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Ainda estava de pé, de braços cruzados, a encarar tudo menos Louis. Ele respirava fundo e encarava-me, eu sentia o olhar dele na minha pele e isso me deixava desconfortável, era como se ele estivesse a ler-me.


- Deixa eu ver se entendi. Tu ficaste com ciúmes da Mary mas não pediste à Hanna para a provocar?!

- Quando queres não és assim tão burro. – ironizei.

- Porquê? Por que não foste tu a ter uma crise? – semicerrei o olhar para ele e sentei-me na ponta da cama.

- Nós já estamos brigados, não iria dar-te mais motivos para ficares chateado.

- Então e porque a Hanna disse aquelas coisas?

- Ela disse que eram ciúmes de irmã. Não tenho nada a ver com isso. – defendi o meu lado.

- Mas a tua vontade também era fazer o mesmo?!

- Diz-me que namorada não queria. Ela estava a insinuar coisas contigo, achaste bonito? – confrontei-o incrédula.

- Ela é apenas uma amiga de infância.- banalizou a situação.

- Claro, em quem deste o teu primeiro beijo e tiveste um caso de crianças. Apenas uma amiga. – disse sarcástica.

- És tão engraçada com ciúmes. – riu e olhei-o brava.

- Se vais rir da minha cara, eu vou embora. – levantei-me e ele parou-me.

- Não agora. Vem aqui. – apontou para o seu lado e fui até lá mas mantive certa distância.

- Decidiste dar-me atenção agora? – olhei-o desafiadora.

- Eu estive a tarde toda atento a ti, mas não me apeteceu dar-te atenção.

- És tão ridículo. – xinguei-o e ele riu. – Podes partir mais algumas costelas, cuidado. – avisei-o sarcástica e ele pegou na minha mão.

- Desculpa, ok? Eu queria irritar-te. – olhei-o incrédula fazendo-o rir – Eu queria que tu ficasses afetada, eu queria ver-te a insistir em mim.

- Seu idiota. – bati-lhe no braço e ele gemeu de dor – Desculpa, desculpa- - disse aflita e ele riu.

- Estava a brincar, não estou machucado aqui. – riu e tive ainda mais vontade de lhe bater. – És tão linda Katerina. – disse de repente, deixando-me surpresa - Eu sou muito sortudo. – olhei-o envergonhada. – Promete-me que nunca mais irás fazer isto. – acariciou a minha mão magoada.

- Eu prometo, eu só quero estar de bem contigo, eu prometo. Não farei mais nada que te desiluda.

- Senta aqui. – deu dois tapinhas no seu colo.

- Não te vou magoar?

- Não. – sorriu fraco e sentei-me em seu colo de frente para ele, os seus braços rodearam a minha cintura mantendo-me junta a ele. – Estamos bem, ok?

- Estamos mesmo? – questionei querendo ver a certeza nos seus olhos azuis.

- Estamos Nana. – sorrimos e ele selou os nossos lábios, tinha tanta saudade de sentir a textura deles contra os meus, a sua língua a dançar com a minha, a sua mão na minha nuca, do seu sabor. – Amo-te. – sussurrou colado aos meus lábios.

- Amo-te. – retribuí e rimos de felicidade.

- Fica aqui esta noite. – pediu e acariciei a sua bochecha.

- Não posso, o meu pai colocou-me de castigo, só posso sair de dia e com autorização. – revirei os olhos – Ele proibiu-me de sair à noite, dormir fora de casa e mais um monte de coisas.

Nana, who are you? || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora