Capítulo Vinte E Cinco

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Joaquim ⚡

Caminhei a passos largos em direção ao chalé dela e logo avistei meu carro estacionado diante da construção rústica.

Ela sempre estacionava na garagem da casa principal, estranhei aquela mudança e também o fato de Lorena não ter aparecido para o jantar.
Se havia uma coisa que eu aprendera sobre Lorena, é que ela não dispensava comida,e aquilo me fazia admira-la ainda mais,eu realmente não tinha saco para aquelas mulheres frescas que não comiam de nada e viviam de dieta.

Quando já estava a poucos metros franzi o cenho em interrogação.
O que diabos Ventania,o cavalo de meu primo fazia ali próximo ao chalé dela?

Disposto a descobrir acelerei as passadas até chegar diante da porta,que estava somente encostada,dei apenas um toque abrindo uma pequena fresta e foi como se levasse um soco no estômago.

Pedro e Lorena se beijavam bem na minha frente,tão distraídos em seu momento que ignoraram minha presença.

Uma fúria que eu jamais havia experimentado fez meu sangue correr mais rápido nas veias, fechei as mãos em punho e tive ânsias de entrar naquela sala e socar a cara de Pedro até deixá-lo deformado.

Fiz menção de escancarar a porta,mas parei o gesto no meio,uma vontade maior me prendendo no lugar.
Não faria nada de cabeça quente,não agora, não diante dela.

Pedro e eu teríamos sim uma conversa,só nós dois,longe dela.
Eu não permitiria que ele brincasse com Lorena, a fizesse sofrer.
Não permitiria.

Ainda fervendo de fúria fiz meu caminho de volta,minha mãe veio ao meu encontro assim que cruzei a porta.
-Ela já chegou Quincas?
Encarei a bela senhora de cabelos grisalhos e olhos iguais aos meus e ela se adiantou preucupada,certamente minha expressão havia me traído, eu nunca soube muito bem mascarar meus sentimentos, o que era uma droga.
-O que aconteceu Joaquim,tu saiu daqui animado para ir procurar a Lou e volta com essa cara de derrota,ela está bem?
Cara de derrota? Bem, eu realmente devia estar a julgar pela ardência em meus olhos e a dor enjoada que a muito tempo não sentia,apertando meu peito.
Passei as mãos por meu cabelo que já andava precisando de um corte,e joguei as mechas louras para longe de meus olhos vermelhos, por algo que eu já não conseguia mais conter.

Senti as lágrimas escorrem por meus rosto e me considerei um fraco.
Um homem do meu tamanho chorando e lamentando por uma mulher que nem ao menos chegara a ter.
Era ridículo.
-Filho...
Laura estava com um fio de voz,ela prescutou meu rosto e como já fizera diversas vezes, quando eu era um pìa,me envolveu em seus braços carinhosos
Não fez mais perguntas que sabia que eu não responderia.
Apenas me abraçou e ficamos em silêncio.

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