Capítulo 4

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Pérola

Depois que estávamos sentados lado a lado, nos pés daquela goiabeira, me senti envergonhada de continuar a tocar o meu violão , cheio de adesivos divertidos e a esboçar alguma cantoria perto daquele rapaz.

— Posso ?  — Pediu-me o meu violão. Eu lhe estiquei e ele logo o pegou e começou a tocar as suas primeiras notas, e em seguida tocou algo que eu não consegui discernir que música era. Porém era lindo.

— Nossa... — Fiquei boquiaberta por vê-lo tocar tão bem. — Você toca bem.
— Constatei.

— Você gosta do Jota Quest? — Me perguntou de forma doce, ainda tocando algo no violão.

— Um pouco. — Menti. Era uma das minhas bandas favoritas.

— Então ouve essa! —  Ele me olhou e começou a tocar e a cantar a música. Parecia que aquilo era uma exclusividade minha, por um momento eu havia até me esquecido de que eu estava rodeada de parentes e familiares , e que eu ainda estava na minha própria casa.

 Parecia que aquilo era uma exclusividade minha, por um momento eu havia até me esquecido de que eu estava rodeada de parentes e familiares , e que eu ainda estava na minha própria casa

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— É linda, qual o nome? — Me deixei relaxar um pouco , e me fiz de desentendida só para o conhecer mais.

— Chama-se ,"Só hoje". — Ele riu, e pude ver que ele também estava se sentindo envergonhado.

— Me empresta. — Lhe sorri.

— É, claro. — Me esticou o violão e eu o peguei.

— Conhece essa?  — Comecei a tocar e a cantar uma música que gosto bastante.

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Quem acredita sempre alcança!

— "Mais uma vez". — Lhe disse sorrindo, e um pouco sem jeito por cantar na sua frente.

— Quer que eu cante outra? — Me perguntou , todo sem jeito.

— Esse é o nome da música. — Lhe confessei enquanto ria do mal entendido.

— Eu sei... — Vi suas bochechas corarem.  — " Mesmo assim" , conhece?

— Sim, é do Rosa de Saron?
— Arqueei a sobrancelha para ele.

— Sim , é. — Me sorriu.  — Gosta das músicas deles? — Encostou na árvore e focou seu olhar no meu.

— Sim, passa uma mensagem muito boa, e nos transmitem paz.
— Confessei, desviando um pouco o meu olhar do dele.

— Me sinto assim também, mais em relação a música em geral.
— Me olhou ,e eu assenti.

— Luan, vamos? — O chamou a Helena.

— Eu gostei muito de te conhecer.
— Admitiu. — Será que podemos nos ver mais vezes, sabe , pra conversarmos sobre músicas, essas coisas, eu sou novo por aqui e até agora só conheço a sua família.

— Ah, sim. Claro! — Sorri. — É só aparecer aqui em casa. — Esbocei um sorriso tímido e ele o mesmo.

— Então, até. —  Deu alguns passos e logo se virou novamente para me olhar. — Obrigada por ter sido tão gentil. Tchau, Pérola. — Continuou a andar até desaparecer do meu campo de visão.

—Vocês ficam tão lindos juntos.
— Falou a tia Gi, se aproximando de mim.

— Não começa, acabamos de nos conhecer. — Ela me olhou e eu conti o riso.

— Só tem uma coisa que estraga naquele menino.  — Eu franzi a testa para ela.

— O que? — Ela riu.

—A Cruela que ele tem como madrasta. — Eu Revirei os olhos e acabei rindo.

— Você também era uma pessoa difícil, várias vezes o pai diz isso.
— Ela se sentou ao meu lado em baixo da árvore.

— Mais eu sou boa, e gosto de você como minha filha. — Me sorriu, e deu um leve esbarrão em meu ombro.
— Minha Pop Star, sabe o que eu fiz?
— Balancei a cabeça algumas vezes em negação. — Olha! — Me mostrou uma foto que ela havia tirado de nós. O Luan e eu , sem percebermos.
— Admita, vocês são lindos juntos.
— Apertou minhas bochechas assim que peguei o aparelho telefônico de suas mãos.

— A senhora está vendo coisas!
— Eu ria, a vendo se contorcer por eu chama-la de senhora.

—Ok, depois dessa eu saio daqui.
— Levantou-se e voltou para perto do meu pai Nícolas, mas ela havia esquecido o celular comigo.Continuei olhando aquela foto, nós dois juntos, o Luan era tão fotogênico. Já eu, havia sido pega em um perfil nada favorável para a minha estética.

— Pérola? — Escutei alguém me chamar, olhei a minha volta mas logo vi de quem se tratava. Era o Miguel parado na porta da entrada da casa acenando para mim igual a um retardado mirim, mas eu o amo mesmo que ele me encha o saco .

— O que foi? —  Gritei para ele de volta. E já fui me pondo de pé e recolhendo o meu violão e o celular da Gi, mas assim que coloquei a mão sobre o meu caderno, o Bolinha o agarrou rapidamente e saiu correndo e rasgando com a boca ,o pobre caderno em tamanho pequeno e com a sua capa mole , cheia de adesivos de bandas e notas musicais.

— Cachorro mau. — Fui gritando atrás dele, enquanto ele corria para onde o Miguel estava.Assim que o cachorro chegou perto do Miguel que continuava parado na porta , incrédulo com aquela cena. Todos os olhares se voltaram para mim, e para o cão que continuava a rasgar as folhas.

— Miguel, mande ele parar!
— Exclamei totalmente irritada. E assim o Miguel o fez, ele logo tratou de tirar o pouco que restou inteiro da boca do cão.

— Toma! — Me esticou o caderno, e eu o olhei furiosa.

— Isso é tudo culpa sua!
— Esbravejei e ele deu de ombros.
— Onde você pensa que vai? — O indaguei assim que o vi se virar pra entrar em casa.

— Vou falar pra mãe dessa sua histeria. — Eu Cerrei meus olhos para ele e sorri de forma maléfica.
— Miguel corre. — O ordenei e assim ele o fez, e eu comecei a correr atrás dele. Enquanto deixava o celular e o meu violão no chão ao lado da porta.


***

Video da música do Rosa de Saron,"Mesmo Assim ". Na capa do capítulo.

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