O desastre e o constrangimento

34 4 4
                                    

Logo de manhã cedo fui ao médico e ele examinou e passou os devidos cuidados que deveria ter. Em seguida fui trabalhar, não pude fazer muito por não aguentar pegar as coisas. Com o passar dos dias, minha mão já está melhor. Como a mulher que lavava as roupas teve que se afastar por um problema pessoal, eu e a Margarida dividimos a semana que cada uma iria lavar as roupas e hoje era meu dia. A área onde as máquinas estão é ao lado da cozinha; separei as roupas e fui colocar a água na máquina e terminei derrubando um pouco no chão, mas deixei para enxugar depois que colacace as roupas. De repente ouço a porta abrir e quando viro-me piso exatamente na poça no chão e meu pé não se equilibra e caiu de bunda. Olho para cima e vejo que era o Júnior. Ele estava rindo por meu tombo desastroso, mas ao invés de ficar com raiva começo a rir também. Ele me ajuda a levantar, assim que fico de pé percebo que algo de errado aconteceu ,meu pé direito está doendo muito e me encosto numa das máquinas e faço uma expressão de dor, Júnior percebeu e tenta me ajudar a caminhar para fora daquela sala. A dor é tanta que não aguento nem movimentar a perna e não consigo sair do lugar, quando Júnior sem ao menos perguntar, coloca suas mãos atrás das minhas pernas e quando percebo já estou em seus braços. No momento fiquei sem reação e espantada por ele fazer aquilo, nem ao menos temos contato. Ele pergunta se está tudo bem e aceno com a cabeça em afirmação. Chegando na cozinha as meninas quando me veem no braço dele ficam todas de olhos arregalados e ao perceber o rosto delas fico morta de vergonha. Ele me coloca num dos bancos da cozinha ao redor do balcão, quando Leandra entra.

- o que está acontecendo aqui?(pergunta ela)
- a Mikaella se machucou.(reponde Júnior)

Eu não olho para ela, apenas para meu pé preocupada e sentindo muita dor.

- essa menina sinceramente viu. Só vive se machcando. Outro dia queimou a mão.
- foi verdade Mikaella?(Júnior me pergunta espantado)
- foi sim.(respondo-o)

Por um momento ele olha para mim e depois se volta a olhar para meu pé. Vejo que está inchado.

- Leandra por favor chame um médico.(diz Júnior)
- eu não. Não sei pra que tanto cuidado com a criadagem.(responde Leandra)
- as vezes você é insuportável. Deixa que eu resolvo isso.

Leandra vira a cara como uma mimada e sai da cozinha e em seguida o Júnior também. Nessa hora as meninas aproveitam para fofocar.

- menina o que foi isso?(diz Caroline eufórica)
- conta como isso aconteceu.(Érica fala empolgada)
- vai mulher, desembucha.(fala Caroline)
- calma meninas. A preocupação maior é o pé dela.(diz Verônica)
- obrigada Verônica.(falo sorrindo para ela) não me deixem mais nervosa do que já estou.
- mais depois quero saber tudo.(diz Caroline)

E lá vem o Júnior, quase que pega essas loucas fofocando sobre ele.

- pronto. Já liguei para o médico, em meia hora ele está chegando.
- muito obrigada.(respondo-o)

Ele sorri para mim. Depois de um tempo ele diz:

- acho melhor te levar para o quarto de hóspede, você sentada pode piorar.
- não precisa. Aqui está ótimo, e eu não estou conseguindo andar.
- não seja por isso.(diz ele sorrindo)

E então ele me pega nos braços novamente e leva-me para um quarto de hóspedes.

- assim eu fico constrangida.(falo a ele enquanto me carrega)
- porque?(me pergunta)
- você me colocando no braço duas vezes.(falo envergonhada)
- fique tranquila, sou forte o bastante.
E nisso começo a rir.

Deixe existir amorOnde histórias criam vida. Descubra agora