Capitulo cinquenta e oito

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Joaquim

Aquele era o mais novo assunto em Alvorada,não se falava em outra coisa,a pequena cidade do interior de Santa Catarina tinha uma nova notícia para espalhar de boca em boca.
Mas eu nem precisara esperar as fuxiqueiras de plantão virem me contar, eu ficara sabendo da boca da personagem principal da história.
Estava descarregando algumas caixas da caçamba da picape ,o dorso pingando suor ,as mãos sujas e os cabelos desgrenhados,porem Lorena ignorou tudo isso e me abraçou apertado ao descer de seu próprio carro na frente da pousada naquela quinta feira de sol forte.

Como sempre depois do abraço me deu os três curtumeiros beijos no rosto,que por mais patético que parecesse,eu esperava ansioso,era bom sentir a suavidade de seus lábios contra a pele.
-So assim pra ti ver, sumido.
Ela fez uma careta emburrada que fez meu coração falhar por um segundo,ficava me perguntando se Lorena sequer imaginava como era difícil para mim estar perto dela e ao mesmo tempo tão distante.
-Tenho andado muito ocupado -falei, me desculpando,eu poderia ter completado que também tinha me afundando no trabalho para tira-la da cabeça,mas como sempre omite.
-tudo bem , eu te desculpo.
Eu ri e assenti.
-E será que tem um tempinho pra essa chata que não larga do seu pé?
Fingi que consultava as horas
- Olha , acho que consigo uns minutos na minha agenda.
Falei irônico,recebendo um tapa no braço.
-Metido.
Lorena disse rindo,fiz um gesto mostrando a mim mesmo.
-olha bem pra TUDO isso-falei piscando- não tem com ser modesto.
A risada dela valeu o dia.

Fomos para a sala onde os hóspedes não tinham acesso,pedi café e nos sentamos.
Lorena estava radiante,comeu um
Pedaço de queijo com goiabada,dizendo o quanto sentia falta dos cafés que eram servidos na pousada .
-Sua cabana ainda esta vaga.
Cometei
-Não vou voltar mas certamente vou passar sempre aqui para tomar o café.
-eu sei que sim.
Ela sorriu e largou a xícara sobre a mesinha de centro,diminuiu a distância entre nos dois e segurou minhas mãos.
-Quin-começou,uma faisca se acendeu no meu peito quando ela me olhou nos olhos,mas se apagou com a mesma rapidez quando ela concluiu a frase - pedro me pediu em casamento e eu aceitei.
Eu queria que ela calasse a boca,queria gritar para que calasse a boca,mas não o fiz.
-E eu queria muito que você fosse o padrinho.
Eu realmente era um miserável filho da puta,devia estar pagando por meus pecados . O que eu fizera no passado estava sendo cobrado através do que eu sentia por Lorena.
O que fazemos de errado sempre volta ,de uma forma ou de outra.

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