O ABC do Amor

Capítulo Trinta E Sete

Capítulo sem revisão gurias, desculpem os erros e boa leitura!

(BÔNUS ) Jeremías

Olhei para trás a tempo de ver Pedro Mallmann entrar pela porta do bar do César.
Não era nem meio dia ainda,mas o bar já estava parcialmente cheio,alguns vinham atrás de álcool e outros, assim como eu, do café da manhã forte que César servia todas as manhãs.

Eu estava sentado em uma cadeira diante do balcão amadeirado, um prato com ovos e linguiça frita fumegava a minha frente, assim como uma boa xícara de café.

Desviei a atenção do recem chegado e me concentrei no meu café da manhã,já fazia algumas horas que eu estava de pé e ainda não tinha tido tempo de por nada no estômago,os negócios envolvendo a fazenda haviam tomado todo meu tempo aquela manhã e certamente se entenderiam pela tarde.
Ainda tinha que visitar alguns fornecedores de máquinas agrícolas e donos de estabelecimentos interessados em comprar o vinho que produziamos.

O som de uma cadeira sendo arrastada chamou minha atenção,olhei de esguelha para o lado e franzi o cenho, Pedro ocupara o lugar ao meu lado, algo que não fazia desde que éramos dois moleques,na época amigos inseparáveis.

Lembro até de uma ocasião em que Pedro havia pedido ao meu pai para que ele o adotasse, para que pudéssemos ser irmãos, ficava me perguntando como fora possível que tivéssemos nos afastado tanto,eramos completos estranhos agora.
-Bom dia Mallmann!
Falei entre um gole de café,Pedro acenou com a cabeça.
-Bom dia- César se aproximou do balcão,seus olhos nos encaravam cheios de estranheza,a cena de nós dois dividindo um balcão tranquilamente devia ser bastante estranha, já que sempre um de nós deixava o recinto quando o outro chegava.-Vou querer um café e alguns ovos, César.
O homem assentiu e foi providenciar o pedido,Pedro olhou ao redor e depois para mim.
-Ben não deu trabalho ontem? Perguntou,chamando minha atenção.
-Não, seu guri é muito responsável.
Era verdade, eu ficava muito satisfeito com o namoro de Bia com ele, Benjamim era muito responsável e consciente, e aquilo era algo raro nos dias de hoje.
-O levei até em casa ontem, como combinamos.
Pedro me olhou de esguelha.
-Obrigado ,espero que meu pai não tenha criado problemas.
-Não verdade nem o vi. Respondi.
Pedro assentiu, e logo César voltou com seu pedido.
comemos em silêncio por alguns minutos.
-Tu na parece mais ser contra o namoro dos nosso filhos.
Comentei me lembrando do dia que Mallmann fora até minha fazenda pedir que o ajudasse a manter Ben e Bia afastados,mas na noite passada ele agira completamente diferente,nem se importara que o menino tivesse ficado na quemersse conosco.
-Só quero o melhor para meu filho.
O homem respondeu encarando a superfície escura do café, foi uma resposta sucinta, mas me dei por satisfeito,após tantos anos de hostilidade, ter uma conversa civilizada com Pedro Mallmann era uma grande mudança.
-Depois que temos filhos, eles sempre vem em primeiro lugar.
Após o nascimento de Beatriz Leticia e eu praticamente viviamos para ela,principalmente depois de descobrir que não poderíamos ter mais filhos,minha mulher tivera uma gravidez difícil e fora um milagre Bia nascer saudável.
Ela era nosso bem mais precioso.
- Sua filha também parece uma boa menina.
Pedro disse,sorri envaidecido.
-Sim, ela é.
Concordei, cheio de orgulho.
-Parece que tivemos sorte com nossos meninos,afinal.
-Sim,somos caras de sorte.
Rimos, chamando a atenção dos outros clientes,todos pareciam estar pensando a mesma coisa.
Que quem diria que após tantos anos de hostilidade,Pedro e eu estaríamos sentados lado a lado em um bar, falando de nossos filhos.

A vida era realmente surpreendente.