Capítulo 54

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Pérola




Eu os olhava algumas vezes. A conversa estava ficando tensa. Meu milk Shake estava sendo pouco,pra tanto nervosismo. Foquei meus olhos na televisão, passava um filme parecido com o que minha mãe via em casa,antes deu sair.

— Ora,ora. A donzela apareceu.
— Escutei aquela voz irritante ficando cada vez mais próxima de onde eu estava. Olhei para trás e o vi,aquele moleque estava na minha cola outra vez.

— Ora ,ora. O moleque petulante ressurgiu. — Imitei o mesmo tom de voz que ele usou para falar comigo.

— Tá com dor de cotovelo pelo namoradinho ali? — Ele sentou-se ao meu lado e eu olhei para eles na mesa. O garoto referia-se ao Leon,ele em partes estava certo. Só errou ao indicar o individuo certo.

— Não é da sua conta! — Eu bufei e ele riu.

— Você ainda continua seguindo os clientes da sua mãe? — Eu revirei os olhos.

— Vê,se me erra! — Voltei a minha atenção para a televisão.

— Você não sabe ser agradável não?
— Focou seus olhos em mim. Eu revirei os olhos.

— Não,eu não sei ser. — Fui um pouco rude com o pobre "aborecente" ao meu lado que não se importou com a maneira que eu o tratei.

Luan

"Nós estamos namorando",o que eu perdi nesse tempo longe? Como eu pude deixar isso acontecer? Eu devia cuidar da Helena,e o que eu fiz? Eu a deixei sozinha,a mercê daquele homem cheio de segundas intenções. Ele queria se aproveitar dela,e ela não percebia isso?

— Eu acho que você enlouqueceu.
— Resmunguei para a Helena. Tomei um gole do meu refrigerante enquanto eles se entreolhavam.
— Você já foi mais inteligente Helena. Se deixou ser envenenada com essa maluquice de que "existe amor",entre vocês.
— Me exaltei um pouco ,e percebi alguns olhares tortos em minha direção.

— Como ousa nos ofender dessa forma?
— Me repreendeu e eu me calei.
— Eu pensei que já tivesse amadurecido.
— Alfinetou-me. — Eu queria que você me entendesse,e aceitasse essa minha decisão. — Me disse irritada.
— Eu não estou lhe pedindo permissão. Eu só queria a sua consideração.

— Você devia ter vergonha de namorar esse moleque.
— Despejei em cima dela.

— Eu não preciso do dinheiro dela.
— Rebateu. — Se não percebeu eu trabalho. Não ganho o mesmo que você, mais é digno da mesma forma.

— Luan,eles se ama. — Murmurou a Dulce. Eu era o único com a sanidade perfeita naquela mesa?

— Ele está se aproveitando da sua carência. —Murmurei ignorando a cara feia que ela me retribuia.

— Seu pai teria vergonha dessa atitude sua.— Ela tinha ido longe de mais.

— Você nem esperou o corpo dele esfriar ,para se entregar a esse moleque.

— Eu nunca o desrespeitei,se quer saber. Eu o amei até os seus últimos dias. — Confessou já toda emocionada.
— Seu pai se foi. — Eu me desarmei.
— Eu não posso parar de viver porque você quer. Eu também tenho direito de ser feliz. — Logo deixou suas lágrimas rolarem. Se colocou de pé e seguiu com pressa até a saída da lanchonete.

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