-32-

134 6 16
                                    

Entrei no carro e bati a porta demonstrando que não estava nada de acordo com aquilo. Abri a janela e soprei o fumo do cigarro. Louis entrou e olhou-me por segundos.


- Com licença. - disse vindo para cima de mim, na altura afastei-me mas, logo, percebi que ele queria colocar-me o cinto de segurança - Não te preocupes que não irei fazer nada que não queiras. - deixou claro e suspirou voltando a ficar direito no seu lugar.


Não lhe respondi, estava chateada e não sei se fazia muita questão de reverter essa situação. Terminei o cigarro e fechei a janela. Permiti-me olhar Louis de relance e vi-o focado na estrada mas com uma cara séria e preocupada.


- O que tu tens? - perguntei curiosa.

- Nada, porquê?

- Estás com uma cara estranha.

- Eu... - respirou fundo e franzi a testa encarando-o - Eu acho que tens razão quando dizes que o amor mágoa.

- Como assim? - indaguei não entendendo nada.

- Desde que eu entrei na tua vida olha a confusão que aconteceu. Nós brigámos imensas vezes, divergimos em tantas coisas.

- O que queres dizer com isso?

- Eu não sou bom para ti Nana, eu sou aquela droga que tu não consegues parar de usar e que ao mesmo tempo que te dá boas sensações, está a matar-te. Eu sou tóxico na tua vida, não mereces alguém como eu, mereces muito melhor. - confessou com a voz embargada e pisquei os olhos atordoada com aquelas revelações.

- Louis, onde estão aqueles princípios de que o amor pode fortalecer-nos e que irias mostrar-me isso, que não me irias deixar? Onde estão essas promessas Louis?

- Promessas não valem de nada até que se cumpram, Nana. - olhou-me por segundos - E eu não sei como cumpri-las.

- Fácil, estando comigo.

- Não é tão fácil assim. - respondeu suspirando. - Olha só o babaca que eu fui no pub.

- Claro que é fácil. E já pediste desculpa, disseste que só querias magoar-me porque estavas com raiva. O que há de errado Louis? - alterei o tom de voz.

- Eu tenho medo. Pronto, é isso, eu tenho medo. - admitiu como se fosse a coisa mais difícil de contar.

- Medo de quê?

- Medo de te perder, medo de ser idiota novamente, medo de te magoar e de te fazer chorar, eu não quero fazer-te chorar, Nana. - passou a mão nos olhos e encarou a estrada à sua frente.

- E achas que terminares comigo vai fazer-me muito feliz? - indaguei incrédula sentindo um nó na garganta, era inacreditável o que estava a acontecer.

- Eu apenas estou a deixar-te ir, para que encontres a felicidade em alguém que saiba te mostrar o que é o amor.


Não disse nada e deixei que as lágrimas rolassem. Ele estava a pensar em mim, estava a ser altruísta e a presar pela minha felicidade. Mas as coisas não eram fáceis assim.


- Eu amo-te a ti, não quero amar outra pessoa. - respondi.

- Então pára de me amar, pára, por favor. - disse com a voz falha.

- Não consigo. Não consigo, Louis. - confessei chorando. - Eu só conheço o amor contigo.

- E a tristeza e mágoa também.

- Não digas isso. - falei encarando-o - Pára o carro Louis. - pedi, não estávamos em condições para conduzir, se a conversa subisse para outro nível algo grave poderia acontecer e eu não queria isso. - Por favor, pára.


Nana, who are you? || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora