Capítulo 70

664 77 5
                                    




Leon



Saímos do carro,a Alycia abriu a porta de onde eu estava e me puxou pra fora. Tive tempo apenas de tirar as chaves da ignição e guarda-las no bolso da minha calça.

— Estou tão animada. — Me disse,enquanto seguimos para a pequena escada. A casa era tão linda,mas linda do que a Pérola nos contou.

— Sejam bem vindo a casa de praia dos Sarkozys. — Nos disse a Pérola, antes de abrir as portas e uma senhora vir nos recepcionar.
— Suzete,pode nos mostrar nossos quartos? — A senhora assentiu,e a Aly a seguiu animada. Eu parei de andar,e os deixei se afastar,o Luan percebeu e voltou pra ficar comigo na varanda. Me debruçei no cobre corpo e fiquei meus olhos na água da praia. O mar estava agitado,mas tudo era tão lindo. Logo o por do sol iria chegar,e era isso que as meninas queriam ver.

— Eu estraguei a sua noite. — Sorriu fraco e eu o acompanhei.

— Obrigado por me contar. — Ele assentiu. — Eu não fazia idéia das coisas que ela estava enfrentando. Eu fui imaturo,inseguro e só pensei em mim. Ela precisava de um companheiro,e não de um menino pra cuidar. — Passei as mãos pelo meu cabelo e o olhei. — Como você soube ,que era a Pérola a mulher da sua vida?— Ele riu.

— Boa pergunta. — Deu um leve tapa em meu ombro. — Quando percebi que era ela que dava sentido pra minha vida.

— E quando entendeu que o que sentia por ela era amor, e não um sentimento passageiro?— Ele focou seus olhos ao mar,e eu fiz o mesmo.

— Porque amar é se entregar,ter medo,mas o medo tem que ser menor que todos os outros sentimentos.
— Me olhou.— Você sabe que está amando de verdade,quando o perdão é mais forte que o ódio,e a vontade de vê-la bem,é mais forte do que o ciúme. — Ele sorriu,e se emocionou.

— Você foi mais forte que suas próprias vontades. — Bati em seu ombro,e ele concordou.

— E pra você, o que é o amor?
— Retrucou a minha pergunta.

— E quando o coração aperta,a saudade embaça meus pensamentos e minhas vontades são sufocadas para deixa-la seguir o que quer, que seja.
— Ele sorriu. — Mesmo que meu coração sangre um pouco todos os dias.

— Não vale a pena correr o risco,do que deixar o amor se perder no caminho? — Eu não sabia o que responder. Eu nem sabia o que tinha que fazer.

Pérola

Saímos dos quartos a procura dos meninos. Eles estavam conversando na varanda. Abracei o Luan por detrás e a Aly se debruçou ao lado do Leon. Eu notei que algo perturbava meu amigo,ele tentou disfarçar pra Aly,mas não conseguiu disfarçar pra mim. A Suzete nos interrompeu,trazendo consigo o que eu havia pedido. Umas toalhas de praias,e uma cesta cheia de guloseimas. Iríamos sentar na areia,e curtir o por do sol num piquenique particular. Os meninos nos ajudaram as levar as coisas para a areia. Esticamos as toalhas,e espalhamos a comida. O Leon parecia está longe,enquanto a Aly tentava puxa-lo para tomar banho no mar. A essa altura ele estava tentando se estabilizar.

— Eu não quero. — Insistiu ele,e ela saiu pisando firme, sozinha pro mar. O Luan puxou umas uvas,e começamos a comer.

— E o casamento, quando vai acontecer? — Nos indagou o Leon,assim que percebeu que eu o observava.

— O mais rápido possível.
— Murmurou o Luan,enquanto mastigava as uvas que ele enfiava na boca.

— Pelo menos, daqui algumas semanas. Quero que tudo saia perfeito.
— Murmurei.

— E onde vão morar?

— Na fazenda. — O Luan se adiantou pra responder.

— Ainda não conversarmos sobre isso. — Roubei uma uva dele e a comi rapidamente.

— Pérola, meu trabalho e lá. Pra mim é mais confortável. — Explicou-se.
— E temos vaga pra uma veterinária. — Eu ri.

— Eu vou poder cuidar de tudo por lá? — Perguntei me animando com a ideia.

— A Fazenda vai ser sua também.
— Justificou.

— Então gostei da ideia.— Rimos.

Leon

A Aly mergulhava e  insistia para que eu me juntasse a ela. Me senti um intruso no meio dos noivos e me senti obrigado a me juntar a ela,mas não na água. Segui devagar,e a Aly sorria e jogava a água pra cima.

— Vem, a água tá muito boa.
— Constatou e eu neguei. — León,o que você tem?
— Indagou-me,enquanto saía da água e vinha até mim que jogava com o pé a areia pra cima. Começava a ventar.

— Eu não tenho nada. — Ela riu.

— Você ainda não aprendeu a mentir pra mim. — Respirei fundo e me sentei na areia. Ela fez o mesmo,e não se incomodou de está molhada,e ao se sentar , a areia grudar em seu corpo.
— E a Helena,não é?

— Como você sabe? — A questionei curioso.

— A Pérola me contou que ela vai viajar hoje,e talvez não volte mais.
— Eu concordei. — Você ainda a ama,não é? — Eu não podia mentir pra ela.

— Amo. — Ela enrijeceu-se. — Mas eu também te amo. — Ela deitou a cabeça em meu ombro. — Mas eu as vezes,me pego perdido. Eu não quero te magoar,você não merece.

— Isso é verdade. — Ela sorriu fraco.
— Mas você tem que descobri o que quer ,se é ela,ou se sou eu.— Levantou a cabeça e focou seus olhos aos meus. Ela sorria. — Você quer ir vê-la?

— Eu não sei...— Constatei.

— Você sabe,só tem medo de me falar.
— Concluiu. — Você pode ir,e se voltar não tocamos mais no nome dela.
— Beijou meus lábios.— Vai,ainda da tempo. — Eu a beijei novamente e me levantei com pressa.

 Um Pedacinho de nós Dois ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora