Deu confusão

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Levanto-me e saiu, tento escutar algo, mas não ouço nada, quando vejo Caio.

- você contou algo ao Júnior? (Pergunto-o)
- sinto muito, mas eu não poderia ficar calado.
- poxa Caio. (Suspiro em irritação) eu confiei em você, agora vai lá saber o que vai acontecer. (Começo a andar de um lado para o outro)

Caio toca em meu ombro me fazendo parar, eu suspiro.

- veja seus braços, roxos, você acha que eu sabendo o que estava acontecendo, não iria fazer nada? Sabe-se lá o que ela poderia fazer com você. (Ele diz tentando me fazer entender-lo)

Eu estou muito nervosa, quero chorar, mas não consigo, minhas mãos estão tremendo, Caio me abraça tentando me acalmar, quando a porta se abre, é o júnior, ele parece bastante irritado.

- podemos conversar? (Ele me pergunta)

Aceno a cabeça em afirmação  e o sigo, Caio me sussurra algo:

- vai ficar tudo bem.

Fomos para a biblioteca, ele passa com uma fúria pela porta e eu logo em seguida sem saber como manter minhas mãos calmas. Fecho a porta e quando viro-me sua expressão é bastante séria e seu olhar ilegível. Encosto-me em uma das poltronas colocando a mãos sobre o espaldar, elas não se controlam e tremem muito junto com minhas pernas, eu não sei o que ele realmente quer. Seus olhos percebem meu estado, centrando em minhas mãos.

- voçê quer explicar essa situação? (Ele diz)
- o que você quer saber exatamente? (Eu lhe pergunto)

Ele levanta furioso e passa a mão pelos cabelos.

- pode ser do começo. (Ele para ao lado da escrivaninha)

Respiro fundo e começo a falar:

- eu vi sua irmã aos abraços com um homem casado, ela me viu e veio me intimidar e eu simplesmente respondi a deixando sem palavras. Para se vingar ela quis colocar a culpa em mim por ela ter caído da escada, dizendo que eu poderia ser demitida; eu não tive escolha a não ser fazer o que ela queria. (Esfrego meu braço)

Ele vê as manchas no meu braço.

- isso ai,foi ela? (Diz ele apontando para as manchas)

Aceno com a cabeça. Ele está muito frio comigo, eu nem o reconheço mais, muito diferente daquele Júnior do dia na praia, e isso me apavora. Tento encontrar alguma compaixão em seu olhar, mas ele se mantém sombrio. Ele começa a andar perto da escrivaninha.

- essa parte que ela sai com homens casados, eu já sabia, mas custava ter me contado? Acho que não mereço sua confiança, mas veja, Caio merece, ele sabia de tudo não é?

Não falo nada.

- veja só seus braços, até que ponto você iria deixar que isso fosse? Você não é de ferro sabia? Poxa, pensei que podíamos contar um com o outro, e como fico sabendo as coisas? Por pessoas que eu nem imaginava que você confiasse tanto assim para contar seus problemas.

Eu não aguento, tudo o que ele fala me mágoa, o que ele pensa de mim? Ai, essa não lágrimas, isso são horas de aparecer?

- não precisa chorar pra se fazer coitadinha. (Ele diz, e isso foi a gota d'agua)

Eu desabo no chão sobre meus joelhos e começo a chorar descontroladamente. Ele se aproxima de mim e coloca a mão em meu ombro. Levanto a cabeça.

- sabe, eu tenho tanto medo de te perder sabia? Se eu não te contei é porque eu não queria atrito entre você e sua irmã, e em meio as circunstâncias eu vi que podia confiar em Caio, mas eu nunca pensei que ele poderia te contar.

Dou uma pausa, mas ele não diz nada.

- ela sempre disse que eu nunca ficaria com você e talvez porque eu a vi em certas situações, ela resolveu fazer o que o fez.

Ele me olha com cuidado, mesmo assim continua em silêncio, e minhas lágrimas não param de descer. Depois de uns bons longos segundos nos olhando ele me puxa para seus braços e me abraça forte. Acho que ficamos assim por muito tempo, quando me afasto ele me beija na testa e diz:

- com a Leandra eu me resolvo, você pode ir fazer o de costume, no momento quero ficar sozinho.

Concordo com a cabeça e saiu dali, vou em direção da cozinha, chorando muito, agora sei que isso foi um adeus. A primeira pessoa pessoa que encontro é a Verônica,de imediato a abraço, ela não entende nada, mas me abraça também.

Deixe existir amorOnde histórias criam vida. Descubra agora