Capítulo 66

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Pérola





Voltar pra faculdade e me empenhar ainda mais,era uma obrigação. Minha família me dava tanto,que eu só podia tentar ser sempre a melhor. A Aly estava sendo uma boa amiga. O Leon ia sempre me visitar,ele tinha terminado de vez o relacionamento com a Helena. Ela não aguentou a pressão de namorar alguém mais novo. Ele andava triste,e a Aly foi o animando. Nas primeira vezes,ele vinha por minha causa. Nas outras por causa dela. Eu sabia que ela iria tentar roubar o coração do meu amigo. Ela já vivia suspirando por ele. Tinha uma foto nossa no meu mural,e eu a pegava o admirando. Ela não negava,mas não admitia que era por ele,que a alma dela começava a corroer. Os meses foram passando,o bebê do Luan nasceu. Pietro. Ele me mandou a foto dele,depois de nascer. Era tão lindo e ele estava tão feliz. Me senti inciumada quando ele passou alguns dias a ajudando a cuidar do Bebê. Mas tentei não me amargura com isso,eu precisava focar minha atenção nos estudos,as provas estavam chegando e eu precisava tirar boas notas. Assim foi os primeiros anos. O Luan dividindo a atenção dele,com o bebê ,comigo e com a empresa. E eu,com os estudos ,o Luan, e o meu ciúme.  Os outros dois,foram mais difíceis, eu passava horas presa na biblioteca. O Leon ainda ia nos visitar,mas desta vez,ele e a Aly já mantinham uma relação mais definida. Eles namoravam. Eu via meu amigo sorrir mais. Mais ele ainda escondia dentro dele aquele sentimento sufocado. Ele não tinha se libertado do amor que o aprisionava. Eu não tinha muitas notícias da Helena. Sempre que o Luan vinha me ver,eu focava em nós, e aproveitava pra matar a saudade que eu tinha dele. Os negócios iam bem,ele fez outras viagens conheceu outros países, e estudou a distância como havia comentado a algum tempo na minha casa. O Leon ainda tentava a faculdade pública de medicina. Ele era persistente. Era isso que ele queria,e não iria desistir enquanto não conseguisse. Sorri aliviada quando entreguei meu trabalho de conclusão de curso. Respirei aliviada quando o resultado saiu e eu podia gritar aos quatro ventos que eu era a Doutora Pérola Saldanha Sarkozy Garcia. No dia da entrega dos canudos,minha família estava em peso. Chamaram-me no palco e eles me aplaudiram,mais quem tinha que apaludi-los era eu. Eles lutaram por mim,desde o dia que nasci. Eles amadureceram para cuidar de mim,eles foram a luta pra me dar o que possuo hoje,amor e uma família unida. Peguei o canudo e desci as escadas. A Aly já estava com o dela em mãos e me esperava animada.

— Como vou sentir a sua falta.
— Murmurou sentindo o peso da despedida. Me abraçou forte e eu retribui o abraço carinhoso.

— Parabéns filha! — Aproximou-se minha mãe, e eu a abracei em seguida.

— Agora temos que montar seu consultório. — Aproximou-se a tia Gi,de mãos dadas ao Caique. O Davi estava com ela.

— Vamos com calma tia. — Pedi e ela riu. Eu me abaixei e abracei meu pequeno ruivinho. Ele era a cara do meu pai Nico. Olhos escuros iguais a da tia, sorriso travesso,uma mistura daqueles dois. O pequeno já nasceu com o nome de um jovem corajoso e destemido. Que amava sua família,e que salvou a vida de seu irmão,tudo por um único sentido. O sentido mais bonito,o Amor. Agarrei aquele pequeno nos meus braços e o apertei. Dei um beijo estalado em suas bochechas rosadas,e ele riu. Risada gostosa ,daquelas que te faz ganhar o dia.Em seguida abracei o Miguel,e os demais.

— Pérola, precisamos ir.
— Chamou-me a Aly e eu assenti. Corri até ela. Era o momento de tirar as fotos com a turma,e as sozinhas num painel divertido que o campus tinha montado. Me juntei a minha turma,e os cliques foram dados. Depois foi a turma da Aly. A turma se desfez e uma fila foi feita,pras fotos individuais. A Aly estava animada pra tirar a foto dela comigo. Fizemos algumas poses animadas. Usamos alguns chapéus divertidos e os cliques foram dados. O Leon nos observava sorridente. Assim que demos lugar para o próximo da fila,me aproximei do Leon.

— Nem pra vim me dar um abraço.
— Finji-me está entristecida e ele me puxou para si,e me abraçou forte.

— Minha ruivinha,agora virou doutora. —Me agarrou e me rodou no ar e eu ri alto.

— Assim quem vai ficar com ciúmes,sou eu. — Aproximou a Aly, fazendo biquinho.O Leon me colocou no chão,e com o outro braço a agarrou também.

— Minhas meninas,agora são profissionais sérias. — Rimos.
— E eu,o novo estudante de Medicina.
— Contou-nos com orgulho.

— Você conseguiu? — Ele assentiu feliz.— Precisamos comemorar.
— Afirmei e ele concordou.

— Acho que a casa de praia dos meus avós é um excelente lugar pra isso.
— Todos concordaram.



Luan





Eu estava terminando de me arrumar,quando o Pietro entrou no quarto e puxou a minha calça. Olhei pro meu filho todo lindo,naquela roupinha social que a mãe dele o fez usar neste dia. Ela estava tão nervosa,que não sabia se terminava de se vestir ou nos apressava.

— Papai,eu tô com fome.
— Murmurou Meu menino,fazendo biquinho. Eu sorri. Terminei de vestir a minha camisa,e comecei a arrumar a gravata. Eu fiz os nós que a Helena me ensinou ,e assim que terminei de ajeita-la me olhei mais uma vez no espelho.

— Vou pegar algo na geladeira pra você comer.— Ele sorriu satisfeito.

— Luan! — Gritou a Dulce.
— Anda,vamos nos atrasar.
— Afirmou-me nervosa.
— Cadê o Pietro?— Murmuou a procura do nosso menino. Sai pelo corredor da fazenda com pressa,levando meu filho comigo. Eu a encontrei na sala. Ela estava agitada,andando de um lado ao outro.

Luan,essa gravata está toda torta.

— Afirmou-me ,e eu ri. Ela aproximou-se de mim,e a ajeitou.
— Filho! — Gritou novamente, e o menino apareceu no campo de visão dela.

— Maria flor?— Gritei pela menina que ajudava a Dulce com O Pietro.
- Pegue algo pro Pietro comer,por favor. - Ela assentiu e sumiu de nossas  vistas,mas rapidamente  voltou trazendo consigo um sanduíche e um  achocolatado e o menino pegou de suas mãos e a tomou com cuidado.
- Obrigado. - Ela sorriu.

— Que horas essa cerimonia vai começar?— Questionou-me a Helena e nós rimos.

— Assim que chegarmos ao cartório.
— A Dulce estava linda no seu vestido branco simples,ele tinha uma leve transparência nos ombros e um leve decote. Seus cabelos estavam presos em um coque despojado com algumas flores presas em seus fios escuros. Ela sorria ,toda feliz . Graças a Deus a Dulce se curou da depressão pós parto.Foram anos de grande tristeza,só Deus sabe como tive que me dobrar para cuidar dela,e do nosso pequeno Pietro.Logo seguimos para o carro,ajudei a Dulce a entrar,e em seguida prendi nosso pequeno com o cinto de segurança. A Lena fez questão de ir conosco.Não demorou muito para que chegássemos ao Cartório. Respirei fundo,e a olhei. Ela esta tão linda. Beijei sua bochecha antes de entramos no salão.Chamaram o nome dos noivos,e eu entrei com ela. O cartório tinha reservado uma pequena capela,eu a levei até o altar. O Rapaz a esperava ansioso do outro lado do tapete. Ele estava muito bem vestido no seu terno elegante. Sorrio ao vê-la entrar.

— Cuide dela. — Pedi ao rapaz ,assim que a entreguei a ele. Ele assentiu e beijou a mão dela com carinho. Me juntei a Helena em um dos bancos. A capela estava vazia,Mais exalava amor. Eles se viraram ao juiz que, e o  mesmo começou a falar. Eram palavras bonitas, e breves. A Dulce se casava com um rapaz franzino,mais de bom coração. Ele ajudou muito a Dulce no tempo em que ficou abatida e pertubada com a sua nova situação. Creio que eu ,também tenha culpa pelo estado que ela ficou. Meu coração já estava ocupado,quando á conheci. Ela sabia disso,mais acabou supondo que conseguiria me fazer mudar de rumo,mais não aconteceu. O Pietro foi e é,muito amado. Eu dou a minha vida pela dele,o amo de mais. Ele foi ,é,e sempre será ,o meu maior presente.Meu pai iria gostar de conhecer esse pequeno homenzinho. Ele tem as feições da mãe. Doce,esperto,inteligente como ela é. Vejo poucas coisas iguais á mim.Uma delas é a teimosia que ele tem,e o amor pela música e pelos bichos. Ah,é o amor que ele desenvolveu pela minha ruiva.

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