Capítulo 31

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Leon





O expediente foi agitando. Servi muitas mesas,e a sujeira triplicou. Meu pai resolveu fechar a lanchonete mais cedo. Minha mãe  iria preparar um jantar de comemoração das duas décadas e meia  de casados que eles tinham. O Jorge e eu ,ficamos responsáveis por arrumar toda a bagunça. Puxei um pano do balde,o esfreguei em uma das mesas. Era calda espalhada por todo o lado. Sorvete caído  no chão. Molho de tomate,alface e outros ingredientes perdidos no chão, em pedaços. O Jorge   juntava com a vassoura toda a sujeira.  

— Leon,não  dá  pra você  fazer isso sozinho? — Murmurou novamente, após  olhar pela milésima  vez no relógio  de parede.

— Não, não  dá. Eu preciso da sua ajuda. — Lhe disse e ele bufou.

— Cara,eu tenho uma festa pra ir.
— Murmurou. — A menina que eu gosto vai ir. — Eu respirei fundo e o olhei. Ele  parecia desesperado.

— Vai! — Ele sorriu e largou a vassoura encostada na mesa. — Eu termino aqui. — Ele puxou da bancada sua mochila e saiu as pressas pela porta.

— Me deve essa! — Murmurei  e ele assentiu. Me vi sozinho,a lanchonete com as portas fechada. A tranquei por dentro e voltei a limpar as mesas. Esfreguei todas que consegui e quando me cansei,puxei a vassoura e varri  o que faltava. Enchi um balde grande com água  e espalhei pelo chão. Esfreguei com sabão  e retirei o excesso de água. No fim,me vi sentado em uma cadeira, com as pernas apoiada em outra,meu celular nas mãos e a foto dela exposta. Olhei no relógio  é  já  era tarde. Lembrei-me de que havíamos  marcados de sair. Eu fiquei tão  ocupado que acabei me esquecendo. Abri o aplicativo  de mensagem de texto e enviei uma mensagem para ela.

Oi...
Me desculpe por hoje. Perdi a noção  do tempo.

Enviei a mensagem e logo recebi uma outra, do número  dela.

Acredita que eu também  havia esquecido.

Me disse,e eu sorri por não  ter sido o único

Amanhã te encontro no curso. Tenho aula extra. O professor de partitura trocou o dia da aula comigo.

Contei a ela.

Então, até amanhã.

Me disse.

Até  amanhã.


Fechei a galeria do meu celular e coloquei-me de pé. Destranquei a porta da lanchonete e assim que saí voltei a trancar e como eu não  queria ir para casa,queria dar mais tempo pros pombinhos ficarem a sós. Caminhei devagar, observando a rua. Havia muita gente fora de casa,algumas estavam sentadas em seus banquinhos jogando conversa  fora com os amigos. Crianças jogavam bola,no campo que havia ali perto. Eu sorri ao ver um menino de uns sete anos,correndo que nem um louco atrás  da bola. Eu me via no lugar dele,tentando brincar com meninos mais velhos,e tendo quer dar o máximo para acompanha- los. Andei mais um pouco,atravessei a rua e me sentei no banco de cimento. Respirei fundo,e fixei meus olhos no céu. O céu  está  estrelado,céu  azul ,sem nuvens e abafado. Vasculhei no meu bolso e encontrei uma nota de cinco reais. A peguei e me direcionei a uma barraca de pipocas doces. Fiz o meu pedido ao pipoqueiro e assim que ele me entregou ,e eu voltei  a me sentar no banco onde eu estava. Comi devagar a minha pipoca, e logo uma moça sentou-se ao meu lado. Me afastei  um pouco,e continuei comendo a minha pipoca.

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