Capítulo 47

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Alguns meses depois




Pérola






Nossas vidas foi voltando ao seu rumo aos poucos. Meu avô já estava de volta a sua casa. Minha mãe chegou a implorar para que ele fosse morar conosco até se sentir cem por cento curado. Lógico que ele não aceitou. Então minha mãe deixou o Miguel passar uns tempos com o vô,o Miguel adorou e o vô?Ah,e o vô lhe citou diversas regras,mais logo em seguida deu um grande abraço apertado no neto preferido dele. Nós iamos frequentemente na casa dele. Minha mãe, deu umas pausas no trabalho só pra curtir um tempo com o homem da vida dela. Meu avô. Meu pai,reuniu alguns filmes,pra uma sessão de cinema em família. Tudo estava se encaminhando bem,apesar deu me senti perdida com tudo o que houve.

Como hoje era feriado,meu pai Nícolas, me convidou para ir visitar os meus avôs. Eu aceitei, eu também os amo,eles são parte de mim também e da minha história. Minha mãe liberou,e eu a agradeci por isso.

— Filha,já está pronta? — Gritou-me dona Fernanda.

— Estou quase. — Gritei de volta.Terminei de me arrumar, e vesti uma jardineira jeans, com uma blusinha de manga branca e uma rasteirinha preta com tiras. Deixei meus fios soltos, e coloquei uma tiara de brilho nos cabelos. Peguei minha bolsa e segui para a sala ao encontro deles. Encontrei meu pai Nico,junto da tia sentados no sofá junto da mãe.

— Podemos ir agora? — Murmurei para eles e eles riram.

— Até que enfim... — Murmurou meu pai. Eles se colocaram de pé,e meu pai abriu os braços como sempre fez,na minha infância. Eu não corri,mais o abracei forte e em seguida abracei a  tia.

— Se cuide dona Fernanda no tempo que eu estiver fora. — Falei para minha mãe enquanto seguia para abraça-la. —  Vou me cuidar!

—  O Vô Sidney,vai ser muito mimado por mim,e seu pai hoje. —  Comentou, animada. E nós  Rimos. — Se cuide também mocinha. — Beijou minha testa com ternura.Seguimos após todos os cumprimentos e despedidas para o carro do meu pai.

— Pai,quando o senhor vai me ensinar a dirigir? — Cruzei os braços e cerei meus olhos para ele,antes de abrir a porta do banco de trás do carro.

— Um dia desses filha. — Me sorriu e entrou no carro.

— Não senhor. — Murmurei impaciente. — Eu quero aprender logo,daqui a pouco estarei indo para a faculdade e serei a única a não saber dirigir. — Ele riu,enquanto se ajeitava no banco do motorista. Eu abri a porta e me sentei atrás do banco da tia.

— Se quiser ,eu te ensino. — Disse-me a tia, para a minha alegria.

— Misericórdia. — Resmungou meu pai e a tia o bateu no ombro com força.

— Se meu  homem não quer,eu te ensino filha. Serei sua professora particular. — Gabou-se.

— Ela vai te ensinar a como perder a carteira de forma tão rápida. Isso se você conseguir tirar uma.
— Gargalhou meu pai ao volante.

— Que engraçadinho,é você Nícolas. — Murmurou a tia de forma irritadiça. — É assim que você fala da sua mulher? — Cerrou os olhos para ele.

— E por acaso eu falei alguma mentira? —Retrucou, antes de dar partida no carro. Derrepente o carro sofreu uma parada brusca quase bati meu rosto no banco da frente.

— Sua maluca,você quer nos matar?— Gritou ele,e ela sorriu e abriu a porta do carro e saiu. Ela deu a volta até o lado onde ele estava e deu duas leves batidas no vidro do carro. Meu pai bufando de raiva desceu o vidro da janela.

— O que você está fazendo?
— Questionou e ela abriu um imenso sorriso.

— Estou querendo dirigir,e não me negue isso. Eu estou grávida. — Meu pai bufou, abriu a porta do carro e saiu. E a tia se sentou no banco do motorista se sentindo vitoriosa.

— Que golpe baixo Gisele.
— Confessou enquanto abria espaço pra ela. — Usou o truque da barriga.Isso não se faz. — Ela gargalhou.

— O que não se faz é insinuar que sou uma incosequente no trânsito!
— Colocou o cinto e esperou ele se ajeitar ao lado dela.

— Inconsequente não,apenas distraida minha cara. — Ele sorriu,ao fechar a porta.

— Que seja! — Eu comecei a rir no banco de trás ,eles apesar de agirem assim,possuem um amor infinito um pelo outro. Eles possuem uma relação guiada pela cumplicidade, amizade e amor. Verdadeiros amigos amantes. No caminho até a casa dos Sarkozys,minha tia alfinetou meu pai mais algumas vezes,ela adorava provoca-lo. Ao chegarmos,meus avôs nos receberam na porta,dei um abraço afetuoso na minha vó Adriana,e em seguida no meu avô Lúcio.

— Cadê o Miguel? — Perguntou-me o meu avô e eu revirei os olhos. E enquanto me desgrudava de seus braços.

— Ah,vô. Até o senhor se rendeu aos encantos daquele pestinha.
— Finji-me está irritada com ele.

— Olha o ciúme. — Falou a vó Adriana,e todos rimos.

— O Miguel está ajudando o Sidney pai. O senhor soube o que aconteceu?— Disse meu pai ,ao meu avô enquanto seguiamos para a sala.

— Sim,eu soube.

— Felizmente ele já está melhor.
— Emendou a tia,e meu avô assentiu.

— Graças a Deus. O Sidney é um bom homem, e esse extinto dele o faz ser protetor até no trabalho. — Confessou minha vó. A nossa conversa rendeu um pouco mais,ficamos sentados todos juntos na sala,meu pai e minha tia contaram sobre o mais novo membro. Eles já sabiam da novidade,mais minha vó queria mais detalhes. A nossa conversa durou algumas horas até chegar o horário do almoço,insistimos para que eles fossem almoçar conosco no Gregos,mais meu avô não se sentia tão bem ao ponto de sair de casa e ficar em um local público. Meu pai entendeu,e eu também. Meu avô já é um homem idoso ,já não possui tanta vitalidade como antes. Nos despedimos deles com um outro abraço apertado,e seguimos para o "Gregos,delícia dos deuses".

— Boa tarde,senhor Nícolas.Boa tarde doutora Gisele,boa tarde senhorita Pérola. — Disse-nos um dos funcionários do restaurante.

— Boa tarde. —  Dissemos todos juntos.

— O Artur está por ai? — Perguntou meu pai ao pobre homem.

— Está na cozinha,como sempre.
— Sorriu todo simpático. Suas mãos tremiam um pouco. Ele devia ser novo, mas estava bem informado sobre a minha família. Eu acenei para aquele rapaz,e logo entrei no grande salão junto dos meus pais. Segui direto para uma mesa que sempre ficava reservada para os donos do estabelecimento. Puxei uma das cadeiras acolchoadas e me sentei. Cruzei minhas pernas e coloquei minha bolsa em cima de uma cadeira vazia,que estava ao meu lado. A tia Gisele sentou-se a minha frente,e meu pai seguiu para a cozinha. Um dos garçons vieram anotar nossos pedidos. Os fizemos e assim que ele virou-se seguindo em direção a cozinha,eu o vi. Vi aquele rapaz angustiado,um pouco abatido e agitado. Ele estava saindo do escritório com o Artur,suas feições não eram boas. A minha tia assim que o viu,me cutucou com agitação.

— È o Luan. — Me disse,sem tirar os olhos de onde ele estava. — Você não vai falar com ele? — Continuei com os meus olhos focados nele,até que seus olhos se encontraram aos meus.

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