil e docê de Anna encheu a cozinha,logo todos estavam rindo,inclusive eu.

Corri meus olhos por todas aquelas pessoas que amava ,escutando suas risadas calorosas ,até para-los em pedro,sua risada era rouca e seus olhos brilhavam,nossos olhares se encontraram e ele piscou matreiro para mim,meu coração deu um salto no peito,era sempre assim quando eu estava perto dele,me sentia uma adolescente diante do primeiro amor,e Pedro o era, realmente.

Ele era o primeiro homem que eu amara e o ultimo que iria amar.

-Acho que vamos ter que pedir pizza.

Falei ,sob um coro de concordância.

-Okay-assenti - Mas da próxima vez eu vou acertar a receita ,vocês vão ver.

As risadas voltaram quando eu disse aquilo,realmente ninguém colocava fé no meu talento oculto pra culinária ,tentei me fingir de ofendida ,mas não consegui,e os acompanhei nas risadas.

Já era tarde quando todos se recolheram,apenas pedro e eu ainda estávamos acordados.

Acomodados no sofá compartilhando uma garrafa de vinho,ele tinha um braço por sobre o encosto do sofá , e eu me apoiava em seu ombro,Elton John embalava nossa madrugada e eu estava em paz.

Um riso brincou em meus lábios chamando a atenção dele.

-O que foi?

perguntou ,observando meu rosto,me afastei um pouco para olha-lo melhor.

-Nada-falei-,só não consigo parar de sorrir ...porque estou feliz.

Me senti meio boba falando aquilo,baixei os olhos ,mas pedro pós a amo sob meu queixo me fazendo olha-lo nos olhos.

-Eu também doçura, estou feliz como nunca tinha sido antes.

Era estranho ouvir aquelas palavras doces deixando seus lábios,estranho,mas ao mesmo tempo muito certo.

Me aproximei mais dele,nossos rostos ficando a centímetros um do outro.

-Eu te amo ,pedro.

As palavras simplesmente sairam,com naturalidade,ama-lo era algo natural para mim ,algo que fazia parte de mim agora.

Pedro se virou e largou a taça de vinho sobre a mesinha ,se voltou novamente para mim com um brilho diferente nos olhos muito azuis,me surpreendeu ao me puxar para seu colo,nos olhamos por alguns momentos, então ele disse com sua voz áspera um eu te amo sussurrado e carregado de sinceridade.

Nos beijamos sem reservas e Pedro me carregou pelas escadas ate meu quarto,amanhecemos um nos bracos do outro,nada poderia ser mais perfeito.