Um Pedacinho de nós Dois ✔

Capítulo 2

Pérola

Chegamos a minha casa, a família já estava toda lá. O vô Sidney com a vó Marina, sentados no sofá da sala. O meu pai Erick, junto com a mãe na cozinha. A tia Gisele arrumando a mesa do almoço, e nós que entrávamos em casa.

— Demoraram hein. — Falou o vô, todo desconfiado. — Foram só duas horas vô. — Murmurei. — O bolinha também precisa de ar puro ,uai. — Eu ri, ouvindo o uai sair da minha boca.

— Uai. —  Repetiu sem jeito.
— Senti saudades da minha pequena.
— Confessou.

— Vô, já sou quase adulta!
— Constatei,e logo pisquei o olho para ele.Riram todos, a mãe apareceu na sala com o pai. A tia Gi, também se aproximou e foi ao encontro do meu  pai Nícolas. O Miguel deixou o bolinha na casinha dele ,no quintal e logo voltou . Nossa casa era grande. Sua localização  e estrutura foi escolhida por ser grande. Para   sempre  caber toda a família dentro dela. Todos moramos perto, assim não morremos de saudades e viramos aquela grande família.
— Então, esse almoço não sai não?
— Murmurei toda risonha.

— Espere só mais alguns minutos, sua mãe está terminando de arrumar a mesa com a Gisele. — Disse-me  meu pai Erick, sussurrando em meu ouvido e depois me fazendo algumas cócegas.

— Nossa, pai! — Esbravejou o Miguel. — A Pérola tomou sorvete pra burro... — Todos rimos. — ...e ainda tá com fome. — Eu o fuzilei com os olhos.
— Acho que ela possui um buraco negro dentro do estômago.  — Dei língua para o Miguel, e todos na sala sorriram.

— Ele fala isso ,como se ele também não fosse outro esfomeado.
—  Constatei e todos rimos mais ainda. Logo ouvimos o som agudo da campanhia.

Estávamos todos felizes, hoje como todos os domingos era dia dos almoços em "família". E nesse domingo em especial, era na minha casa. Fazíamos um sorteios de casas, mais minha mãe adorava ser sempre a anfitriã da família.

— Filha, vai atender a porta para o vôvo. — Pediu-me , seu Sidney  cheio de preguiça , com um sorriso largo.  Eu assenti e fui até a porta.

Me esquivei da família, e caminhei devagar até a porta de madeira que ficava na entrada da casa. Será que faltava alguém? Olhei mais uma vez a minha volta, e não senti falta de ninguém.

Ao abrir me deparei com uma mulher de cabelos pretos curtos e lisos, era de estatura média , porém muito bonita. E junto dela estava um rapaz, um pouco mais alto que eu, magro, olhos castanhos, pele clara e ele usava uma roupa bastante descolada. Uma camiseta preta, calça jeans rasgada e uma touca preta. Nós  pés  um tênis e um casaco amarrado em sua cintura. Ele parecia ter a minha idade, e não era nada parecido com a moça morena que estava ao seu lado.

— Oi... — Susurrei sem jeito.

— Nossa... —  Olhou-me  de baixo para cima. — Você está linda, mais linda que antes.  — Me sorria ao falar. O jovem nos observava ainda em silêncio.

— Você me conhece de onde? — Sorri envergonhada por não  saber quem era ela. — Me desculpe , perguntar. 
— Justifiquei-me.  — É por que, não estou lembrada de conhece-la. 
— Tentei ser sútil.

— Me desculpe você.  — Passou as mãos  no rosto. — Que cabeça a minha. — Sorriu sem graça.  — Eu me chamo Helena, e esse aqui é o meu enteado o Luan. — O jovem me sorriu, e esticou sua mão para me cumprimentar. Eu apertei sua mão, e logo ele beijou minha bochecha levemente.

— Muito prazer em conhece-la!
— Me disse o jovem , focado seus olhos aos meus.

— Me chamo Pérola , o prazer é todo meu.  — Lhe sorri de volta.
— Então, o que posso ajudar?
—  Tentei ser simpática.

— Eu me mudei para está cidade, e vim aqui ver você e sua família. Seus pais estão?  — Me perguntou toda esperançosa.

— Sim, mais de quais pais você se refere?  — O Luan riu de forma contida. — Melhor! — Cocei a minha cabeça  rapidamente. — Vamos entrar e você fala com todo mundo.  — Ela assentiu,e logo eu lhe dei passagem. A Helena entrou primeiro, e em seguida o Luan que não parava de me olhar. Pude sentir meu rosto queimar um pouco.

Assim que fechei a porta, acompanhei os dois até a sala. Pude ver algumas reações de espanto, como a da tia Gisele, do meu pai Nícolas. Mais minha mãe a tratou bem , como o meu pai Erick e meus avôs.

— Então , Helena. — Que engraçado , agora você mora por aqui.
- Indagou meu pai Nícolas. A Helena assentiu.

— Sim. — Fez uma leve pausa,e todos os olhares estavam voltados para as nossas visitas. — Meu marido, o pai do Luan... — Olhou para o rapaz rapidamente. — Achamos melhor virmos para cá, aqui tem um hospital muito bom para ele fazer seu tratamento contra o câncer.

— Nossa. —Gargalhou a tia Gisele.

— Gisele, isso não tem graça. —  A repreendeu o Vô Sidney. — O câncer é uma doença que pode matar. Então por favor respeite a dor do rapaz e da moça.

— Só acho engraçado vê a "Lena", nessa situação.  — Murmurou com ironias,na tentativa de se defender.

— Que tal, irmos almoçar?
— Perguntou  a mãe, toda empolgada, quebrando a tensão que se formou na sala.  — Helena ,e você também Luan, serão bem vindos conosco à mesa.
— A Helena sorriu e o Luan, não parava de me olhar.

Nossos olhares se cruzaram, realmente ele era um rapaz muito bonito, mas creio que essa relação não seria muito bem vinda nessa família, já tiro pela forma em que estão tratando a Helena.

Seguimos todos para a mesa, e acabou que  o Luan e eu em ficamos  sentados á frente um do outro. No meu lado direito estava o Miguel sentado e no lado esquerdo, o vô Sidney.

O pai Erick, que estava sentado do outro lado da mesa redonda e grande, e começou a oração. Todos demos nossas mãos, nossos olhos se fecharam e o pai iniciou a singela oração de agradecimento. Como sou curiosa, abri meus olhos no meio da oração, só para ter certeza de que eu estava vendo coisas com o Luan, porém ao olhá-lo, ele ainda me encarava de forma curiosa. O Miguel notou esse nosso flerte, e pisou no meu pé.

— Ai.  — Murmurei , e logo me calei. Olhei para o Miguel que continha o riso, juntamente com o  Luan. E os fuzilei com o meu olhar. Minha mãe me repreendeu, ao me sussurrar algo que não entendi, mas sei que não era nada bom.

— Eu te mato,mais tarde. 
—Sussurrei em seu ouvido, e pude ver que ele ficou temeroso com as minhas palavras.