Será que é o fim?

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Nessa mesma hora, minhas mãos não tinha forças e deixo a bandeja cair, todos se voltam para mim, a senhorita se aproxima de mim quando ja tento limpar a bagunça que fiz.

- está tudo bem Mikaella?
- sim senhorita.

Ela me olha meio confusa, mas não deixo tempo para que possa discutir algo e saiu dali, a Caroline não demora muito e logo está na cozinha. A Verônica tenta me acalmar, estou a ponto de chorar, mas vou ser forte. Não demora muito e o Júnior entra na cozinha.

- será que poderiam nos deixar à sós? (Ele fala na direção das meninas)

Encostada ao balcão fico, de braços cruzados, não sei o que sinto, se é raiva ou uma mágoa profunda, mas por incrível que pareça queria apenas estar em seus braços. Assim que estamos só eu e ele:

- o que você ouviu? (Ele pergunta se aproximando)
- que o senhor irá casar. (Falo me afastando)

Ele abaixa a cabeça, confuso, triste, não sei bem.

- porque você me trata assim? Eu não vou casar com quem eu não amo, além do mais eu nem a conheço direito.
- mas a conhece.
- só a vi uma ou duas vezes, e trocamos algumas palavras. Você sabe que eu te amo. (Ele diz tocando em meus braços)

Permaneço de cabeça baixa olhando suas mãos em meus braços.

- creio que não seja apropriado o senhor tentar trair sua futura esposa bem embaixo de seu nariz. (Falo levanto o olhar até ele)

Ele se afasta de mim e começa andar de um lado para outro passando a mão em seus cabelos.

- eu estou sendo obrigado a casar com ela, mas eu irei arrumar um jeito de isso não acontecer, por favor me entenda. Não sou eu quem está sujeitando essa situação.
- e por quanto tempo eu te esperaria? Sabe você foi bem duro comigo e disse que nossa relação não passava de patrão e empregada..
- eu estava com ciúmes, Mikaella, ciúmes.
- ciúmes? De quem? (Pergunto sem entender)
- do Victor.
- o que? Como pôde pensar isso?
- vocês viviam sempre juntos, então..
- nós somos amigos, AMIGOS. (Dou ênfase na palavra amigo) mas bem, isso já passou, não tem como voltar no tempo.
- eu me arrependo tanto.. Por favor, eu te peço que não me abandone. (Ele se aproxima de mim e tenta me abraçar)

Eu tento afastá-lo, mas ele é mais forte e me abraça.

- não piore a situação Júnior. (Falo baixo)
- eu não quero te perder.

Ele me solta de seus braços.

- amanhã mesmo trago minha carta de demissão.

Ele me olha com os olhos arregalados.

- o que? (Ele diz quase gritando)
- não questione. E acho melhor você, aliás o senhor voltar para sala, sua noiva não pode ficar esperando.

Ele me olha no fundo dos olhos, esperando que a situação mude, porém eu não falo nada. Ele me olha uma última vez, abaixa a cabeça e balança saindo da cozinha. Assim que ele sai as meninas chegam até a mim, eu prefiro não dar nenhuma palavra. Não espero mais nada, pego minhas coisas e vou embora dali, vou embora andando, é longe, mas prefiro pra organizar meus pensamentos. Numa praça a caminho de casa, paro sentando em um banco.

- aaaahhhhhhaaahhh. (Grito sem esperanças)

Deixe existir amorOnde histórias criam vida. Descubra agora