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Abri as malas e guardei as poucas roupas que estavam fora. Estava a fazer tudo em modo automático, só pensava em Leonard e em como ele estaria. Espero sinceramente que ele esteja bem porque se não estiver eu terei o maior prazer em arrancar os cabelos daquelas duas víboras. Grunhi de raiva e sentei-me um pouco na cama permitindo-me chorar. Quando achava que tudo estava indo bem, tinha de acontecer alguma coisa. Até quando a Tiffany vai meter-se na minha vida? Ela estava a usar o Leonard para ter vantagens com o papai, com toda a certeza.


- Hey. - ouvi uma voz vinda da porta e vi Rayna a encarar-me confusa. - Está tudo bem?

- Não, não está tudo bem. - admiti e continuei encarando o chão.

- O que aconteceu? Foi com o Louis? - perguntou com certo deboche e neguei limpando o rosto. - Estás a fazer as malas? O que aconteceu? - perguntou visivelmente curiosa.

- A Tiffany saiu de casa e além de levar tudo levou o meu irmão mais novo, e não sabemos onde eles estão a morar agora.

- Mas achas que ela é capaz de o magoar?

- Não fisicamente, mas psicologicamente sim. Ele tem medo dela.

- Mas a tua outra irmã está com eles não é? - assenti - Então ela não vai permitir isso.

- Não conheces a Amélie, ela é a versão jovem da Tiffany. - disse com certa raiva delas.

- Então vais voltar pra Londres?

- Sim, preciso encontrar o Leonard e ficar com ele. Não sei como fui capaz de o deixar lá sozinho, eu estou a sentir-me tão mal.

- Não te preocupes, vai ficar tudo bem. - Rayna disse e senti sinceridade. - Ele não vai achar que o abandonaste, ele sabe que se ainda não foste atrás dele é porque algo aconteceu contigo. É normal ficares assim desesperada porque ele é teu irmão. Não sei o que é sentir isso porque desde sempre fui sozinha mas... - olhou-me e desviou o olhar em seguida - Tudo vai ficar bem.

- Espero que sim. - levantei-me e continuei a fazer as malas.

- Sabes se o Louis vai?

- Não sei.


Rayna saiu e bateu a porta. Pela primeira vez ela foi boazinha comigo e espero que ela tenha entendido o que é melhor para ela e parar de criar expectativas em cima de Louis e de me tratar como uma bastarda. Desci com as malas e meu pai olhava-me com má cara. Louis já não estava ali.


- Tens mesmo a certeza que queres ir? Não há necessidade Katerina.

- Claro que há, eu preciso de o ver. - disse convicta e ele deu de ombros encarando a minha mãe.

- Mas filha talvez seja melhor ficares mais uns dias aqui, o teu pai consegue resolver isso sozinho.

- Eu sei que consegue mãe, mas eu quando saí de casa não vi o Leo, e depois vim logo para cá. Eu preciso vê-lo, preciso saber se ele realmente está bem. Por favor entendam isso, eu só preciso vê-lo bem na minha frente.

- Tudo bem filha, a Rayna também disse que vamos festejar o aniversário do Freddie em Londres, então vamo-nos ver em breve. - acariciou os meus cabelos.

- Isso é ótimo, vou adorar tê-la comigo lá. - abracei-a forte. - Obrigada por ser a mãe que eu sempre quis ter.

- Sou a mãe que sempre deverias ter.

- O Louis? - perguntei após soltar-me dela.

- Ele foi fazer as malas dele, disse que ia contigo.


Nana, who are you? || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora