Capítulo 18

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Luan




O enterro da Dona Marina foi muito triste. A  família estava arrasada. A Pérola já estava mais calma,apesar de sua feição está clara que aquela perda foi devastadora também para ela.Pelo o que entendi,a Marina era a segunda esposa do Sidney,a mãe da Gisele.A Pérola cresceu com aquele único exemplo de avó materna.Avó adotada pela família e por ela. Eu estava no enterro,meu pai foi juntamente da Lena,porém eu fiquei um pouco mais afastado dele e de todos.Eu não queria tirar o foco da Pérola que estava abraçada ao seu avô ,para mim,mais ela sabia que estava ali,a observando de longe.Pude ver seu sorriso ao me avistar de perto do túmulo que estava ainda sendo preparado para a descida do caixão vermelho aveludado ,com detalhes em dourado,e o símbolo do corpo dos bombeiros bem em cima do caixão fechado.  Aquela mulher loira,já idosa dedicou boa parte de sua vida para salvar outras vidas. Ela era uma mulher forte,com traços únicos e delicados.Sábia,e pacificadora,apesar deu saber que essa mudança de comportamento,foi moldada com o tempo.

Eu sai daquele cemitério antes que descessem o tal caixão. Eu precisava respirar ar puro,e seguir o meu caminho para a fazenda.Meu pai precisava de mim por lá,e aquele lugar seria meu ,no futuro, que eu espero ser ainda  muito distante.
Fiz sinal para o ônibus após seguir para o ponto de ônibus que havia ali perto. Assim que aproximou-se de mim,parou.Eu entrei e me sentei ,no penúltimo banco .Havia poucos passageiros, e a maioria dispersa aguardando chegar ao seu destino.

— Ei! — Escutei alguém murmurar  algo,levantei a minha cabeça e olhei  um homem de cabelos grisalhos a me chamar. — Ei menino! — Toquei com a mão sobre o meu peito  rapidamente,o  perguntando se realmente era eu,o tal menino que ele estava chamando e ele confirmou.Retirei os fones de ouvido que eu acabará de colocar e fiquei ainda em silêncio o olhando. — Você não é daqui né?  — Perguntou-me curioso,porém eu não respondi.
— Sabe... — Olhou para fora da janela.  — Eu  gosto daqui.  — Me sorriu.— Sabia que hà muitos anos atrás esta cidade foi premiada pelos seus belos jardins nas praças? — Eu neguei e ele sorriu. — Hoje só existe uma praça cheia de mato ,e umas pouquíssimas flores silvestres.Não é nem sombra do que  já foi um dia. — Confessou, já se pondo de pé.Ele caminhou até a porta de saída do ônibus. — Gostei de você,seu pai deve ter orgulho do filho que tem... — Me sorriu , e eu lhe devolvi um sorriso contido e sem jeito. — Eu iria gostar ,se eu tivesse um neto assim como você.Infelizmente a minha neta  nem lembram que eu existo. — Constatou e eu pude ver a tristeza em seu olhar. — Foi um prazer lhe conhecer, e eu ficaria mais feliz se soubesse como se chama? — Fez uma pausa e focou seus olhos aos meus,  aguardando eu responder o meu nome.

— Luan... — Ele sorriu mais uma vez.

— Luan! — Repetiu para si mesmo.
— Bonito nome. — Me disse. — Poderoso como um leão.  Eu ri,sem entender o que ele tava falando.

— O que isso quer dizer? — O indaguei e ele riu.

— Isso do "Poderoso como um leão";Ou "Ele protege e é justo",Ou o filho da Lua" São os significados do seu nome. Eu gosto bastante de passar meu tempo pesquisando coisas desse tipo. — Eu sorri. — Ah, antes que eu me esqueça, eu me  chamo Inácio! — Eu assenti. — Que significa Filho,ou ardente e o que eu mais gosto. O que é como fogo. — Ele riu. — Bom...
—Voltou a olhar pela janela. — Meu destino já está perto. — Ele pucouna cigarra. — fique com Deus rapaz.
— Me disse enquanto se segurava para não  cair,assim que o motorista freeou.

— O senhor Também!  — Ele assentiu.

— Por pouco eu já estava achando que o gato havia mordido a sua língua. — Brincou, e acabou me fazendo rir. — Até meu jovem.  — Eu acenei rapidamente ele desceu enquanto eu continuei à viagem.
Depois de meia hora ,eu havia descido na praça. Segui de forma rápida até a minha casa.Destranquei a porta e segui para o meu quarto ,recolhi a minha mochila e peguei as minhas peças de roupa do armário e as depositei na mochila de qualquer jeito.  Assim que terminei de arrumar a minha bolsa,busquei uma calça jeans preta rasgada e uma blusa azul, junto de minha jaqueta militar pesada. Segui para o banheiro para tomar uma ducha rápida,ao sair do meu banho ,me sequei e logo me vesti. Me perfumei e arrumei o meu cabelo ,mais logo em seguida coloquei a minha touca preta e voltei para o meu quarto para calçar as minhas botas pesadas.Assim que terminei de me arrumar,puxei a minha mochila de cima da cama e a coloquei nas costas e segui para a saída da casa com uma certa rapidez.

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