Capítulo 10

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Pérola



Depois que me despedi da minha mãe, segui para o ponto de ônibus. Aguardei por alguns longos minutos,eu começava a sentir o peso daquela conversa. O peso das cobranças da minha família,em relação ao meu namoro.

— Pérola? — Escutei alguém me chamar, eu já estava sentada em um dos últimos bancos do ônibus. Mal olhei para quem estivesse por ali, mais aquela voz não era estranha. Olhei para frente, retirei meus fontes de ouvido e a voz soou mais alto e logo pude ver de quem se tratava.

— Lora?  — Ela sorriu. — O que faz aqui? — A indaguei enquanto ela levantava do banco de onde estava e se encaminhava para perto de  mim.

— Eu estou indo para a casa do meu pai. E você? — Sentou-se ao meu lado e engatou uma conversa.

— Indo na empresa da minha madrasta.  — Ela riu.

— Sabia que eu ainda me lembro dela. Nossa, ela é maluquinha. — Confessou entre risos. — A Gisele, ainda curte Rock? — Eu assenti. —  Depois convide ela, para ir na minha casa conhecer a nossa banda de pop rock!

— Ah, pode deixar. Vou falar com ela,sim. — A Lora era uma moça da minha idade, e como eu. Ela também gostava de Rock, mais também é toda meiga e romântica. A Lora, apesar dessa doçura toda adora tocar bateria. E eu já pude presencia-la tocando na nossa escola e ela é muito boa no que faz.



Luan



Eu ainda estava apreensivo com aquele pedido de namoro. Eu gosto da Pérola. Gosto de uma forma que nunca gostei de ninguém. Depois da nossa conversa , resolvi ir até o restaurante.  Assim que adentrei aquele salão abarrotado de gente, que acabará de sair do trabalho. Me sentei no balcão, e logo o Nícolas aproximou -se de mim.

— Que cara é essa?  — Indagou -me  enquanto puxava um dos bancos para se sentar ao meu lado.

— Cara de quem vai morrer logo logo.
—  Confessei sem pensar. Em seguida vi que eu havia acabado de fazer. Confessei isso ao meu futuro sogro, ou melhor a um dos meus futuros sogros. Eu nunca entendi direito aquela família. A Pérola tem tantos pais, tantos avôs e avós. Aquela família e toda confusa . Será que eu sobrevivo depois que ele descobri que eu sou o rapaz que dar uns pegas na princesa dele?

— Morrer? — Me olhou totalmente confuso. — Você,não  está muito novo pra isso? — Questionou-me enquanto chamava uma funcionária .Assim que a funcionária se aproximou ele logo pediu duas bebidas e dois lanches . A funcionária anotou os pedidos e logo voltou para a cozinha. Eu ainda não havia visto o meu tio em lugar algum e nem a tia Verônica que havia começado a trabalhar com eles ficando responsável pela gerencia do local.  — Então, poderia me explicar melhor o porque desse desespero todo? — Eu engoli a seco ,e tentei rapidamente formular uma resposta decente para lhe dizer.

— É porque sinto que me meti em uma enrascada daqueles cabulosas.
— Desviei o meu olhar do dele, e foquei na funcionaria que já voltava com uma bandeja em mãos com os pedidos que ele acabará de fazer. A funcionária deixou os lanches e as bebidas sobre o balcão e logo se retirou.

— Isso tem haver com alguma menina, não é? — Tentou sondar o real motivo ,e eu apesar de ter medo da reação dele, eu precisava conversar com alguém sobre aquele assunto. Eu apenas assenti e peguei o lanche e logo o abocanhei. —  Luan, eu já te contei sobre como conheci a Gi? — Eu neguei com a cabeça enquanto mastigava meu lanche.
— Bom...  — Pigarrou.  — A  Gi, nunca foi uma mulher fácil. —  Sorriu.
—  Ela era a maldita em pessoa. O mulher mais difícil. Eu também pensei que ela logo me mataria, sabe quantas vezes já bati de carro ? —  Eu neguei e ele continuou.  — Várias vezes.  — Surleendi-me com aquela confissão.  — Aquela lá, não nasceu para dirigir. Mais ela que não me ouça. —  Acabamos rindo.  — A Gi, me matou. Matou o velho Nícolas, e me deixou rendido ao seus pés. Quando mais difícil e complicado a mulher é, sempre será um estímulo para colocarmos o cabresto nelas, para domarmos o seu coração. A Gi é , e sempre será a maldita que roubou o meu coração. —   Pude ver os olhos do Nícolas brilharem ao vê-lo falar dela.

—  É você conseguiu doma-la? — Ele soltou uma gargalhada alta e eu acabei achando graça de sua reação.

— Eu que acabei sendo domado.
— Concluiu.   —  Aquela lá ,me colocou o cabresto. Hoje só enxergo a minha loira. —  Assim que ele terminou de falar , logo vi o tio Artur vindo em direção a nós.

— Luan, não imaginária te encontrar por aqui há essa hora.  — Confessou o tio, já puxando uma cadeira do balcãopara se sentar conosco. Ele estava com uma expressão de cansaço,apesar de estampar um belo sorriso em seu rosto.

—  Eu precisava arejar um pouco as minhas  idéias. —  Confessei de forma tímida. O Artur riu!

— Meu filho, só te digo uma coisa. As mulheres são as piores drogas que um homem pode se viciar. Aquelas lá, fazem mais estragos que qualquer porcaria vendida ilegalmente.
—  Logo fez sinal para uma das funcionárias e pediu um drink.

— Mais quem disse que estou assim por uma mulher? —  O indaguei curioso e o Nícolas só ria enquanto tomava o seu suco.

— Por que aquela menina, é igual ao resto de sua família. Complicada , teimosa, e com a influência que tem, você vai acabar igual a esse aqui. 
— O Artur bateu nos ombros do Nícolas. — Com cabresto até na alma.
— Eu acabei gargalhando e o Nicolas ficou um pouco perdido na conversa.

— Afinal, quem é essa menina tão maléfica?  — Perguntou curioso para nós dois e eu por minha vez, acabei me engasgando com o pedaço do lanche.

— Calma!  — Falou o Nícolas entre algumas batidas suaves que deu em minhas costas.

—  Logo , logo você irá conhece-la.
—  Falou o tio cheio de risinhos. Ele adorava me colocar em maus lençóis.

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