Capítulo 68

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Luan



Eu planejava entregar as flores,e me sentar ao lado dela e ouvi todas as histórias sobre o tempo que permaneceu no apartamento do campus,até hoje. Mas ,ao estacionar meu carro e olhar pro meu filho todo feliz,brincando com o brinquedo dele,me lembrei do que me fez me aproximar dela. Dos motivos que me fizeram a amar, das circunstâncias que nos afastaram e dos momentos que me preocupei de não conseguir tê-la em meus braços novamente. O violão estava lá, conosco nos momentos especiais. Sai do carro,o contornei e liberei meu filho do cinto e o ajudei a sair do carro.

— Luan...— Chamou-me a Natalie, uma amiga do meu tio que estava trabalhado atualmente no Gregos com ele. — Só faltava você na confraternização. — Me disse e eu sorri. — Como esse menino tá grande. — Abaixou-Se para cumprimentar meu pequeno. Ele se retraiu e a Natalie não o forçou a falar com ela.

— Você pode chamar meu tio pra mim,por favor? — Ela assentiu e se foi,entrando no gregos novamente pela porta dos fundos. Eu puxei o meu violão do banco de trás,e tirei as flores do banco do passageiro.

— Papai,é pra quem as flores? — Eu sorri, e olhei pro buquê.

— Pra tia Pérola. — Contei e ele sorriu gostando da ideia. — Quer entregar pra ela? — Meu menino assentiu.

— Cadê o menino mais lindo do Vô ?
— Assim que o Pietro o ouviu,correu em direção a ele. Meu tio abaixou e retribuiu o abraço que ele lhe deu.
— Que abraço mais gostoso.
— Murmurou Meu tio e o Pietro sorriu. Eles se adoravam.

— Tio,o palco do Gregos ainda está montado? — Meu tio assentiu. — Será que tem como eu utiliza-lo,para uma surpresa pra Pérola?

— Com certeza! — Meu tio Levantou -Se e me abraçou rapidamente.
— Pensei que fosse ficar pra comemorar com a Dulce. Ela não casou hoje?

— Casou. — Afimei. — E agora ela não precisa mas de mim,ela tem o Elias.
— Expliquei. — Eu quero que a Pérola saiba que é com ela que quero passar o resto dos meus dias.

— Então o que falta,pra que isso aconteça? — Eu sorri já nervoso.

— Coragem. — Meu tio Rio.

— Então providencie isso. — Eu concordei. — Esse pequeno vai ficar com quem?
— Indagou-me, animado. Ele adorava crianças.

— Comigo,enquanto a Dulce curte a lua de mel. — Expliquei.

— Então, vocês podem ficar comigo. Tô com saudades de ter a minha casa cheia.— Disse com tristeza.

— E as namoradas? — Ele riu.

— Tô me cansando delas. Tô querendo sossegar.— Eu me surpreendi.

— Eu vivi pra ouvir isso sair da sua boca. — Ele sorriu constrangido.

— Vamos entrar, antes que desista de fazer o que pensou.— Eu concordei. Enquanto eu a olhava do palco,esperando o Leon se posicionar ao meu lado,eu via os olhares esperançosos em minha direção. Era novidade,eu está no palco e não ela. O Leon me questionou se eu estava pronto,eu assenti e limpei a minha garganta. Posicionei o microfone novamente e só então, fiz a introdução da música e ele vinha junto em harmônia. Meus dedos tateavam as cordas sem preocupação. Eu já tinha tocado essa mesma música diversas vezes,no meu quarto enquanto pensava nela,e sonhava com o meu futuro ao lado dela. Minhas mãos tremiam um pouco,mas eu fechava os olhos me acalmava e voltava a minha atenção a ela,que aparentemente estava encantada com o que via e ouvia.


— "Você é assim,um sonho pra mim e quando não te vejo.Eu penso em você,desde amanhecer até quando eu me deito. Eu gosto de você,e gosto de ficar com você,meu riso é tão feliz contigo. Meu melhor amigo é o meu amor..." — Seus olhos brilhavam,e eu a vendo, com o meu filho no colo abraçada junto dele,percebi que o mundo podia acabar ali mesmo, que eu seria o homem mais feliz do mundo. Meu mundo,era eles. Assim que terminei de cantar os aplausos soaram pelo salão. O Leon aplaudiu junto, e eu o olhei grato pela a ajuda. Respirei fundo,e esperei os ânimos se acalmarem. Voltei a minha atenção a ela. — Como um amigo meu,chamado Vinicius de Morais citou em um dos seus poemas,que eu vou cita-lo. Dizia o seguinte; — Todos se calaram.
— Assim como o oceano ,só é belo com o luar.Assim como a canção ,só tem razão se cantar.Assim como a nuvem,só acontece se chover.Assim como o poeta,só é grande se sofrer. Assim como viver,sem ter amor,não é viver.Não há você sem mim,e eu não existo sem você. — A Pérola já deixava suas lágrimas rolarem por seu rosto e eu me emocionada.
— Uma vez me perguntaram,o que eu preferia. Se era Viver um grande amor,ou ganhar o mundo inteiro?
— Eu sorri,e ela passou um das mãos pelo seu rosto, limpando as lagrimas que insistiam em rolar. — Eu respondi que se eu escolhesse ganhar o mundo,acabaria perdendo o amor,mais se eu escolhesse o amor. Eu iria conquistar o mundo.— Eu ouvi alguns sorrisos. — Meu grande amor,é você.— Afirmei pra ela.— Não digo que foi amor á primeira vista.Eu não acredito nisso.— Fui o mais sincero possível. — O que existe de fato,é a pessoa certa. Você por acaso estava lá. — Ela sorriu. — O que eu quero dizer com tudo isso? — Coloquei-me de pé, e entreguei o violão pro Leon que o pegou rapidamente. — Eu tenho muito orgulho da mulher que você se tornou.Tenho orgulho de tê-la ,ao meu lado.— Eu desci os degraus e caminhei devagar até ela. — Passamos tantas coisas juntos,aprendemos a lidar um com o outro.Tropeçamos,caimos,nos levantamos e agora estamos seguindo de mãos dadas pela estrada da vida.
— Ela concordou. — Você me esperou crescer. — Sorri. — Eu não tenho palavras para agradecer o bem que você me faz,simplesmente por existir ,e por dividir seu tempo, e sua vida. — Ela colocou-se de pé, e o Pietro sentou-se na cadeira que ela estava. — Eu olho pro futuro,e não consigo me ver longe de você.— Ela assentiu. — Eu olho pro passado,e não tento e nem cogito em muda-lo.
— Lembro-me com tristeza das coisas que fiz,e me arrependo por isso. — Eu poderia sim,ter feito algumas coisas diferente,mais tudo o que vivemos serviu para fortalecer o nosso grande amor.— Constatei. — Eu te amo! — Acariciei seu rosto. — Não existe mais nada que me impeça de torná-la definitivamente minha.— Eu respirei fundo. —Você,aceita se casar comigo, e dessa vez o mais rápido possível?
— Ela sorriu toda boba.
— Caso diga não. — Eu ri. — Eu juro que faço a maior loucura.
— Eu ri. — Eu me enforco com papel higiênico,ou Pulo de cima da casinha do cachorro. — Todos riram. — Ou quem sabe eu me jogo de baixo de um velocípede ou talvez,me afogo num aquário vazio e depois atiro na minha cabeça com pistola de água. Além de saltar de cabeça na cama e me envenenar com Danoninho. — Todo mundo riu,inclusive ela.

— É óbvio que minha resposta é sim.
— Concluiu e eu a beijei. Os aplausos soaram e o Pietro correu pra nós abraçar.


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