Capítulo 36

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Leon







Eu estava sentado,em um dos degraus da escada que levava a porta principal da casa. Eu já  estava impaciente. Ele demorava aparecer. Coloquei-me de pé e comecei a andar de uma lado ao outro,quando a porta voltou a se abrir.

— Você podia colocar esse saco de lixo pra mim,no latão de lixo,por favor?  — Eu assenti e tomei das mãos dela o pequeno saco de lixo. Ela ameaçou entrar,mas voltou. Assim que deixei o saco no latão, voltei a me sentar na escada. — Seu nariz tá feio.
— Avaliou-me. — Eu posso te arrumar a minha maleta de curativos,você quer? — Eu deixei um sorriso de leve escapar dos meus lábios.

— Eu vou ficar bem,mesmo assim, Obrigado. — Ela assentiu.

—  Quem te bateu tá  pior ou melhor que você? —Eu ri.

— Infelizmente, ele tá bem fisicamente. Só  não  garanto emocionalmente. — Concluí e ela sorriu. — Seu braço, quebrou ele como?

— Fui tentar puxar uma caixa,e ela caiu sobre ele.  — Constatou.

— Pelo visto tá  incomodando muito. — Ela assentiu.

— O braço já aliviou um pouco.O problema é com o  meu corpo, que esta moído.

— Hoje não foi um dia bom pra nós  dois. — Ela assentiu.

— Não  mesmo. — Constatou. Ela era tão bonita. Parecia ser mais nova,do que a certidão de nascimento dela dizia. Sorriso fácil,olhar doce. Eu não via nenhuma similaridade com o menino que me socou. Fiquei tentado em perguntar,mas não  sabia se devia ser indiscreto a tal ponto. — Me desculpe perguntar,mas o que de tão importante você quer falar com o meu enteado? — Sorri ao constatar que realmente ela não tinha laços de sangue com o menino. Apenas laços familiares,de mulher do pai dele.

— Coisas de homens. — Ela riu.

— O Luan não tem muitos amigos por aqui. Acho que na verdade,ele não tem nenhum. Só a namorada mesmo,e a família dela.

— Eu os conheço. — Ela me olhou surpresa. —Dona Fernanda e seu Erick,são boas pessoas. — Ela assentiu.

— Você conhece o outro pai dela?
— Eu neguei.

— Ainda não, apesar dela falar com orgulho dele. — Eu Respirei fundo e senti meu nariz latejar.

— Quer um dos meus comprimidos pra dor? — Eu neguei. — Mesmo assim vou buscar um. — Eu assenti e ela entrou,fechando a porta em seguida. Não demorou muito para que eu ouvisse a porta se abrir novamente. — Aqui. — Esticou-me. Eu me estiquei e peguei de suas mãos. Ela me entregou um copo,e eu abri a torneira rapidamente e o enchi com água. Retirei o pequeno papel da embalagem e o coloquei em minha boca e com um pouco de água engoli o comprimido branco com gosto amargo.

— Obrigado. — Lhe devolvi o copo e ela pegou com dificuldade.

— Eu vou entrar, preciso urgentemente deitar um pouco.
— Eu assenti e ela se foi.

— Cadê você Luan...— Murmurei impaciente.








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