Capítulo Três

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Foi o percurso mais longo da minha vida, embora não tenha durado mais de quinze minutos,o tempo pareceu se arrastar me torturando.

O homem carrancudo e desagradável sentado na direção não desviava o olhar da estrada,e eu tentava prestar atenção nas paisagens que desfilavam através da janela do carro,falhei miseravelmente,meus pensamentos me distraiam evitando que eu apreciasse as belezas da cidade.

E era tudo culpa daquele homem,Pedro era o homem mais desagradável que eu já conhecerá,me sentia uma idiota por ter me deixado enganar pela sua figura mascula.

Ok, eu não podia negar que ele era o homem mais gostoso que eu já havia visto na vida, mas sua beleza era estragada por sua terrível personalidade e se tinha uma coisa que eu detestava eram grosserias, e aquele sujeito era o estereótipo do machão rude e controlador.

Ele não havia dito uma única palavra desde que havíamos deixado o bar,vez ou outra soltava um muxoxo de contrariedade.

Suspirei pra ilustrar bem que eu estava detestando tanto sua companhia, como ele parecia estar detestando a minha.
Parecia que o homem não fora com a minha cara instantaneamente,me odiei ainda mais por ter ficado com cara de panaca quando o vi lá no bar.

*Até parece que nunca viu um homem na vida Lorena *
Me recriminei.
Claro, eu já vira muitos, embora nunca tivesse namorado nenhum, meus relacionamentos nunca haviam saído da minha imaginação.

Sempre coloquei o estudo a frente de tudo e depois o trabalho, claro eu já receberá propostas mas, a maioria eram para relacionamentos de uma noite,e isso nunca me chamou atenção eu esperava um dia me apaixonar de verdade, construir uma família,sempre fui uma pessoa paciente, então não me importava em esperar o cara certo.

Não contive uma exclamação de alegria quando vi a placa na entrada do conjunto de chalés, Pedro me olhou de rabo de olho.
- pode ir andando daqui. - avisou
Parou o carro e desceu, o segui contrariada,ele
Colocava minhas malas no chão sem nenhuma cerimônia,quando pegou a maior seus músculos se contraíram com o esforço,forçando o tecido da camiseta,me peguei imaginando como seria ter o corpo estreitado por seus braços fortes, um arrepio correu pela minha espinha e fazendo morder o lábio.
Fiquei assustada com minha reação.
Eu não costumava ter aquele tipo de pensamento.

-O que está olhando?
Senti um calor se espalhar pelo meu rosto,Pedro me flagrara, pensei em uma desculpa rápida,jamais deixaria aquele ogro saber que eu estava cobiçando seus malditos músculos.
-Estava obeservando o seu "cuidado" com minha bagagem.
Menti.
O cínico riu de canto.
- Sinta-se grata por eu ter te trazido dona,não costumo fazer favores para o seu tipo de gente.
-"meu tipo de gente"? - repeti dando bastante ênfase as palavras- E qual seria o meu tipo de gente?
O sujeito me olhou dos pés a cabeça,me mantive firme por mais que seu olhar parecesse me queimar feito brasa.
-Tenho mais o que fazer, do que ficar perdendo tempo contigo guria,e é melhor começar a andar ou não chega no seu destino antes de anoitecer.
--Como não chego antes do anoitecer? - perguntei confusa, olhando a placa de boas vindas - pelo que diz a placa, já cheguei.
-Chegou até aqui graças a mim,um muito obrigado não cairia mal,afinal perdi meu tempo servindo de motorista pra ti.
Aquele homem era muito filho da puta.
-Se eu Pudesse voltar no tempo... - falei- Mas me lembre de jamais entrar no seu carro novamente,"senhor".
-Pode ficar tranquila dona, vou lembrar.
Se eu tivesse algo nas mãos teria jogado bem na cara daquele sujeito.
Ele me deu uma última olhada e sem dizer mais nada entrou na picape.

Levantou uma nuvem de poeira ao se afastar, me deixando sozinha na entrada da pousada.

- BASTARDO FILHO DA PUTA, ESPERO NUNCA MAIS TER QUE OLHAR NA SUA CARA.
Gritei mesmo sabendo que ele não podia me ouvir,já estava longe.


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