Capitulo 46

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Algumas horas depois




Pérola




Assim que abri meus olhos,senti minha visão voltar ao normal aos poucos. Tentei me levantar ,mais senti uma mão me impedir. Olhei para o meu lado e vi aquela mulher vestida de branco,me sorrindo e balbuciando algo com os lábios ,mais eu não entendi nada. Sua voz estava longe e a minha cabeça doía bastante.Olhei a minha volta e constatei de que eu estava dentro de uma sala em algum hospital da minha pequena cidade. Olhei para o meu lado oposto e vi algumas pessoas que também vestiam-se de branco. Eles conversavam algo, e olhavam para mim sem parar. Olhei para um dos meus braços e vi que havia soro conectado a minha veia por um tipo de cano bem fino e transparente. No meu outro braço,havia um pedaço de esparadrapo preso ,aquilo me indicava que haviam me furado e retirado sangue para algum exame. Eu já voltava a enxergar com perfeição,e já conseguia dicernir todas aquelas vozes que pareciam antes confusas.

— Sente-se melhor? — Indagou-me uma das enfermeiras.

— Minha cabeça dói um pouco. — Ela me sorriu e começou a mexer no tal soro colorido.Eu ainda me sentia confusa,mais começava a me lembrar dos motivos que me levaram a estar aqui.

— Meu avô. — Logo me lembrei do que houve. — Eu quero ver meu avô!— Falei  a enfermeira com certo desespero, a segurando com força pela manga de seu jaleco.

— Ele está bem. — Afirmou-me. — Ele é um homem forte. Um herói. — Me disse orgulhosa,e eu assenti.

— E meu bêbe? — Ela me olhou sem esboçar nenhuma reação. — O que aconteceu com ele? — Implorei.
— Por favor,me diga. — Minha voz já começava a ficar um pouco exaltada.

— Menina,se acalme. — Pediu-me.

— Você não pode se exaltar desse jeito. Não faz bem a você.
— Afirmou-me, um homem de branco que se colocou ao lado da moça que cuidava de mim.

— Eu só quero saber se ele ta bem.
—Pedi. —  Por favor,me diga. — O imolorei, já deixando minhas lágrimas rolarem. — Por favor,me diga!

— Você precisa ficar calma,ok?  — Eu assenti. — Você sofreu um grande baque ,e por isso não conseguiu segurar sua gestação. — Eu senti um nó na garganta. — Infelizmente,você perdeu o bêbe. — Minhas lágrimas começaram a rolar com mais intensidade. — Você é nova, vai ter muitos outros filhos, tá bom? — Eu assenti e me escolhi na cama.

— Meu avô,ele está mesmo bem?
— O homem assentiu.

— Seu avô,é um héroi. — Acariciou meu ombro. — Ele já acordou,ainda está fraco e um pouco machucado,mais logo ficará novo outra vez.

— Obrigada. — O agradeci,e ele se afastou de mim.






Leon




Assim que o médico nos contou o que aconteceu com ela,ficamos arrasados,mas era um peso tirado das costas dela é principalmente do Luan. O médico pediu para que aguardassemos ela acordar,pra enfim vê-la. Eles haviam dado um sedativo forte ,assim que ela chegou ao hospital. Ela havia acordado,mas com as lembranças do acidente do avô e do sangramento,a fez voltar a  se desesperar e eles tiveram que intervir. Voltamos a nos sentar. Notícias sobre o Vô dela havia chegado. Graças a Deus ,ele havia acordado. Precisaria passar mais um tempo internado, mas ficaria bem e isso era um alívio. Os minutos se passaram com rapidez, enquanto eu andava de um lado para o outro até que fomos interrompidos pela enfermeira.

— Ela já  acordou,só precisará ficar mais algumas horas em observação até ser liberada. — Nos disse uma jovem de fios esticados num coque muito bem feito. Roupas alinhadas, e muito bem lavadas. Um banco perfeito, quase novo. Eu me perguntava se era novo aquele uniforme.

— Eu posso vê-la? — A enfermeira assentiu ,então eu segui junto dela, até a sala que ela estava.


Luan




— A Pérola já acordou. — Falou uma voz familiar atráz de mim. Olhei para trás de onde eu estava sentado e vi que se tratava da Gisele. — Ela já está melhor. Se quiser,você já poderá vê-la. — Sentou-se ao meu lado.

— Depois eu vou. — Eu ainda tomava coragem para encara-la. Ela assentiu,e eu continuei olhando para aquele parquinho,minha mente ainda vagava por um mundo paralelo.

— Daqui uns anos,será a minha ou o meu filho... — Me confessou ainda meio boba com a nova descoberta.Respirei fundo e continuei em silêncio. — Luan ,eu sinto muito. — Finalmente eu a olhei. — Vocês apesar de novos ,seriam otimos pais. Eu iria gostar de ser mâe e madrastra-avó de uma única vez.
— Deixou o sorriso bobo sair e acariciou de leve a sua barriga.

— Ela perdeu mesmo o bêbe?
— A Gi passou a mão por minhas costas com carinho.

— Sim. — Afirmou-me.
— Infelizmente.




Pérola




— Tá tudo bem mesmo?
— Questionou-me mais uma vez o Leon. Ele estava angustiado.

— Tirando a dor de dentro do peito. Eu estou bem pelo menos fisicamente. — Forcei um sorriso e ele retribuiu.

— Estavamos aflitos sem saber notícias ,tanto suas quanto do seu avô. Seus pais estavam uma pilha de nervos e muito preocupados com vocês dois. — E ele tinha razão, não estava sendo nada fácil pra todos nós. Assim que o  Leon  saiu,veio minha mãe,em seguida meu pai Nícolas,depois a tia Gisele,meu pai Erick e os demais. O único que não havia entrado até agora era o Luan. Eu cheguei pensar que ele não queria me ver,até o ver entrar. Ele estava abatido,olhos inchados ,cabisbaixo. Tentei forçar um sorriso ,mais ele não sorriu de volta. Logo sentou-se ao meu lado e ficou me encarando sem dizer nada. Eu respirei fundo e tomei a iniciativa de falar algo.

— Você está bem? — Ele esfregou suas mãos por seu rosto.

— Não. — Se ajeitou na cadeira,apoiando seus cotovelos a suas coxas. — Eu não sei se vou conseguir melhorar.

— Claro que vai. — Afirmei. — Nos dois vamos.

— Eu tô muito confuso. São tantas perdas de uma única vez,que eu me sinto andando em ovos,e se eu pisar em falso quem cai dessa vez sou eu.
— Confessou-me.

— E o que pretende fazer a respeito?— Esfregou mais uma vez as mãos sobre o rosto.

— Não sei... — Eu engoli a seco.

— O que será de nós? — Aquela pergunta foi mais forte que eu. Ele me olhou,e deixou algumas lágrimas rolarem.

— Eu não sei... — Ele estava bastante abalado com os últimos acontecimentos.Nesse momento uma onda de lágrimas me tomou com força.

— Eu entendo. —Tentei segurar a sua mão, mas ele a afastou das minhas.   — Eu só quero que saiba que eu te amo. — Ele se colocou de pé,respirou fundo e seguiu para a saída da sala. Antes de sair pela porta, me olhou rapidamente, com os olhos marejados e me deixou sozinha na sala. Passou pela porta,e eu chorei mais uma vez. Tudo indicava que dessa vez,não teria mais volta.

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