Capítulo 52

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Leon

Eu e a Pérola ficamos mais unidos depois do episódio da gravidez. O Luan se afastou dela,e abriu espaço para mim. Ela estava empolgada para aprender a dirigir. Estava tendo aulas na auto escola, e nas horas vagas eu a ajudava com a prática. Tive que prometer ao meu pai que o carro dele iria voltar do mesmo jeito que foi,graças a Deus a Pérola foi uma boa aluna e não o estragou. Tínhamos aproveitado para tomar um sorvete pra comemorar,depois da aula. Iria ficar cada vez mais difícil esses momentos nossos. Eu iria sentir muita falta dela. Nesses meses que passamos juntos,a Pérola me falou do amor que ela tinha pelos animais,e pela ansiedade de estudar e se achar no mundo. Era tão bonito ouvi -La. Cheguei a ir com ela,num dia desses conhecer onde ela iria ficar. A Faculdade era grande,muitas salas,e uma sala toda completa para as aulas práticas. Me encantei com tudo que eu vi. Eu me via numa dessas,só não sabia em que. Quando vi os alunos de medicina saindo de uma das salas com paredes de vidros, me senti sendo mordido pela pulguinha da curiosidade. Mais eu não tinha dinheiro pra isso. O curso era caro. Só se eu estudasse o dobro do que já estudei nessa vida pra entrar numa dessas.

Estávamos descontraídos, até que senti que ela estava com frio. Não pensei duas vezes em retirar a minha jaqueta e passar por ela,por cima de seus ombros. Nos encostamos ,e ela olhou-me. A essa altura da nossa amizade,eu não esperava que ela me beijasse. Eu fiquei paralisado,com os lábios dela tocando os meus,mais parecia que aquilo era errado. Eu nutria sentimentos por ela,mais não dá forma que eu pensava antes,mais sim, como amigos. O meu coração era tomado por um amor de outra mulher. Era por ela que meus batimentos aceleravam. Me afastei dela,e ela franziu a testa sem entender. Me olhava confusa e sem jeito. Constrangida pelo o que havia feito.

— Me desculpe. — Se endireitou no banco. — Eu não devia ter feito isso. —Me disse,sem jeito.

— Eu sonhava com esse beijo. — Sorri ao me lembrar do beijo que roubei dela. Naquele tempo,eu sentia que era com ela que eu devia passar meus dias. Que ela seria a mulher da minha vida. Mais o amor é assim,como se fosse uma flor. Precisa ser cultivado,cuidado e regado. O meu não foi,e por isso morreu. E uma outra rosa nasceu,e essa anda sendo germinada. — Se fosse naquele tempo,eu gritaria aos quatro ventos que te amava.
— Ela me ouvia,calada.

— Mais não me ama. — Constatou entristecida.

— Não desse jeito que tá pensando.
— Concluí. — Eu te amo muito,sou grato por ter te conhecido. — Beijei a testa dela,e ela se aconchegou em meu ombro. — Mais meu coração foi invadido por outra pessoa. — Contei.

— Por quem? — Indagou-me. Era um segredo que eu nem tinha contado pra Pérola. Estávamos nos conhecendo.

— Pela Helena. — Contei e ela logo tirou a cabeça do meu ombro e focou seus olhos aos meus.

— Mais como? Ela não está morando mais aqui e... — Eu a ínterrompi.

— Ficamos amigos,a alguns meses atrás. Eu ligava pra ela,pra fazer campanhia e quando vinha pra cidade a gente se via,aqui na praça ou ela ia na lanchonete. —Contei e a Pérola estava incrédula. — Até que num dia desses,nos beijamos. Foi tão bom. Ela retribuiu,e desde esse episódio não nos desgrudamos.

— E o Luan, tá sabendo disso? Desse namoro de vocês? —Eu neguei.

— Ele não faz idéia. — Confessei.

— Você,e a Helena. — Ela tentava digerir o que eu havia contado.
— Quem Diria. — Você não se importa dela ser bem mais velha que você?
— Eu neguei.

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