-44-

84 8 9
                                    

Katerina sentou-se no pequeno cadeirão do quarto e cruzou a perna encarando-me.

- Achas que é assim que me vais convencer a fazer amor contigo? – riu irónica – Estás enganado Louis.

- Não quero nada disso. – grunhi – Tu não vais voltar a ser a mesma Katerina de antes, que fuma, bebe, toma essas porcarias. Não penses que sim, porque eu não vou deixar.

- Eu sou eu mesma, não estou a ser nada de antes, apenas estou a divertir-me, mas tu és um estraga prazeres. – rebateu.

- Ok, então continua assim. Não me queres dar ouvidos, então força, continua a alimentar esses vícios.

- Que mal tem abusar nessas coisas num fim-de-semana? Não estou a cometer nenhum crime.

- Eu não te estou a reconhecer, juro que não. – respirei fundo – Desde aquela confusão em tua casa que estás outra pessoa. No início pensei que tivesses ficado mal pela tua mãe, mas nem perto dela quiseste ficar. Depois ficaste fria comigo, respondias o essencial e estavas quase sempre calada. Ontem ainda conseguiste animar-te um pouco e hoje pareces a Katerina que eu conheci.

- Não te preocupes que não me vou atirar a nenhum dos teus amigos. – ironizou.

- Não me estou a referir a isso, mas não podes negar que está tudo bem e que nada anda a acontecer contigo. Pareces que procuras válvulas de escape para alguma coisa. Sabes que podes falar comigo.

- Aham. – respondeu atirando a cabeça para trás e rindo, com certeza a pílula estava a fazer efeito.

- Não estou a achar graça nenhuma a isso Katerina. Fala comigo, eu estou aqui para te ajudar.

- Então dá-me um orgasmo agora mesmo, Louis. – olhou-me passando a língua nos seus lábios.

- Desisto. - olhei-a desiludido - Acabaste de estragar-me o fim-de-semana.

Saí do quarto com os nervos à flor da pele. Nunca que eu iria encostar um dedo nela naquele estado. Respeitava-a demais para dar ouvidos ao que ela dizia quando estava alterada. Desci para a sala e peguei numa cerveja.

- Payno. – chamei-o indo até ele – Tens cigarros?

- Sobraram alguns babe? – perguntou a Pearl.

- Acho que sim, poucos.

- Dá-los ao Louis. – Pearl saiu e Liam olhou-me curioso. – Que aconteceu?

- Briguei com a Katerina.

- Foi grave?

- Eu não a entendo Liam. – bufei frustrado – Ela parece a mesma de antes, e eu não gosto nada disso.

- Pode ser coisa de momento, vais ver que ela volta a ser a mesma amanhã mesmo.

Pearl deu-me o maço quase vazio e saí da casa para fumar. Até quando isto iria acontecer? Até quando Katerina iria esconder-se atrás de máscaras para disfarçar os medos e as preocupações?

**

Katerina POV

Mais um corte, mais outro e mais outro. Depois de Louis sair do quarto eu percebi que o tinha magoado. E mais uma vez a culpada de tudo era eu. Mais uma vez eu magoava alguém importante para mim. Realmente, eu era um íman de confusão. Limpei o meu rosto e coloquei um curativo no outro braço onde tinha acabado de deferir os cortes. Louis não podia ver-me assim, por isso eu evitava cair nas suas tentativas de sexo. Já foi uma trabalheira tentar esconder ontem quando trocava de roupa na tenda. Felizmente ele não reparou mas se visse eu estaria metida em sarilhos.

Nana, who are you? || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora