Capítulo Cinquenta E três

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     Oi gurias, desculpem a demora, realmente tá complicado, mas aqui está mais um capítulo.
Espero que gostem, boa leitura 😊😊
  

Manoel

Ainda era difícil pra mim acreditar que meu único filho resolvera me virar as costas,era isso que um pai recebia depois de criar, trabalhar de sol a sol pra dar comida e um této.

Pedro ainda era um piá quando minha esposa morrera,eu tendo que criar ele sozinho.

E  agora fora a vez do ingrato me abandonar,só porque eu queria corrigir meu neto, outro que eu sustentava.

Eu levara muitas surras do meu pai,e aquilo só me fez crescer um homem correto,Pedro protegia aquele guri como se ele fosse de açúcar,e o resultado viera, o guri tinha metido com aquela negrinha dos Ribeiro.

Os Ribeiro,lembro do trabalho que fora afastar Pedro daquela gente,e agora, o meu neto tava metido com eles.
Negrada maldita.

Cheguei perto da mangueira d'água e tirei o chapéu de palha,eu detestava admitir, mas meu filho tava fazendo falta na chácara,era muito serviço,se ele demorasse pra voltar e me pedir desculpas, eu teria que contratar um peão pra me ajudar por um tempo.

Larguei o chapeu e me abaixei pra lavar o rosto e beber água,minha coluna de velho reclamou quando me indireitei.

Minha imprecaçao se perdeu pela paisagem silenciosa, massageie a área dolorida antes de pegar meu chapeu e fazer meu caminho de volta, estava na metade do caminho quando avistei uma mulher loira e bonita vindo na minha direção, logo reconheci Diana Müller.

Ela se aproximou sorridente,era mesmo uma beleza,os cabelos brilhantes e loiros e a pele branquinha e imaculada.
Se bem me lembrava ela arrastava uma asa pro meu filho, certamente estava procurando por ele.
-Boa tarde seu Manoel.
Comprimentei ela de volta, mas recusei o aperto de mão.
-Tenho que dizer que perdeu sua viagem, Diana, o Pedro não mora mais aqui comigo,não.
Não vi surpresa em seu semblante bonito.
Ela olhou para os próprios pés por alguns instantes e quando voltou a erguer a cabeça,seus olhos pareceram meio marejados.
-Eu, infelizmente, já fiquei sabendo, seu Manoel, é por isso que estou aqui...
A olhei sem entender,a menina parecia prestes a chorar.
-Não tô entendendo moça...
Falei, ela fungou e agora realmente uma lágrima rolou por sua face.
- o senhor e toda alvorada sabem que eu amo o Pedro e sonhava eme casar com ele- fiz um gesto pra que ela pulasse essa parte, que já estava cansado de saber.
Outra lágrima rolou pelo rosto dela...aquilo começava a me encomodar, não tinha paciência pra choradeira de mulher.

-Mas hoje eu... - ela tinha um olhar mortificado - hoje eu descobri que ele está de namoro com outra mulher.

Eu quase ri,afinal eu era macho, saber que meu filho esquecera a falecida e estava com uma mulher me enchia de satisfação.

A menina pareceu ver que aquilo não me afetara e seus olhos se estreitaram.

-O senhor deve conhecer a mulher com quem seu filho anda desfilando de mãos dadas pela cidade- Diana prosseguiu - A nova professora,aquela  afrodescendente que veio de São Paulo.

Quase não acreditei no que ouvi.

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