Capítulo 5

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Pérola


Assim que o Miguel correu, eu corri atrás dele. Ele corria até que rápido, porém eu consegui ser mais ligeira para alcança-lo sem muita dificuldade.

— Miguel, você vai me pagar limpando o meu quarto por um mês.
— Ordenei enquanto o agarrava, e o, jogava no chão da sala.

— Você tá louca, se acha que eu vou fazer isso pra você. — Murmurou enquanto se debatia para se soltar.

— O bolinha é seu, então a culpa é sua! — Esbravejei e ele gargalhou de deboche.

— Tô nem ai ! — Zombou de mim,assim que conseguiu se soltar.E eu,bufei de raiva. Logo correu,e eu voltei a segui-lo,e ele começou a tacar vários travesseiros em cima de mim.

— O que é isso?  — Esbravejou o meu pai Erick, vindo nos repreender pela bagunça.

— Pai, segura essa! — Falou o Miguel ,já jogando o travesseiro em cima dele .Não demorou muito para toda a família juntar-se a nós dois ,na sala.

— Olha a bagunça que ficou essa sala!
— Murmurou o vô para a minha mãe. Depois que começamos a guerra de travesseiros, o resto da família entrou na brincadeira, menos a vó Marina que é mais reservada.Ela só nos observava de longe,toda risonha por virarmos todos crianças,mais uma vez. Fizemos uma bagunça muito boa e super divertida.

— Cansei! — Murmurei , e o resto da família assentiu e riu. — Acho que essas espumas pertenciam ao seu travesseiro, em vô. — Ele gargalhou, se jogando no sofá. O Miguel estava deitado no chão, junto do meu pai Nícolas, e da Tia Gi. No outro sofá, o sofá maior ,estava sentado a minha mãe , junto do meu pai Erick.

— Vocês dois... — Falou a mãe, apontando para o Miguel e eu.
— Vão limpar toda essa bagunça.
— Bufamos.

—E depois, quem sabe... — Falou o meu pai , Nícolas. — Poderemos jogar aquela partida no game novo do Miguel. — O Miguel logo se levantou e começou a recolher as almofadas e travesseiros espelhados. — Isso se a Fernanda deixar, né. — Eu ri,e o Miguel bufou.

—Do jeito que a mãe tá brava, acho que não.  — Constatou o Miguel e todos rimos .

— Filha, eu já vou indo para casa.
— Meu avô levantou-se , e seguiu até onde a minha mãe estava ,e lhe deu um beijo na testa, em seguida beijou o topo de minha cabeça e se despediu do Miguel com um abraço afetuoso e acenou para o restante da família. Ele e a vó Marina seguiram em direção a saída da casa.

— Tô com fome!  — Murmurou o Miguel para a minha mãe, e ela revirou os olhos e sorriu.

—  Me diga ,uma hora em que vocês. dois, não estão com fome? — Logo retrucou a dona Fernanda.

— Fê, eu te ajudo a preparar uns sanduíches para os famintos.
— Falou a tia Gi, se oferecendo e a mãe assentiu e elas seguiram para a cozinha.

— Arrumem tudo, estarei te aguardando lá na piscina ,Miguel!
— Afirmou meu pai Nícolas. O Miguel assentiu e continuou a recolher tudo o que estava espalhado. Meu pai Nícolas seguiu para a área da piscina e meu pai Erick foi para a cozinha ajudar a mãe e a tia com os sanduíches. E voltamos a ficar sozinhos na sala.

— Anda, levanta! — Murmurou para mim e eu fingi não ouvir.
—  Pérola, anda me ajuda. — Me cutucou e eu o encarei , mas não me movi do lugar.

— Vai arrumar tudo sozinho!
— Resmunguei,e ele bufou ainda mais.  — Ninguém mandou deixar o bolinha rasgar o meu caderno. — Ele revirou os olhos,e voltou a recolher as almofadas de forma irritada.

—Para de ser orgulhosa.
— Resmungou ainda mais.  —Você devia cuidar de mim, e não ao contrário. —  Murmurou o meu irmão mais novo .

— Ah, desculpe-me! — Levantei-me e fui até ele e o abracei. —Que irmã ruim eu sou. —  Ironizei e ele assentiu, todo cheio de sorrisos.
— Isso é pra você aprender a não me perturbar mais! — Ele arregalou os olhos e eu logo o belisquei ,e ele ficou furioso.

— Mãe! —  Esbravejou ele. — A Pérola me beliscou sem motivo .
—Mãe! — A chamou novamente.

—Calado! — Tampei a sua boca, mais a mãe já estava vindo até nós.

— Vocês dois já acabaram?
— Olhamos a nossa volta e logo negamos. — Então, andem com isso. Ordenou.  — E parem com essas briguinhas bobas. —  E logo se retirou mais uma vez,a mãe da sala.

— Seu moleque metido!
— Resmunguei enquanto recolhia algumas almofadas e ele me deu língua.

—Isso vai ter troco!  — Falou ele de forma travessa. A sala estava uma zona, era almofadas espalhadas, espumas por todos os cantos. Tivemos que varrer todos os espaços prováveis e improváveis daquela sala. Assim que terminamos, seguimos para a cozinha para lanchar. Havia suco de maracujá, com sanduíches de queijo com presunto. Estava uma delícia que quase me permiti repetir o lanche, mais o Miguel havia devorado tudo sozinho, como sempre.

Assim que terminei o meu lanche, segui para o meu quarto. Deitei na minha cama , e fiquei admirando o meu teto da cor branca. Minha mente vagava por aí sem rumo, até aquele rosto daquele rapaz aparecer.

—Você não pode se apaixonar , Pérola.  —Afirmei comigo mesma.

—Filha!  — Escutei alguém bater na minha porta, era a voz do meu pai Erick.

— Pode entrar! —  Assim ele o fez. Abriu a porta e ficou parado me olhando. —Pode entrar pai. — O afirmei mais uma vez. Ele sorriu e se aproximou de mim. Se sentou ao meu lado e ficou me olhando ainda em silêncio. — Pode me dar a bronca longo! — Ele riu novamente

—Por que acha que te darei uma bronca? — Rebateu.

— Porque eu briguei com o Miguel, e o senhor não gosta quando eu faço isso... — Falei de forma sútil.

— Filha, só tenha mais paciência com ele.  — Eu respirei fundo. — Eu sei que ele tá em uma fase de transição, e difícil lidar com ele . Mais lembre-se, você já passou por essa fase também.
—Ele acariciou o meu rosto.

—Me desculpa , pai.  —Ele beijou a minha testa e levantou-se da cama.

—Tudo bem filha. — Me sorriu e eu me sentia envergonhada por agir como uma criança. —Pérola, quer passear mais tarde comigo? —Eu logo me animei.

— Claro!  — Afirmei .

—Então, tá certo. Ah, o Miguel irá conosco. Tenha paciência com ele.
— Eu revirei os olhos.

— Pode deixar. —  Me joguei na cama novamente e afoguei o meu rosto no travesseiro. — Paciência. — Pensei comigo mesma. — Isso é uma coisa que eu não consigo ter ,ainda mais quando se trata do Miguel.
— Murmurei para mim mesma.

— Eu ouvi filha. —Gritou o pai do corredor.

— Foi mal! — Tentei me desculpar novamente.

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