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Louis POV

Nunca imaginei que a volta a Londres fosse tão agitada assim. Apenas pensei que vinha para acabar o ensino secundário e depois voltaria pra LA, onde entraria numa universidade e cuidaria de Freddie. Morria de saudades dele.

Mas foi um cenário bem diferente o que aqui encontrei. Quando ouvi a Katerina a dizer que esperava que eu fosse tão gato como o meu primo, eu sabia que ela seria uma bela dor de cabeça. Mas ignorei-a no primeiro momento, principalmente quando ela se ofereceu na festa. Não gosto de raparigas desse tipo. Até o meu pai nos levar a jantar a casa dela. A garota daquela noite era bem diferente da Katerina que eu conhecia do colégio ou da festa. Logo entendi que ela não era qualquer garota, mesmo que quisesse parecer apenas mais uma. Mas ela sofria por não poder ser quem realmente era.

Passei grande parte da minha infância e adolescência no consultório do meu pai, talvez por isso tenha o desejo de estudar psiquiatria como ele. Eu via muitas garotas com os mesmos problemas do que Katerina. E na hora que a conheci verdadeiramente vi que eu poderia ajudá-la.

Não gostei nada dos meios que ela usou para me manter na linha. Mas assim como ela me queria eu também a queria. Era estranho pensar assim, porque mal nos conhecemos, mas quando estamos juntos parece que é a única forma de nos entender. Por isso deixei-a acreditar que me teria, mas o meu desejo era também tê-la. Sabia que depois da primeira noite juntos ambos teríamos a vida fodida, mas estava disposto a correr esse risco.

Ela disse-me que eu era um desafio pra ela. Talvez porque não babei aos seus pés como todos os outros rapazes faziam. Talvez porque ela viu-me como uma meta que precisasse alcançar. Mas eu via-a como uma menina que precisava de ajuda para se encontrar e eu estava empenhado em ajudá-la. Ela também seria o meu desafio.


Saía do consultório do meu pai depois de combinar que cuidaria da casa e da minha irmã, já que ele viajaria no final do dia e durante o fim de semana, quando vi Katerina parada no corredor sem se mover.


-Katerina. - chamei-a e ela não reagiu, parecia em choque com alguma coisa. Aproximei-me mais e toquei-a chamando a sua atenção. - Katerina, hey. - abanei-a mas nada.


Foi então que olhei para onde ela olhava e vi o porquê dela estar em choque. O pai dela estava aos beijos com a secretária em cima da mesa. Arrastei Katerina dali e entrei na primeira sala que vi, ela ainda não tinha dito nada. Reparei que estávamos na sala de arquivos mas isso era o menos importante. Emoldurei o rosto de Katerina com as mãos e chamei-a vezes sem conta.

O único jeito que encontrei para acordá-la foi beijá-la. Assim fiz e quando ela parou o beijo abraçou-me com uma força desmedida. O choro que ela tinha preso foi libertado e rodeei o seu corpo com os meus braços beijando-lhe o topo da cabeça.


-Vai ficar tudo bem. - garanti.

-Por que ele fez isto?

-Não sei, mas não é nada bom pra ti pensares demasiado sobre o assunto. - Como uma garota debilitada psicologicamente como Katerina iria superar a traição do pai? Eu precisava ajudá-la o mais rápido possível.

-A minha mãe. Ela pode ser muito ruim mas não merecia isto. - olhou-me desesperada e beijei-lhe a testa.

-Vem comigo.


Ela deixou-se levar. Coloquei-a no carro e depois de garantir que ela estava em segurança dei partida para minha casa. Katerina ainda chorava e abracei-a de lado entrando em casa. Hanna estava em casa da tia Carlota, mãe de James, o que era bom, porque eu precisava conversar sério com Katerina.


-Senta aqui. - coloquei-a no sofá e fui buscar um copo de água pra ela se acalmar.

-Louis, o que eu devo fazer? Enfrentá-lo ou contar à minha mãe? Ela não ia acreditar em mim de qualquer maneira e eu nem sei como enfrentar o meu pai.

Nana, who are you? || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora