Capítulo 38

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Algumas horas antes



Sidney




— Miguel, tem certeza de que investigou certo? — Perguntei pela terceira vez, e o menino bufou ao meu lado com o mapa em suas mãos.

— Lógico que tenho! — Revirou os olhos e apoiou suas pernas no painel de controle do carro. Logo eu tirei de imediato as pernas do menino dali.
— Ah, vô. Para de ser velho, o que tem descansar as pernas? — Murmurou insatisfeito.

— Primeiro, bem que eu queria realmente parar de ser velho! — Ele riu. — Segundo, esse carro é meu.
— Deixei claro e ele revirou os olhos. — Minhas regras ,meu carro,meu painel,meu banco,meu neto. — Ele bufou e eu o ignorei. — Tem certeza de que estamos no caminho certo?
— Insisti.

— Minhas fontes afirmaram que sim.
— Disse-me de olho no GPS do carro e  no mapa que estava aberto em suas pernas . E ao mesmo tempo no celular que estava em sua mão.

— E quem são as suas fontes? — O indaguei curioso.

— Depende. — Me sorriu de lado.

— Depende de que? — O olhei rapidamente, mas logo voltei a minha atenção na estrada.

— O que eu ganho pra te  dar essa informação valiosa? — Encarou-me.

— Ganha isso. — Logo soltei uma das mãos do volante e dei um peteleco na orelha daquele pequeno aprendiz de Sidney Saldanha.

— Ai! — Grunhiu irritado. 

— Garoto, se quer ser como eu, pare de ser explorador. Eu não sou assim. — O repreendi e ele bufou.

— Eu sei vô. —  Murmurou. — Mas eu sou um Sidney Saldanha aprimorado. — Concluiu e eu ri.

— E cada uma que eu tenho que ouvir. — Murmurei e o piralho achou graça. —  Miguel, só você mesmo, pra me fazer rir. — Constatei.

— Então? — Encarou-me, com aquele sorriso esperançoso nos lábios.

— Então o que moleque?
— Murmurei  e ele me encarou.

— Ainda vai querer saber sobre as minhas fontes? — Eu ri.

— Vou,me conte quem é essa fonte milagrosa. — Eu já fazia ideia de quem seria. Era muito óbvio por sinal,mas não queria desanimar o garoto. Ele havia feito um bom trabalho. O Menino encostou-se no banco pela milésima vez.

— Eu investiguei com o Nico e o Artur. — Contou-me. — O Nico fez o trabalho de saber com detalhes toda à informação, e me repassou. È claro que ele quis saber o motivo de tanta pergunta. Mais eu menti. — Eu o encarei. — Vô, foi por uma boa causa!— Justificou-se e eu neguei.

— Mentira é sempre mentira, independente da finalidade dela.
— Dei-lhe um tapa suave na cabeça dele , e ele me deu língua logo em seguida. — Essas crianças de hoje em dia não respeitam nem os mais velhos. — Já pode se oferecer pra trabalhar como espião no futuramente. — Falei brincando e o menino animou-se.

— Miguel Garcia Saldanha, o espião. — Gabou-se. — Gostei!

— Eu criei um mostro. — Comentei.

— Vô? — O olhei rapidamente.

— O que foi dessa vez. — Murmurei.

—  Eu estou com fome!

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