-50-

103 7 24
                                    

- Mãe. - levantei-me e aproximei-me dela mas ela nem se moveu, continuou com aquela cara séria que estava a assustar-me, confesso. - Não sabia que vinhas para cá. - disse puxando assunto.

- Eu, o teu pai e tu vamos conversar no escritório, agora. - passou por mim fazendo-me engolir em seco, o que será que aconteceu? Não fiz nada... a não ser por causa dos cortes recentemente. 

- Vai lá, ela só quer dar-te um sermão. - Louis debochou e bati-lhe ouvindo a sua risada. 

- Não tem graça.

- Claro que tem. - piscou-me o olho e sentou-se de novo. 


Assim que entrei no cómodo, mamãe olhou-me e suspirou. Eu só queria um abraço e nem isso ela me deu, ainda. 


- Posso abraçar-te pelo menos? - perguntei mordendo a gengiva, com receio.

- Depois, agora quero saber por que tiveste a infeliz ideia de te machucares. - respirei fundo sentando-me no sofázinho que tinha ali.


Depois de lhe contar que só me machuquei para aliviar a dor com dor, porque achava que era culpada por tudo que acontecia vi a sua cara séria ir embora e dar lugar a um olhar compreensivo.


- E agora, continuas a achar que dor com dor é solução? - indagou cruzando os braços.

- Não. Eu não voltarei a fazer isso mãe, foi um acto desesperador, eu estou a aprender com o senhor Max a controlar os meus pensamentos e a analisar as diferentes situações por outras perspectivas, mais positivas.

- Posso confiar em ti? - questionou e papai encarou-me.

- Podem, podem confiar em mim. - limpei uma lágrima teimosa.

- E o castigo tem dado resultado, Andrew? - mamãe perguntou ao meu pai deixando-me confusa.

- Mãe, tem dedo teu no castigo?

- Ah se tem. - sorriu cínica e ri sarcástica.

- Vocês uniram-se nas minhas costas para me castigar? - perguntei indignada e eles riram.

- Somos teus pais, temos de nos unir para te colocar na linha de novo. - papai explicou e suspirei.

- E quando vai acabar? - questionei, já estava farta de estar de castigo e ter de pedir autorização para tudo. 

- Se me deres um abraço sais automaticamente dele. - mamãe disse e corri imediatamente pra abraçá-la. - Desculpa não vir logo, mas a Rayna ficou doente e eu tinha de ser mãe e avó na maioria do tempo e depois com a empresa acumulou muita coisa, mas eu sabia que o teu pai ia fazer um ótimo trabalho.

- Obrigada por estares aqui agora. Vais ficar muito tempo, não vais? - perguntei empolgada olhando-a.

- Vou ficar até a tua escola terminar, depois vamos logo juntas para Los Angeles.

- Mas ainda faltam alguns meses... Oh meu Deus, que notícia maravilhosa. - abracei-a de novo. Era tão bom tê-la de perto, seria a minha primeira experiência de viver com a minha mãe durante longos meses. 

- A tua irmã provavelmente vem cá num desses meses com o Freddie.

- Ela tem de vir mesmo, quero levá-la no London Fashion Week. -mamãe sorriu sabendo que ela piraria. 

- Vamos voltar para a sala, estou com saudades do meu genro. - puxou-me com ela para a sala, papai seguia-nos e olhei-o por segundos vendo a satisfação na sua cara por mamãe estar connosco, ele não me enganava, ali ainda tem sentimento e não é fraco. 

Nana, who are you? || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora